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Surfando no mercado geek, que abrange fãs de games, filmes, séries, quadrinhos, animes e super-heróis, a Omelete&Co, empresa que produz a CCXP (Comic Con Experience), o maior festival de cultura pop do mundo, projeta faturamento acima de R$ 250 milhões em 2024, recorde histórico. Segundo Pierre Mantovani, CEO da empresa, a cifra deve representar uma taxa de crescimento anual de 35% desde o fim da pandemia.
Fundada em 2000 com foco em um portal de cultura geek, o Omelete é hoje um ecossistema de mídia e experiências. A CCXP já recebeu mais de 1,75 milhão de pessoas ao longo de suas 10 edições em São Paulo, uma em Recife e outra na Alemanha. Além dos eventos, segundo Mantovani, a companhia tem outras duas avenidas de crescimento: continua produzindo conteúdo e documentários e avança no segmento de transmissões de eSports, com competições de esportes eletrônicos e torneios de games.
Projetos futuros e meta de R$ 1 bi
De acordo com o CEO da Omelete&Co, está em desenvolvimento um novo plano de internacionalização. No ano que vem, haverá a segunda edição da CCXP México. Em uma janela de dois a cinco anos, a ideia é levar o festival a Seul, na Coreia do Sul; retornar à Europa – com grande propensão de ser em Colônia, na Alemanha –, e ainda expandir para os Estados Unidos.
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Localmente, há intenção de começar uma nova vertente. “Pretendemos atuar também no mercado de real estate no Brasil, criando atrações fixas para o público geek”, destaca Mantovani.
Avaliando o potencial de todas as unidades de negócios, ele diz que a Omelete&Co poderá atingir R$ 1 bilhão de faturamento anual, no prazo de cinco anos.
CCXP24
A CCXP24, 11ª edição do festival que acontecerá entre 5 e 8 de dezembro, no São Paulo Expo, tem ingressos esgotados para um dos dias (sábado). Nomes já foram confirmados para o megaevento, como o ator e produtor Matt Smith, reconhecido por seus personagens de séries Daemon Targaryen em “House of the Dragon”, 11º Doutor na “Doctor Who” e Príncipe Philip em “The Crown”. Também foi anunciado o ator e dublador Giancarlo Esposito, conhecido por seus papéis Gus Fring em “Breaking Bad”, Stan Edgar em “The Boys” e Moff Gideon em “The Mandalorian”.
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Na edição do ano passado, a CCXP23 reuniu 105 marcas, 500 quadrinhistas e um público de 287 mil pessoas. Entre as estrelas, o ator Jason Momoa esteve em um painel sobre “Aquaman 2”; a atriz e diretora Jodie Foster promoveu a série “True Detective” e Anthony Daniels, intérprete de C-3PO, que participou de nove filmes da saga Star Wars, também esteve por lá atraindo fãs. A CCXP23 movimentou R$ 900 milhões na economia da cidade de São Paulo.
Este ano, em uma agenda intensa, o Omelete realizou dois eventos. Em maio, teve a primeira edição da CCXP no México, com participação de 76 marcas, retomando assim o seu plano de internacionalização, que havia sido suspenso desde a pandemia de covid-19. “A qualidade do evento foi a mesma do Brasil e os mexicanos são fãs da cultura pop em geral, então, já numa primeira edição, conseguimos reunir mais de 45 mil pessoas. A expectativa é de crescimento a cada edição”, avalia o CEO da Olemete&Co.
Depois, em junho, foi a vez da Gamescom. O maior evento de games do mundo aconteceu pela primeira vez na América Latina, mais especificamente no Brasil. A organização foi do Omelete – incluindo sua marca de eventos de games Big Festival –, em parceria com a empresa de feiras Koelnmesse e a Game (Associação Alemã da Indústria de Jogos).
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Esse festival contou com 124 expositores, 700 estúdios e 200 publishers, reunindo 100 mil visitantes. Além da divulgação de títulos aos fãs de games, o evento fomentou R$ 1,07 bilhão em negócios envolvendo companhias e empreendedores do setor. Conforme PMantovani, haverá uma segunda edição da Gamescom Latam em 2025.
Entre desafios e oportunidades, uma trajetória diversificada
Em 2000, o portal Omelete nasceu de um brainstorm dentro de uma agência de marketing digital de Mantovani chamada Tribal. “Na época, a gente via uma série de ideias esdrúxulas captando milhões de fundos de investimentos. Daí pensamos em criar um bom projeto para captar dinheiro”, conta.
Quando o site de conteúdo entrou no ar, veio a bolha da internet, também conhecida como bolha das empresas ponto com. “Nem tentamos conversar com investidores e, durante oito anos, seguimos com o site Omelete, utilizando a estrutura de tecnologia da minha agência e com os sócios produzindo conteúdo. Durante muito tempo, não tínhamos retorno, fazíamos esse trabalho por amor”, destaca.
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Depois, Mantovani acabou vendendo a agência Tribal para o Grupo Publicis, onde precisou atuar no processo de transição, até que no final de 2010 decidiu focar exclusivamente no Omelete. Ele e os sócios se conscientizaram de que era preciso ter uma perspectiva corporativa e um plano estratégico. No entanto, quando assumiu a gestão, Mantovani percebeu que seria muito difícil fazer a empresa crescer no modelo de venda de banners e anúncios digitais. “Assim, começamos a diversificar, desenvolvendo produtos e serviços para oferecer para a nossa comunidade de fãs de cultura pop”, diz o empresário.
Desse modo, surgiu a ideia de estruturar um evento, tendo como benchmark a San Diego Comic Con. A CCXP começou em 2014, impulsionando o negócio em alcance. “Somente nas três primeiras edições, a gente já ficou maior do que a de San Diego.”
Um novo passo foi dado em 2019, quando o Omelete levou a CCXP para Colônia, na Alemanha, atraindo um público de quase 50 mil pessoas. O objetivo era avançar a partir desse evento em um projeto de internacionalização.
Em 2020, a companhia tentou levar a CCXP aos Estados Unidos. Arnold Schwarzenegger, ator, empresário e ex-governador da Califórnia, tinha interesse em investir no mercado de entretenimento, e a Comic Con e a Omelete, que já contava com um evento de alta atratividade, foi indicada a ele por consultores. “Estávamos negociando com Schwarzenegger, que seria o nosso sócio local, mas veio a pandemia e o projeto não andou”, conta o CEO da Omelete&Co.
No auge da pandemia de covid, o faturamento da empresa chegou a cair 70% do dia para a noite. E quando essa crise passou, não foram retomadas as conversas com Schwarzenegger, que é empresário do segmento de eventos de fisiculturismo e fitness e também teve que se concentrar na recuperação dos negócios.
Com a pandemia, o projeto da CCXP na Alemanha também foi congelado e, posteriormente, o país foi impactado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. “Mas no meio da pandemia, vimos uma grande oportunidade e criamos nossa unidade de eSports”, comenta Mantovani.
O Omelete conta com os dois canais famosos de games do Brasil, conduzidos por Alexandre Borba Chiqueta, mais conhecido como Gaules, ex-jogador profissional de Counter-Strike, e pelo Gustavo “Baiano” Gomes, ambos na plataforma de streaming Twitch.
“De 2020 para cá, o resultado é que temos a maior audiência mundial de eSports com o canal do Gaules e a maior audiência de League of Legends, um dos jogos competitivos mais famosos do mundo, com o canal Baiano”, conta o CEO. De acordo com ele, no total são cerca de 10 bilhões de minutos assistidos por ano nas transmissões de eSports.
Entre os destaques, até 25 de agosto, o canal do Gaules seguirá transmitindo a EWC, Copa do Mundo de eSports criado pela Arabia Saudita.