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Mudança na Petrobras despertou as ‘junior oils’ – e explica fusão entre Enauta e 3R

Segundo fontes ouvidas pelo IM Business, sinergia entre os negócios abre caminho para cenário mais competitivo

Felipe Mendes Taís Laporta

Brava Energia, antiga 3R Petroleum (Divulgação 3R Petroleum)
Brava Energia, antiga 3R Petroleum (Divulgação 3R Petroleum)

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A união entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3), anunciada nesta quarta-feira (10), abre caminho para um cenário inédito de consolidação das chamadas “junior oils” no Brasil. Com o movimento, deve surgir uma petroleira mais competitiva e próxima da Prio em volume de produção, mas ainda com o desafio de incrementar sua receita, que não chega a 60% da rival, a segunda maior do setor.

Um dos maiores trunfos da combinação recém-anunciada é seu campo de atuação. Agora com presença tanto em alto mar como onshore, 3R e Enauta devem gerar sinergia com ativos de infraestrutura, gasodutos e a refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte. 

O movimento cria um desafio adicional para petroleiras menores como a PetroReconcavo (RECV3), que deve buscar alternativas após o fracasso da tentativa de união com a 3R em março. 

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A avaliação, no geral, é de que a transação com a Enauta fazia mais sentido e traria mais sinergia para o negócio. “A companhia fica bem desalavancada, com uma base de acionistas relevantes, mas pulverizada e com capacidade para fazer outras transações”, avalia um executivo próximo da operação.

Procurada pelo IM Business para comentar o negócio, a 3R não havia se manifestado até a última atualização desta matéria.

Consolidação à vista?

As junior oils apareceram na esteira do plano de desinvestimentos da Petrobras (PETR4) nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Com a venda de ativos aquecida, players menores ganharam terreno para operar, mas isso mudou após o atual governo ter congelado os planos da petroleira.

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Desde então, o desafio das menores é se manter rentáveis sem ter o que comprar do maior vendedor do mercado e também sem caixa para fazer aquisições no exterior.

“Isso precipitou o movimento de M&As que começamos a ver e que mostra um novo ciclo para as junior oils”, comenta Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

A companhia fruto da fusão soma um valor de mercado de R$ 15,8 bilhões, segundo dados de fechamento da véspera, fornecidos por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria. 

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A cifra é mais que o dobro do que vale a PetroReconcavo (R$ 6,3 bilhões). A Prio, que só perde da Petrobras em tamanho, é avaliada em R$ 41,8 bilhões.

Sobre a operação

A 3R Petroleum (RRRP3) e a Enauta (ENAT3) anunciaram que firmaram um acordo para a combinação de seus negócios, proposta que havia sido divulgada no último dia 2 de abril. O negócio incluiu a participação da Maha Energy Offshore.

A proposta prevê a incorporação das ações da Enauta pela 3R. Como resultado, a nova composição do capital social da 3R será de 53% dos acionistas da 3R e 47% dos acionistas da Enauta.

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A proposta da Enauta veio depois que a Petroreconcavo havia iniciado discussões com a 3R para uma fusão, negociações suspensas na semana passada após o avanço da rival.

O CEO da petroleira, Décio Oddone, disse à Reuters mais cedo nesta quarta-feira que a operação será finalizada ainda no primeiro semestre.

Após a fusão, a nova petroleira terá como principais acionistas o Bradesco, a gestora Jive, as famílias Gerdau e Queiroz Galvão, além da Maha Energy. 

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