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A intenção de ampliar o Morumbi Shopping vinha sendo expressada pela Multiplan nos últimos dois anos, mas só ontem foi comunicada oficialmente ao mercado, com um investimento previsto em R$ 233 milhões. A ocupação do shopping center está chegando no limite e bateu 99,3% no terceiro trimestre, a maior taxa dentro do portfólio da companhia. Com obras previstas para começar em março de 2024, a expansão prevê a adição de mais de 7 mil metros quadrados à área do empreendimento, localizado na zona sul da capital paulista, e a readequação de outros 5,7 mil metros. A cifra é menor do que a mencionada em recentes declarações da administração, que falava sobre algo entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões, porém não contempla a revitalização de áreas já existentes do shopping.
Segundo Armando D’Almeida Neto, diretor vice-presidente e de relações com investidores da companhia, a Multiplan esperou o momento mais adequado no varejo para bater o martelo sobre a expansão. “Já falávamos sobre essa expansão em 2021, mas ali você tinha um varejo muito incerto ainda por conta da pandemia. A gente queria ver uma recuperação, uma consolidação, que é o que estamos vendo acontecer agora nos bons shoppings”, afirmou ao IM Business.
“Um outro ponto muito relevante é que o projeto precisa ser bem trabalhado. […] A gente fica sempre estressando o projeto, o que pode ser modificado, melhorado, como podemos extrair maior produtividade e oferecer a melhor experiência ao consumidor. É um desafio grande definir essa planta final”.
Com a expansão, prevista para ocorrer em três andares, a área bruta locável (ABL) do shopping chegará a 63,3 mil metros quadrados — a ABL, hoje, é de 56 mil metros. O projeto prevê espaço para 40 novas lojas, incluindo cinco que vão ser realocadas, e um rooftop, com área gourmet, para seis restaurantes. Pelo cronograma, a inauguração está prevista para o primeiro semestre de 2026.
“Historicamente, o Morumbi tem sempre demanda por espaço, porque o shopping está localizado em um dos grandes vetores de crescimento de São Paulo”, diz o CEO.
A Multiplan, atualmente, é dona de 73,7% do Morumbi Shopping e o ativo é considerado um dos mais relevantes da companhia pelos analistas.
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“O Morumbi é um dos shoppings que mais vende por metro quadrado no Brasil, sendo o shopping com mais impacto nos resultados da Multiplan. Uma expansão dessa magnitude é equivalente à aquisição de um shopping médio no Brasil”, escreveu a equipe de análise da Genial Investimentos sobre o anúncio da expansão.
Dos 20 shopping centers administrados pela Multiplan, o Morumbi foi o que apresentou as melhores métricas de vendas e aluguéis por metro quadrado no terceiro trimestre. Nesse mesmo período, as vendas dos lojistas cresceram 6,1% , para R$ 642,5 milhões. Nos nove primeiros meses do ano, a cifra chegou a R$ 1,9 bilhão, com alta de 8,5% em relação ao mesmo período em 2022.
Atualmente, a Multiplan possui duas expansões com entrega prevista para 2024, a do Park Shopping Barigui, em Curitiba, e do Diamond Mall, em Belo Horizonte. No encontro com os investidores, realizado ontem, os executivos da companhia anunciaram outras cinco ampliações até 2027, incluindo o Morumbi. As sete expansões totalizam 67,3 mil metros quadrados e, levando em conta um custo de R$ 21 mil por metro quadrado, os investimentos ficariam em torno de R$ 1,5 bilhão.
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“A companhia tem potencial total de crescimento de 1 milhão de metros quadrados. Desse total, 200 mil metros para shopping centers e 800 mil de projetos multiuso”, afirmou Eduardo Peres, CEO da Multiplan, durante a conferência. Os multiuso são projetos imobiliários adjacentes, como o Golden Lake, em bairro privativo em Porto Alegre.
“A gente vê essa migração do varejo da rua pra dentro do shopping center, então há demanda por espaço e demanda de operações novas pelo consumidor o que nos motiva a continuar crescendo”, disse o CFO, na conversa com o IM Business.
Por enquanto, a companhia sinaliza que o crescimento das operações vai continuar sendo pela via da ampliação de shoppings que já fazem parte do portfólio. Ainda que não descarte aquisições, a companhia diz que não há uma boa oferta na mesa.
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“Na prática é muito incomum ver bons shoppings virem a mercado. [..] Uma empresa com visão de crescimento, que viu o varejo crescendo dentro do shopping, não pode ficar aqui esperando uma oportunidade de terceiros”, afirma o executivo.
“O nosso jogo nunca foi crescer via compra de participações de terceiros. Nossa estratégia principal sempre foi desenvolver novas áreas. Seja através de shoppings novos ou através de expansão”, conclui.
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