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Exportar para a China, embora rentável, não é missão fácil para as empresas brasileiras. O Brasil já está consolidado como um grande fornecedor de commodities aos asiáticos, mas os setores que trabalham com produtos de maior valor agregado ainda enfrentam dificuldade de capital de giro para suportar uma operação tão complexa.
“O custo de capital no Brasil é alto e, ao vender para a China, o varejista chinês tem o prazo dele. Entre o envio das mercadorias, desembaraço e prazo de pagamento são de seis a sete meses para ele poder ‘brincar’ neste mercado”, lembra André Skaf, sócio da Sete Partners, que apresenta ao mercado nesta semana a Tianjin Food Sete, uma joint venture com a estatal Tianjin Food Group para ampliar a distribuição de produtos do Brasil nos mais de 100 mil pontos de vendas que a TFG consegue acessar naquele país.
Anunciada em março, durante missão comercial do Brasil na China, e lançada oficialmente no fim de setembro, a joint venture investirá US$ 1 bilhão em uma janela de cinco anos para levar mais produtos brasileiros — entre eles açaí, cupuaçu e cosméticos — às prateleiras do varejo chinês. O plano de investimento será definido no próximo mês.
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Boa parte dos recursos está destinada para garantir o capital de giro aos exportadores. Soluções financeiras a um custo de capital “padrão China” é um dos objetivos. “Se o empresário tem, por exemplo, um custo de capital de 20% ao ano para chegar até a China hoje, ele poderá ter isso a 3,8% ao ano [com a joint venture]. Então passa a fazer muito mais sentido”, prossegue o sócio da Sete Partners.
Outro diferencial da nova empresa, afirma, está na capacidade de armazenamento refrigerado da Tianjin Food Group. Dos 6 milhões de toneladas que o país tem capacidade de estocar em câmaras de refrigeração, a TFG possui um terço disso. “Garantir um shelf life maior para os nossos produtos também é um desafio para ampliar o mercado”. A Sete afirma já ter acordo com grandes marcas brasileiras, com a expectativa de que os primeiros produtos cheguem ao mercado chinês em janeiro de 2024.
“A classe média alta chinesa está consumindo mais produtos importados. Os chineses estão buscando uma vida mais saudável e o Brasil tem essa imagem lá fora. Pessoas atléticas, que mostram o corpo, fazem ginástica. Então, nossa ideia é levar um pouco desse DNA do Brasil”, prossegue André Skaf, que toca a iniciativa com o sócio Roberto Rzezinski.
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Outra solução financeira estudada é realizar as operações de câmbio diretamente de real para yuan, sem a necessidade de utilizar o dólar como moeda “ponte”. “O importante é que a dívida do exportador esteja na moeda que ele está vendendo, então ele não corre o risco da moeda”, explica Skaf.
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