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Joint venture lança nova Bolsa para comercialização de energia

N5X nasce a partir de fundo apoiado pela B3 com a EEX, maior Bolsa para venda de energia do mundo

Rikardy Tooge

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Para aproveitar as oportunidades que vão surgir a partir das mudanças no mercado livre de energia, previstas para o início de 2024, a L4 Venture Builder, fundo apoiado pela B3, em uma joint venture com a Nodal Brazil, parte do Grupo EEX, lança nesta terça-feira (3) a N5X, uma nova Bolsa para a negociação de energia. A companhia surge para ser contraparte de comercializadores, geradores e grandes consumidores de eletricidade, em um mercado estimado em R$ 150 bilhões no país.

“A partir do lançamento, agora vamos procurar os grandes players para entender as dores deles e quais produtos podemos oferecer”, explica Dri Barbosa, CEO da N5X. Segundo a executiva, a experiência da EEX, sigla para European Energy Exchange, será um grande diferencial em relação a outras iniciativas que já existem no Brasil. “Estamos falando da maior Bolsa de energia do mundo, em uma região em que há mercados 100% liberalizados, como na Alemanha e no Reino Unido, por exemplo”, acrescenta.

A partir desse road show com os participantes do mercado livre de energia é que a N5X pretende divulgar quais soluções devem entrar em negociação no próximo ano. Pode ser desde uma contraparte central para negociação simples entre uma comercializadora e um consumidor até derivativos. “Aqui no Brasil ainda vemos muitas negociações bilaterais e temos a oportunidade de ampliar a contraparte, o que acaba dando segurança jurídica para os dois lados. Podemos ter hedges também, tudo vai depender da necessidade dos clientes – a título de comparação, nos Estados Unidos, temos mais de mil derivativos de energia, então existem inúmeras possibilidades”.

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Dri Barbosa, CEO da N5X: nova Bolsa quer aumentar o giro de negócios no mercado de energia (Divulgação)

A N5X não é a primeira empresa a se aventurar no mercado livre de energia. A BBCE, que possui grandes empresas de energia na sua base acionária e de clientes, é uma incumbente do segmento no país. A despeito de ter concorrentes há mais tempo no jogo, Dri Barbosa diz que existe muito espaço a ser aproveitado. “Quando olhamos para o mercado de energia, apenas 35% faz parte do mercado livre e, desse total, apenas 30% é negociado em um balcão organizado. O giro de mercado no Brasil é de 4,27 vezes, enquanto o benchmark mundial é de 10 vezes”, explica a CEO.

A partir de 1º de janeiro de 2024, mais de 100 mil novos consumidores de alta tensão deverão entrar no mercado livre de energia e poderão comprar o insumo diretamente de geradoras ou comercializadoras, barateando seu acesso à energia. O Brasil é o sexto maior mercado consumidor de energia elétrica do mundo, com mais de 90 milhões de pontos de consumo. Outro diferencial é a matriz energética brasileira, onde 83% das fontes são renováveis, um diferencial para companhias que buscam a descarbonização.

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Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br