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Mudanças à vista na Bossanova. A começar pelo nome: a empresa de venture capital, que, agora, se chama Bossa Invest, anunciou, hoje (31), que João Kepler, fundador da empresa, está deixando a principal cadeira executiva. Paulo Tomazela, executivo do mercado de venture capital e Head de Fundos da KPTL, assume a cadeira.
“Hoje, eu escrevi meu discurso de saída. Estou bem emocionado com essa mudança, mas sei que o que fez a Bossa chegar até aqui não é o que vai fazer a gente alcançar o sonho da empresa. É preciso colocar o orgulho no bolso e dar o próximo passo. O ‘filho’ já está criado e crescido”, disse Kepler em entrevista ao IM Business, dias antes do anúncio oficial.
Depois de conduzir a Bossa por oito anos e levar a empresa ao patamar de mais de 1.500 startups investidas e mais de 100 exits, Kepler atuará como Chief Visionary Officer, um cargo criado para ele, com foco principal em relacionamento com empreendedores e investidores.
Ele também buscará a criação de novas vias e estratégias de crescimento para a empresa, como a Platta, plataforma de equity crowdfunding do grupo.
Com experiência em fundos de cheques maiores, Paulo Tomazela já dava expediente no mesmo edifício onde fica a Bossa. “Tenho 15 anos de experiência em VC, mas meus clientes sempre foram institucionais e family offices, que pedem mais compliance e estruturação, e vou trazer os aprendizados com este público, de late stage”, afirma.
A estratégia da Bossa, com as mudanças, é atrair novos investidores e preparar-se para uma oferta pública na Nasdaq, nos Estados Unidos, em 2026. “A Bossa, agora, passa a ser uma empresa tech: casa de ferreiro, espeto de ferro. Queremos ampliar, mas não vamos sair do early stage, que foi o que nos trouxe até aqui. Não estamos mudando nossa tese: ela está comprovada e muito estruturada, mas queremos buscar outras oportunidades”, diz Kepler.
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O processo de transição começou a ser desenhado há seis meses. “Fiz uma análise de todo o trabalho feito, o crescimento da empresa, as metas e os desafios e entendemos que temos um novo desafio que requer muito mais dedicação e gestão profissionalizada. Contratamos a Falconi [consultoria que desenvolveu o Orçamento Base Zero] e chegamos a um consenso entre os sócios”, conta Kepler.
Cenário nacional
Apenas na primeira metade de 2023, a Bossa investiu em 50 startups, com aportes que somam mais de R$ 20 milhões – o que fez deste ano o terceiro melhor até o momento. E a maior parte desses cheques (R$ 14,6 milhões) foi assinada no segundo trimestre. Para isso, a empresa mudou sua área de gestão de portfólio, que agora empreende todos os esforços para o crescimento das startups, incluindo aceleração e conexões estratégicas.
“Não seguimos os modelos de valuations malucos que foram vistos lá fora. A Bossa não errou a mão de colocar dinheiro a qualquer custo. Com isso, passamos pelo momento mais agudo de forma tranquila”, afirma Tomazela.
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A projeção para os próximos meses também é positiva, com a expectativa de fechar o ano totalizando R$26 milhões investidos no período.Um dos motivos para o ambiente favorável é o aquecimento do mercado de M&A e CVC no ecossistema brasileiro e, para o novo CEO da Bossa, a perspectiva é positiva. “Nosso problema nunca foi falta de empreendedores para investir, sempre foi como atrair investidores. Com a nossa nova estratégia, vejo os próximos três anos como ótimos para a nossa operação”, diz Tomazela.
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