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Livance recebe aporte de R$ 65 milhões para continuar sua expansão

Empresa vai focar em SP e Rio para dobrar número de unidades e pretende atingir o breakeven no ‘médio prazo’

Lucas Sampaio

Os fundadores da healthtech Livance: Cláudio Mifano (CEO), Gustavo Machado e Fábio Soccol (Foto: Divulgação)
Os fundadores da healthtech Livance: Cláudio Mifano (CEO), Gustavo Machado e Fábio Soccol (Foto: Divulgação)

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A Livance, rede de consultórios e infraestrutura para médicos e profissionais de saúde, anunciou nesta terça-feira (28) uma captação de mais R$ 65 milhões para continuar a sua expansão. O aporte foi liderado pela gestora de Venture Capital (VC) monashees e teve a participação da Terracotta Ventures e da Cadonau Investimentos, que já são acionistas.

A healthtech tem atualmente 14 unidades em 4 cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Barueri e Campinas), e o objetivo é chegar a 30 nos próximos dois anos. O dinheiro também será usado para investir em tecnologia e na digitalização de processos. Para isso, o número de funcionários deve saltar dos atuais 200 para 300 – e o breakeven, ficar para o médio prazo.

O CEO e cofundador, Cláudio Mifano, diz que o foco da expansão vai ser continuar crescendo em São Paulo e no Rio, para depois mirar outras cidades (e estados), e que “parte importante” do aporte vai para tecnologia – sem quantificar quanto. “É o que viabiliza o nosso sistema de negócio e o que permite evoluir o nosso produto”.

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A empresa tem unidades físicas com consultórios, para que profissionais de saúde possam atender seus pacientes, mediante o pagamento de uma mensalidade mais um custo variável (de acordo com o uso dos espaços). Ela também oferece toda a parte administrativa, como secretária, agendamento de consultas, liberação do plano de saúde e pagamento, e o gasto com tecnologia e digitalização vai ser para melhorar a sua plataforma e alguns processos burocráticos, como a aprovação de consultas e procedimentos em planos de saúde.

Mifano, que também é chefe do comitê de inovação do hospital Albert Einsten (e membro do comitê de finanças), diz que mais de 6 mil profissionais cadastrados na Livance pagam a mensalidade todo mês atualmente. Diz também que, no começo de 2024, a companhia deve chegar a 1 milhão de pacientes atendidos – por número de CPFs, não por atendimentos. A healthtech também tem parcerias com operadoras de planos, como a Porto Saúde.

O CEO não abre números da empresa, como o faturamento, mas diz que a receita dobrou em 2021 e deve crescer quase isso neste ano. Para os próximos, a expectativa é que o crescimento se situe em uma faixa entre 50% e 100% e que o breakeven seja finalmente atingido (quando a geração de caixa poderá sustentar o crescimento).

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“Ainda não atingiu o breakeven por uma estratégia nossa, de focar mais em crescimento”, minimiza Mifano. “Temos números saudáveis, mas temos uma empresa preparada para um crescimento maior. A gente se preocupa muito com a rentabilidade do produto, mas nosso plano é chegar a esse ponto mais adiante. Não é algo para o curto prazo”.

Fundada em 2017 por Mifano e pelos sócios Fábio Soccol e Gustavo Machado, a Livance já havia recebido um aporte R$ 30 milhões em junho de 2021 (além da Terracotta e da Cadonau, participaram da primeira rodada a Astella Investimentos, a Green Rock e a Mago Capital). O CEO diz que “boa parte” desse recurso já foi usado e que a nova captação é para acelerar o crescimento. “A gente poderia ter levantado menos dinheiro, para uma tocada mais devagar, mas a ideia é acelerar”.

Mifano também não abre o valuation atual da empresa, mas diz que ele ficou acima da rodada anterior, mesmo com o cenário atua de crédito mais restrito de Venture Capital. Para ele, a Livance havia sido precificada corretamente na primeira captação, ao contrário de outras teses de investimento, por isso não houve uma remarcação para baixo do seu valor. “Posso te dizer que tivemos uma remarcação para cima. Um incremento importante, porque na última rodada não tivemos um valuation estratosférico. Não foi desproporcional, como talvez tenha sido o caso de algumas empresas. O nosso foi bom, mas dentro da nossa estratégia de crescimento”.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.