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Megger reforça time de multinacionais que investem em energia eólica no Brasil 

Empresa britânica abriu um escritório, está investindo em laboratórios e pode construir uma fábrica no país

Iuri Santos

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Atentas às projeções de crescimento da geração de energia eólica no Brasil, multinacionais continuam desembarcando no país para abocanhar uma fatia desse bilionário mercado. Entre elas está a britânica Megger, que fabrica equipamentos para testes eletrônicos e instrumentos de medição para aplicações de energia elétrica. A companhia abriu um escritório no país no último ano, com investimento de 500 mil euros, e deverá aportar mais 1 milhão de euros em 2024 para inaugurar um laboratório e instalar equipamentos de ensaio. Estão em curso, também, discussões para a abertura de uma fábrica.

A operação da Megger no Brasil ainda é tímida, com faturamento anual de cerca 2 milhões de euros, apenas uma fração dos 250 milhões de euros registrados globalmente pela companhia. Mas os novos investimentos devem impulsionar os negócios da empresa, que desenvolve infraestrutura para distribuição de energia, como cabos, equipamento para subestações, ensaios, ferramentas de teste e medição e grandes equipamentos de testes de cabos de alta-tensão. A expectativa da empresa é que sua receita no Brasil dobre em 2024.

Como noticiou o IM Business, empresas de geração de energia e gás intensificaram sua atuação no Brasil em 2022, com anúncios de investimentos bilionários. Um dos mercados potenciais que mais têm chamado a atenção é o de usinas eólicas offshore, com parques instalados no mar. Segundo um estudo elaborado pela Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), o potencial de geração de energia dessa modalidade no Brasil é superior a 700 GW.

Esses parques costumam ter uma rede de distribuição subterrânea, como explica a Megger — uma expansão na distribuição de redes elétricas pelo solo, e não com estrutura aérea, é a aposta da companhia. “O investimento projetado até 2050 é da ordem de bilhões, incluindo geração offshore. Já tem empresas vindo para o Brasil para iniciar trabalhos de geração”, diz o head da divisão de cabos da Megger Brasil, Juliano Gonçalves. 

Parte da força da demanda por energia eólica é a geração de hidrogênio verde, fonte de energia que parte da decomposição da água para a obtenção de hidrogênio. Como explicou a reportagem publicada pelo IM Business, a produção ganha o selo “verde” caso a energia utilizada para o processo seja limpa.

“A demanda por energia no Brasil não deve crescer tanto, mas esses investimentos foram tracionados pelo hidrogênio verde”, aponta Gonçalves. “Esse potencial de se fazer parques eólicos perto dos portos vai permitir que se gere energia próximo aos portos e que essa energia seja exportada”.

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A Megger aventa a possibilidade de começar a fabricar, no Brasil, pelo menos uma de suas linhas de produtos, mas os planos ainda estão em estudos. Hoje, a empresa tem um departamento comercial e está montando o laboratório para reparo, manutenção e calibração de equipamentos. Também estarão no Brasil os equipamentos mais importantes de ensaio para demonstrações a clientes e o corpo técnico necessário.

Para aumentar a presença no mercado brasileiro, a Megger terá que concorrer com empresas já consolidadas no país, como Omicron, HVEX e Baur.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.