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Na abertura do mercado livre de energia, comércio e serviços saem na frente

Setores registraram o maior número de mudanças desde a abertura em janeiro, segundo a CCEE

Gabriela Ruddy Agência Eixos

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Empresas dos setores de comércio e serviços registraram o maior número de novas migrações para o mercado livre de energia no primeiro semestre de 2024, depois da abertura dessa opção a todos os consumidores de média e alta tensão do país. 

Como sua empresa pode aproveitar o mercado livre de energia

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) ocorreram 2.872 migrações do mercado regulado de energia para o mercado livre entre janeiro e junho de 2024. É mais do que o dobro registrado pelo segmento no primeiro semestre de 2023, que havia sido de 1.075 migrações. 

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Já o setor de serviços teve 2.809 unidades consumidoras entrando no ambiente livre nos seis primeiros meses de 2024, mais do que o triplo das 852 empresas que pediram a migração no mesmo período do ano anterior. 

A partir de janeiro de 2024, todos os consumidores de energia conectados na rede de média e alta tensão passaram a ter a opção de entrar no mercado livre, no qual o consumidor pode negociar a energia diretamente com o gerador ou com um comercializador. Em geral, os consumidores elegíveis têm uma conta de luz acima de R$ 8 mil reais.

Descontos na conta de luz de até 35% para empresas e 20% para consumidores

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Antes, essa opção estava restrita a clientes com consumo acima de 500 quilowatts (kW), que tinham uma conta de luz, em média, acima dos R$ 150 mil.

Ao ingressar no ambiente de contratação livre, esse cliente deixa de consumir obrigatoriamente a energia negociada pela distribuidora. 

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Recorde de migrações para o mercado livre

Com isso, os seis primeiros meses de 2024 tiveram recorde de migração para o mercado livre, com a entrada de 10.956 novos consumidores nesse segmento. O número já supera todo o ano de 2023, quando migraram 7.404 unidades. 

Houve também grande migração nos setores alimentício, com 1.261 empresas, e de manufaturados, com 1.320 unidades. 

Um dado interessante é o fato de que há também pessoas físicas passando a negociar no ambiente livre, que ainda não está aberto aos consumidores de baixa tensão, como os residenciais. Segundo a CCEE, há 127 pessoas físicas já registradas para operar nesse mercado. 

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Quase 50 mil consumidores livres

Ao todo, no fim de junho, o Brasil tinha 48.919 mil consumidores no mercado livre. No primeiro semestre, esses clientes consumiram 27,1 mil megawatts médios, o que corresponde a 37,5% de toda a demanda por energia do país. 

A previsão da CCEE é que o ano de 2024 vai terminar com 25.226 novos consumidores ao mercado livre de energia ao todo. 

Mais de 70% das empresas que entraram no mercado livre no primeiro semestre fizeram esse movimento por meio de comercializadoras varejistas. 

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Os números confirmam as expectativas das empresas do setor, que esperavam um forte interesse pelo mercado este ano.  

Muitas comercializadoras passaram a atender mais condomínios comerciais e lojas menores, como vendedores de material de construção, por exemplo. 

Procura surpreende comercializadoras de energia

São raros os casos de empresas de comercialização que captaram menos clientes do que o esperado este ano. A maioria, inclusive, foi surpreendida com o forte crescimento. 

“Contratamos, neste primeiro semestre, 52 pessoas para poder atender esses novos consumidores. Só a quantidade de clientes que entrou neste primeiro semestre superou a quantidade do ano passado inteiro”, diz o CEO da Ludfor, Douglas Ludwig.

Entretanto, o Brasil ainda tem um grande número de clientes que estão aptos a entrar no ambiente livre, mas ainda não fizeram essa opção, muitas vezes por falta de informação. 

No primeiro semestre, apenas 69 unidades consumidoras ligadas ao setor de bebidas optaram por entrar no mercado livre, por exemplo. No setor de minerais metálicos, foram somente 19 unidades. 

Ainda há muitos consumidores elegíveis

Um desafio para os próximos anos é chegar até novos potenciais clientes, sobretudo por meio de campanhas de comunicação online, aponta o CEO da comercializadora Safira Energia, Mikio Kawai Jr. 

“Percebo vários clientes que são elegíveis, mas que não fizeram esse movimento ainda, porque não foram informados ou decidiram esperar”, diz. 

De acordo com a CCEE, os consumidores que migraram para o mercado livre entre janeiro e junho deste ano estão mais concentrados em São Paulo (2.925), Rio Grande do Sul (763), Rio de Janeiro (761), Minas Gerais (489) e Paraná (458).

O aumento da quantidade de clientes no mercado livre também tem ampliado as negociações nas bolsas de energia. 

O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) registrou em julho um recorde na quantidade de contratos negociados, com mais de 13 mil operações que envolveram R$ 8,15 bilhões. O número de negociações teve um aumento de 702,3% em relação ao mesmo mês no ano anterior. 

Em junho, uma nova bolsa começou a operar no país, na expectativa do aumento do número de negociações nesse mercado, a N5X. A expectativa é que os contratos ganhem mais liquidez com o acesso a essas plataformas.