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Nada de tijolos ou argamassa. Os planos da construtech Espaço Smart para alcançar um faturamento de R$ 500 milhões em 2024 envolvem materiais para construção leves, secos e pouco utilizados no Brasil. Embora ainda incipiente, o mercado de steel framing (com aço leve) e drywall já levou a empresa a bater parcialmente sua meta: R$ 230 milhões no primeiro semestre do ano, um crescimento de 20% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O número contrasta com o tímido avanço do setor da construção civil em 2024. No primeiro trimestre do ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do setor registrou queda de 0,5% em comparação ao último trimestre de 2023. Ante o primeiro trimestre de 2023, houve crescimento de 2,1%, apontam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Acontece que a Espaço Smart lidera um segmento estatisticamente pouco relevante para os grandes números. O steel framing – engenharia de imóveis estruturados por perfis de aço leve e placas cimentícias – tem uma participação de 1% no mercado de construção civil brasileiro.
A empresa tem apostado em um modelo verticalizado, da manufatura das peças que compõem uma casa de métodos industrializados (ou construção a seco) até escritório de arquitetura, engenharia e varejo. A estratégia é usar as lojas físicas, fundadas em 2015, para dar vazão aos produtos ainda pouco conhecidos pelos brasileiros.
“Nós precisávamos levar um showroom para o cliente final. Nos aproximar do engenheiro, do arquiteto, para dar credibilidade”, explica Fernando Scheffer, fundador e diretor de marketing da Espaço Smart. É por meio desses espaços, primeiras “lojas de casas pré-fabricadas”, como gostam de chamar, que a empresa tenta desmistificar as construções steel framing e de drywall.
Lá, clientes podem fazer testes de isolamento térmico e acústico em paredes de alvenaria e de base industrial, por exemplo, para afastar receios quanto às propriedades dos materiais. “São alguns paradigmas do setor, bastante conservador. Atribuo muito ao perfil do engenheiro”, avalia Scheffer. A opinião é de que a formação brasileira promove profissionais menos propensos a risco e inovação.
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Hoje, todos os produtos de steel framing produzidos pela empresa em Ponta Grossa (PR) são distribuídos nas lojas próprias, razão pela qual, para melhorar os números, é preciso criar novas lojas. Neste ano, foi anunciado um investimento de R$ 50 milhões – R$ 15 milhões na expansão do varejo e outros R$ 35 milhões em uma planta de esquadrias de PVC e outra de steel framing.
Do lado das lojas, o aporte vai impulsionar o crescimento de ao menos quatro novas unidades em 2024 – número que pode chegar a sete, desde que empreendimentos previstos para o ciclo de 2025 sejam finalizados anteriormente. Depois de alguns anos de ampliação pelas regiões Sul e Sudeste, aprimorando sua cadeia logística, agora os avanços têm foco nas regiões Norte e Nordeste.
Até 2027, a Espaço Smart espera bater o faturamento de R$ 1 bilhão e estar presente em cerca de 73 cidades. Essa distribuição tem sido feita com base em um estudo de geomarketing encomendado pela empresa. “Mas também tem nossa avaliação de mercado. Manaus, por exemplo, não está nesse estudo. Só que sabemos que há um potencial. Por questões logísticas, é mais barato produzir com steel framing por lá. Até o início do ano que vem já devemos ter uma loja”, diz Scheffer.
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No modelo de vendas da Espaço Smart, um cliente consegue comprar uma casa já “pré-fabricada”, em um catálogo de cerca de 40 modelos já com preço fechado e construção da própria empresa. Por outra modalidade, um cliente com projeto arquitetônico em mãos o envia para a empresa, que faz um quantitativo de materiais e indica uma construtora homologada para prestar o serviço.