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A Medystems, do grupo JL Health, faturou R$ 830 milhões em 2023 e foi responsável pela maior parte da receita bilionária obtida por sua holding no período. O objetivo é dobrar o faturamento em dois anos. A empresa, especializada em importação e venda de equipamentos para clínicas de estética de alto padrão, deu seus primeiros passos no início dos anos 2000 e é uma das pioneiras no segmento.
“A gente sempre trabalhou com as tecnologias mais caras do mercado. É muito importante que a tecnologia entregue resultado para o paciente”, disse Jose Luiz Lopes Pinto, fundador da companhia em entrevista ao podcast Do Zero Ao Topo. “Não é todo ano que surge uma tecnologia capaz de fazer grande diferença. As quebras de paradigma ocorrem, em média, a cada cinco anos”, explica.
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A trajetória do executivo teve início na empresa de material de construção do pai, em Juiz de Fora (MG), onde Jose Luiz começou a trabalhar ainda na adolescência. “O negócio era grande, a gente chegou a ter lá uns 150 funcionários”, explica. Aos 30 anos, ele já ocupava um cargo de gerente-geral. “Eu não via muita perspectiva de crescer”.
A guinada veio no ano 2000, quando Jose Luiz se mudou para São Paulo para ajudar a irmã, dermatologista, a montar uma clínica de estética com um aparelho de luz pulsada, tecnologia que era novidade na época. “Ela já trabalhava em uma clínica de referência na cidade que utilizava essa tecnologia e queria montar o próprio negócio com um desses equipamentos”, conta.
Naquele período, a oferta de tecnologias desse tipo ainda era bastante restrita. “Custava caríssimo, era uma coisa fora da realidade, o preço de uma Ferrari”, relembra Jose Luiz. O investimento custou toda a poupança dos irmãos e alguns empréstimos, mas se mostrou uma decisão acertada. Além da clínica também ter se tornado uma referência, eles passaram a alugar a máquina para terceiros em períodos ociosos do equipamento.
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A ideia de um novo negócio
A demanda do aluguel estava alta e para não deixar a clínica desfalcada do próprio aparelho, surgiu a ideia de comprar mais um. É nesse momento que Jose Luiz aciona um antigo sócio e decide montar uma empresa de locação de equipamentos para clínicas de estética. Em pouco tempo, já tinham cinco máquinas e novos planos de expansão, apesar do alto custo do negócio.
“O custo das máquinas era em dólar. O Real ainda estava se firmando naquele período e não havia muitas linhas de crédito. Poucos tinham a capacidade de adquirir o equipamento”, afirma o executivo. Em um passo importante, a empresa assumiu a distribuição no Brasil do Starlux, um equipamento utilizado em procedimentos de rejuvenescimento e depilação.
“Era uma tecnologia de luz pulsada, muito reconhecida lá fora, de nome muito forte. Continuei participando de congressos [de medicina] e surgiram outras distribuições para a gente assumir”, diz Jose Luiz.
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Anos depois, em 2016, o executivo rompeu a sociedade e a maior parte do portfólio de equipamentos ficou com ex-sócio. “Foi o ano em que eu quase desisti do negócio”, admite Jose Luiz. Porém, uma tecnologia de ultrassom microfocado usado em tratamento de flacidez, o Ultraformer, deu um novo rumo para a empresa.
“Os médicos abraçaram essa tecnologia de corpo e alma pelo que ela entregava e o resultado imediato ao paciente. Foi um divisor de águas, pois, a partir daí, a Medsystems teve um crescimento exponencial”, afirma o executivo.
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As mudanças na indústria
A Medsystems está nesse mercado desde que a produção de equipamentos para clínicas de estética estava concentrada nos Estados Unidos. Hoje, países como Israel e Coreia do Sul também são fornecedores expressivos desse segmento, sem falar nas cópias chinesas crescendo em paralelo.
“Ainda somos os principais fornecedores das clínicas de alto padrão no Brasil, mas a gente começou a atender outros segmentos pela própria necessidade do negócio, o que nos obrigou a ter um portfólio mais flexível, com tecnologias mais caras que vão para a área médica e mais baratas, direcionada a clínicas de estética e franquias”, afirma Jose Luiz.
Além da Medsystems, debaixo do guarda-chuva da JL Health estão as empresas Advance Vision, de produtos oftalmológicos, a Botoclinic, rede de clínicas de botox somada ao portfólio da holding após um investimento de R$ 225 milhões do private equity da XP, e a Aeskins, empresa de preenchedores injetáveis adquirida em março deste ano.
“O nosso desafio agora é criar nossa marca própria, ter uma indústria debaixo do nosso portfólio que possa nos tornar mais independentes e continua crescendo no mundo da estética”, conclui o executivo.
Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo entra no seu quinto ano de vida e traz, a cada sexta-feira, a história de mulheres e homens de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio.
O programa já recebeu nomes como o Fernando Simões, do Grupo Simpar; Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio Diniz; Rodrigo Galindo, chairman da Cogna; Paulo Nassar, fundador e CEO da Cobasi; Mariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link.
