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Produtos internacionais desembarcaram no Shop2gether com um propósito: acelerar o faturamento do e-commerce de moda, que prevê fechar 2024 com uma cifra de R$ 350 milhões. Nos últimos anos, as receitas vinham crescendo num ritmo de 10% a 15%. A meta, agora, é crescer algo em torno de 20%.
“Existe um luxo acessível internacional que ainda não estava presente no Brasil. É nessas marcas que estamos focando”, explicou Ana Isabel Carvalho Pinto, co-fundadora e CMO do Shop2gether, ao InfoMoney. A curadoria, segundo a executiva, busca marcas com grande aceitação e presença digital, “com menos ostentação e mais comportamento”, o momento atual do luxo.
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A empresa aposta em seus dotes logísticos para se diferenciar da concorrência. Todo produto importado à venda na plataforma está disponível em estoque. Clientes em São Paulo podem receber a compra no mesmo dia, via Icommlog. O braço de logística do Shop2gether conta com um centro de distribuição em Extrema (no interior de Minas Gerais) que dobrou de tamanho no ano passado. Por enquanto, a entrega expressa funciona na capital paulista e região metropolitana de São Paulo, sem planos de curto prazo para expandir em outras regiões.
A operação logística própria foi lançada em 2020, ano em que a pandemia da Covid-19 estourou, aquecendo as vendas on-line. Daniel Guimarães, que fundou o negócio junto com Ana Isabel e é CEO do Shop2gether, reconhece que o e-commerce passou por um período de ressaca nos últimos anos, mas diz que 2024 é um período para voltar a acelerar. “O pessoal já saciou o desejo de viajar, comprar serviços e está voltando para o e-commerce”, observa.
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A inclusão de marcas estrangeiras na estratégia de crescimento não significa que a moda nacional vai perder espaço na plataforma. “As marcas internacionais vêm para complementar. Sempre vamos trabalhar com o mercado local, pela nossa cultura”, garante Ana Isabel.
Ela lembra que o Shop2gether ajudou a revelar novos designers brasileiros que se tornaram conhecidos na São Paulo Fashion Week e até se tornaram referência internacional.
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A ideia com as marcas estrangeiras, inclusive, é fazer uma mescla com peças produzidas no Brasil e oferecer “looks” completos para o cliente.
Operações independentes
Em 2017, o Shop2gether se fundiu a uma outra plataforma de e-commerce, a OQVestir, dando origem ao grupo Iccom. Os sites foram mantidos apartados para conversar com diferentes públicos. Segundo Ana Isabel, quem compra no OQVestir procura o que é tendência no momento. No Shop2gether, a demanda é pelo exclusivo. “A mesma pessoa pode comprar nas duas plataformas, a depender do momento de consumo”, afirma. Atualmente, os dois sites oferecem moda feminina e masculina.
A maioria dos compradores das plataformas do grupo está nas grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde as grandes marcas possuem lojas físicas. “Mas o consumidor, hoje, quer a facilidade e a agilidade”, destaca Guimarães. O CEO conta que o Shop2gether segue buscando melhorar sua logística e trabalha em uma operação de troca simultânea que deve ser lançada neste segundo semestre de 2024.
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“Na hora em que devolver o produto no tamanho errado, o cliente já recebe outro, no tamanho certo”, explica. Hoje, esse tipo de troca demora, em média, quatro dias para ser realizada.
Autonomia financeira
Como um negócio de capital privado de poucos sócios, que nunca precisou se alavancar ou passar por pressões de investidores externos, o Shop2gether pode se dar ao luxo de calibrar sua estratégia de crescimento de acordo com a temperatura do mercado. A gestão, no entanto, é conservadora.
“A gente prefere ter um crescimento modesto em vez de dobrar de tamanho, para ter uma vida maior, de longo prazo”, explica o executivo. Uma outra filosofia do grupo é desenvolver processos próprios em vez de comprar algo já pronto. Por esse motivo, novas aquisições parecem estar fora do radar, por enquanto, assim como uma possível abertura de capital. “Comandar o próprio barco é vantagem competitiva”, afirma Guimarães.
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A internacionalização do Shop2gether não deve parar na presença de itens vindos do exterior em seu portfólio. Ana Isabel sinaliza que as vendas para fora do Brasil pela plataforma (que já ocorrem, mas de maneira tímida) podem ganhar fôlego.
“Hoje tem Shein e sites mundo afora que entregam no Brasil. Por que nós não podemos entregar fora? É preciso ter consciência de que não há mais fronteiras para o varejo. O varejista precisa pensar globalmente”, conclui a executiva.