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Em um rápido leilão realizado na tarde desta sexta-feira (29) na B3, em São Paulo, o governo do Paraná garantiu mais de R$ 17 bilhões de investimentos em rodovias do Estado no segundo lote de estradas concedidas neste ano. O vencedor foi o Consórcio Infraestrutura PR, composto pelas empresas EPR e Perfin, que levou em lance único e com um deságio praticamente mínimo de 0,08% no preço de pedágio proposto.
Mas, a exemplo do que ocorreu no leilão do primeiro lote, realizado no fim do mês passado, o que chamou a atenção foi a ausência de players tradicionalmente mais ligados ao segmento de infraestrutura, como as listadas CCR e Ecorodovias. A baixa concorrência não passou despercebida pelo governo, que acredita que poderá reverter o jogo nos próximos certames.
“Nós sabíamos que seria um leilão de baixa concorrência devido ao alto investimento, mas estamos otimistas com a volta das concessionárias nos leilões da [BR] 381 e 040 [previstos para novembro e dezembro, respectivamente] ”, afirmou o ministro do Transporte, Renan Filho, em conversa com jornalistas. “Estamos em discussão com o TCU para repactuar os contratos da BR-163 e outras concessões, para que possamos, no futuro, trazer as concessionárias para os leilões.”
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Na véspera do leilão desta sexta-feira, o CEO da CCR, Miguel Setas, já havia dito que a empresa não participaria da disputa deste lote, mas indicou que deverá participar do próximo certame. “A formulação das exigências regulatórias para esse investimento não nos dava garantia de uma rentabilidade adequada em relação ao risco”, disse Setas, durante o investor day promovido pela companhia.
Com a ausência de empresas tradicionalmente ligadas à operação de rodovia, os fundos de investimentos “nadaram de braçada” nos leilões do Paraná. Na primeira rodada, um consórcio entre o Pátria Investimentos e o Fundo Soberano da Arábia Saudita (PIF, em inglês) venceu o lote da dupla EPR-Perfin com deságio de 18,25% e o compromisso de investir R$ 7,9 bilhões em obras nos próximos 30 anos.
“Foram ativos que nos chamaram a atenção a importância das rodovias concedidas, por ter uma demanda de tráfego conhecida, há um histórico. Estudamos muito bem o ativo e tivemos a convicção de que poderíamos ser efetivos nesse contrato”, explicou José Carlos Cassaniga, diretor-presidente do Grupo EPR.
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Para um importante executivo do setor, a modelagem dos contratos fez mais sentido para os fundos de investimento, que têm em sua estratégia fomentar o ativo e sair antes do fim da concessão. “Para quem vai ficar os 30 anos, o cálculo de risco e retorno é diferente”, diz a fonte. Pesa ainda a favor das gestoras o fato delas terem mais fôlego financeiro do que as concessionárias neste momento, especialmente em uma fase em que as companhias buscam desalavancar seus balanços antes de assumirem novos contratos.
Aline Klein, especialista em infraestrutura e sócia do escritório Vernalha Pereira, lembra ainda que algumas empresas estão em negociações com o governo federal para repactuar seus contratos, em função de desequilíbrios de demanda provocados pela pandemia, o que reduz a disponibilidade de recursos imediatos. “Isso leva a uma maior seleção dos projetos em que vão aportar recursos”, afirma.
O lote 2, leiloado nesta sexta-feira, prevê R$ 10,8 bilhões em obras de melhoria das rodovias estaduais PR-092/151/239/407/408/411/508/804/855, em um total de 605 quilômetros, enquanto outros R$ 6,5 bilhões serão em custos operacionais pelos próximos trinta anos. Um dos atrativos do lote, na visão do mercado, era a conexão da região metropolitana do Paraná com a capital e, também, por cuidar do trecho que leva até o Porto de Paranaguá, sendo uma importante via de escoamento para o agronegócio.
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