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A BBM Logística está sob nova direção. Agapito Sobrinho substitui Antonio Wrobleski no cargo de CEO da operadora logística, uma das maiores do Brasil. Ele assume a cadeira com um mandato de aproximação. A estratégia atual da BBM consiste em estreitar laços com os clientes, tomar decisões com mais rapidez e otimizar custos. A experiência de Agapito como diretor comercial nos quase oito anos em que está na companhia foi decisiva para sua ascensão à presidência. O conselho desejava alguém próximo da operação no cargo.
Poucos conhecem tão bem o perfil da carteira de clientes da BBM quanto o executivo. “Os clientes que respondem por 80% da nossa receita já têm contato direto comigo”, revelou o novo CEO, em entrevista ao InfoMoney – a primeira concedida à imprensa desde que foi promovido. Hoje, a BBM atende a uma base de quase 3.500 empresas, em praticamente todos os setores da economia. Agapito fala em crescimento “cirúrgico”, direcionado.
“Vamos focar nos segmentos que têm mais vantagem competitiva, que são mais rentáveis. Não vamos olhar para uma expansão mais agressiva agora, porque a prioridade é melhorar nossa eficiência operacional”, diz.
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Os elevados custos do setor de transportes seguem pressionando as margens da companhia, pois ficam bem próximos dos valores faturados trimestre após trimestre. Repassá-los aos clientes continua sendo um desafio.
Crescimento de qualidade
Em 2023, a receita líquida da BBM foi de R$ 1,664 bilhão, praticamente a mesma cifra de 2022. Não há expectativa de crescer faturamento agora em 2024, explica Agapito – e o executivo também evita fazer promessas de expansão para o ano que vem. “Se precisarmos abrir mão de crescer em segmentos não tão rentáveis, vamos fazer isso”, explica.
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A companhia revela maior apetite por pelo menos três segmentos: químico, eletroeletrônicos e cosméticos. A BBM Logística já tem alguma atuação em cada um deles, mas entende que ainda há bastante espaço para crescimento.
A BBM também passou por mudanças em seu conselho de administração. O board diminuiu de tamanho e agora conta com três membros. Antonio Wrobleski retomou um dos assentos após deixar a presidência, juntando-se a a Marcos Batistella, fundador da empresa, e Alberto Camões, chairman e sócio do Stratus, fundo de private equity que possui um terço da companhia.
“Com três conselheiros é mais fácil ficar mais próximo da operação da empresa”, afirma Camões. Segundo ele, um enxugamento geral da empresa tende a deixar a BBM mais ágil. A estrutura que ajudou a companhia a crescer nos últimos anos passou a limitar a dinâmica do negócio, explicam os executivos.
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No lado financeiro, a BBM está em uma negociação abrangente com credores, para ganhar tempo de carência e lidar com juros menores, afirma Camões. A dívida líquida da companhia terminou o primeiro trimestre de 2024 (último balanço disponível) em R$ 437 milhões.
Bem a tempo para a Black Friday
Agapito Sobrinho assumiu a presidência da BBM em um período que mexe de forma significativa com os ponteiros da companhia. A Black Friday fez com que as vendas da vertical de e-commerce da empresa crescessem 27,3% no quarto trimestre do ano passado em relação ao mesmo período de 2022. Também impactou positivamente o segmento de cargas fracionadas, cujo faturamento avançou 12,1% para R$ 162,9 milhões.
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Para o evento deste ano, a empresa, como de costume, investiu em aumento de áreas de armazenagem, contratação de mão de obra adicional e infraestrutura tecnológica. O desafio, porém, é fazer com que o aumento de volumes da Black Friday se torne uma oportunidade de consolidar posições com clientes – e fazer com que uma data pontual reverbere no desempenho do ano inteiro.
“É o momento de ganhar credibilidade com os clientes e fazer expansões com eles”, diz Agapito. Amazon, Casas Bahia e Centauro são algumas das empresas que vão utilizar os serviços da BBM na Black deste ano. Além das varejistas, a operadora logística também quer fortalecer a ponte entre a indústria e o consumidor final. E mira no e-commerce próprio das fabricantes, que se propõe a atuar no B2C.
