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Lideranças de tecnologia ganham protagonismo nas empresas – mas se distanciam de CEOs

Levantamento realizado pela IDC Brasil, sob encomenda do Google Cloud, aponta queda no nível de proximidade entre CTIO e principal executivo nas companhias

Iuri Santos

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Cada vez mais importantes nas decisões de negócios de empresas, lideranças de tecnologia tem se distanciado dos CEOs para estar em contato com outras áreas das organizações. Em 2024, apenas 16% dos CTIOs (lideranças de tecnologia da informação) disseram estar mais próximos do principal cargo executivo, contra 38% em 2023. Os dados são do estudo ‘CTIOs no Brasil’ realizado pela IDC Brasil, sob encomenda do Google Cloud (GOOGL).

“O tema do distanciamento entre CEO e CTIO chama a atenção. Por um lado, o executivo de tecnologia está muito mais envolvido na área de negócio, o que é fantástico, porque esse é o papel da tecnologia: servir ao negócio, ser o negócio”, diz Ricardo Fernandes, head Google Cloud Brasil.

A avaliação de Fernandes, no entanto, é de que o efeito adverso em distanciamento dos CEOs pode ter um impacto importante no letramento dos pares no tema da tecnologia – em especial com o crescimento da inteligência artificial.

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“Percebe-se que o CTIO hoje estuda mais, questiona mais, pede apoio, transfere conhecimento, para que ele mesmo possa fazer esse letramento. Isso é importante tanto a nível de conselho quanto C-Level”, aponta Fernandes. “Vimos na pandemia muita empresa se digitalizando e poucas de fato se transformando. Aquelas que conseguiram a transformação tiveram apoio irrestrito do conselho e do C-level.”

Ricardo Fernandes, head Google Cloud Brasil (Foto: Divulgação/Google)

Um dos impactos do crescente interesse em IA generativa por empresas resultou em um papel estratégico do CTIO mais dedicado à inovação. A percepção para 72% dos líderes que responderam à pesquisa é de que o tema sido muito mais abordado em reuniões ou fóruns dentro de suas companhias. O levantamento mostra 68% desse grupo buscando mais informações sobre tecnologias emergentes, como a IA generativa, enquanto em 2023 essa porcentagem era de 37%.

Outro aspecto que valoriza o papel do CTIO apresentado no estudo se refere ao orçamento para a digitalização da empresa. Em 2024, 53% das lideranças contam com orçamento dedicado para a digitalização, separado do orçamento para sustentação da área de TI. Em 2023, essa porcentagem era de 29%.

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Embora os indícios sejam de uma maior influência do setor de tecnologia nas empresas, 39% dos pesquisados ainda consideram que o orçamento para a condução de iniciativas de tecnologia é insuficiente. Parte disso, avaliam os responsáveis pela pesquisa, se dá pela própria falta de letramento. A preocupação com o orçamento subiu de 26% em 2023 para 41% em 2024.

“Em paralelo a esses dados, a sinalização é de que o orçamento deve se expandir. A questão é que há muita experimentação que vai acontecendo nessas empresas, o que demanda um esforço adicional”, afirma Luciano Ramos, country manager da IDC Brasil. “Sem dúvida, há um provisionamento, mas para muitas das empresas, que ainda estão descobrindo, às vezes é difícil acertar na mosca”, avalia.

Uma avaliação comum no mercado é de que 2025 se tornaria em uma espécie de ano dos casos de uso em inteligência artificial generativa para as companhias, após um período de experimentação. Na avaliação de Fernandes, do Google Cloud, a implementação dessas tecnologias pode ser o passo necessário para que executivos sejam mais capazes de dimensionar as verbas que devem ser dedicadas à inovação.

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Produtizar e escalar o uso da IA dentro da organização, em diferentes áreas e iniciativas é apontado como o principal desafio para implementar IA em suas empresas por 38% dos respondentes da pesquisa, atrás apenas da dificuldade em garantir a qualidade dos dados utilizados (42%), enquanto em 2023 esse índice era de 24%.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.