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Madero tem menor dívida em 3 anos, mas vai manter “pé no freio” em abertura de lojas

Empresa vai continuar buscando redução do endividamento para depois voltar a acelerar expansão

Mitchel Diniz

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O Grupo Madero, rede de restaurantes multimarcas do chef Junior Dursk, conseguiu uma redução relevante de dívida no segundo trimestre de 2024 e apresentou crescimento de dois dígitos na receita e lucro. A empresa segue mantendo a postura mais conservadora em relação ao seu ritmo de expansão e vai continuar buscando a redução do endividamento para voltar a acelerar a abertura de novas lojas. 

Leia mais: Junior Durski admite que faltou critério no plano de expansão do Madero: “50 lojas por ano é muito”

O Madero Container, em São José dos Pinhais, no Paraná, foi a única abertura entre abril e junho deste ano. Hoje, a rede possui 275 restaurantes. Naqueles abertos há mais de um ano, as vendas (same store sales) cresceram 8,6% no segundo trimestre, comparando com um ano atrás. A receita operacional líquida avançou 20,9% no mesmo intervalo, para R$ 497,1 milhões.

Assim, o lucro do grupo fechou o período em R$ 43,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 28 milhões de um ano antes. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 57,5%, para R$ 152,4 milhões. De acordo com o Madero, os números são recordes. 

Madero Container em São José Pinhais, única loja aberta no 2T24 (Divulgação | Gerson Lima)

Dívida e caixa são prioridades

A empresa informou ter sido beneficiada pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado durante a pandemia de covid-19 para atenuar os efeitos da crise sanitária. O programa, que foi reformulado em abril deste ano, contribuiu com R$ 40,5 milhões à receita da companhia. Não fosse isso, o Ebitda da Madero ficaria em R$ 119,8 bilhões, com crescimento anual de 26,6%.   

“Tudo o que estamos gerando vamos utilizar para reforçar caixa e baixar dívida”, afirmou afirmou Ariel Szwarc, CFO do Madero, ao InfoMoney

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Junior Durski (Divulgação)

A dívida líquida do Madero encerrou o segundo trimestre em R$ 668,8 milhões, com uma queda de 24% em relação a um ano atrás, quando o montante estava em R$ 880,3 milhões. É o menor nível de endividamento desde que a empresa começou a publicar balanços, em 2021. 

A dívida bruta ficou em R$ 953,9 milhões, com queda de 2,7% em relação ao primeiro trimestre e de 4,1% em bases anuais. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, que chegou a 15 vezes em meio à pandemia, ficou em 1,31 vez. A rede de restaurantes terminou o trimestre com R$ 285,1 milhões em caixa e aplicações financeiras. 

Tendência

No mês passado, o Grupo Madero anunciou ter tomado um financiamento de R$ 500 milhões com cinco bancos no intuito de pagar a parte mais cara de sua dívida, no total de R$ 423,2 milhões. O financiamento tem um prazo de cinco anos, sendo o primeiro vencimento dentro de 18 meses. 

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A rede de restaurantes tomou os recursos a uma taxa de CDI+3,85%. A partir de abril do ano que vem, os juros serão reduzidos para CDI+2,75%. “É uma tendência continuar reduzindo a dívida líquida nos próximos trimestres, pois, a partir de agora, o custo dos juros vai cair muito”, diz o CFO. 

O Madero também quer reduzir o valor investido na abertura de novas unidades e diz estar conseguindo. O Madero Container de São José dos Pinhais, inaugurado no último dia 30 de junho, custou R$ 3,3 milhões – é quase metade do valor que a empresa costumava investir nesse tipo de restaurante.

“Esse novo patamar de investimento é muito importante para nós porque o retorno do capital investido aumenta muito”, conclui Szwarc.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados