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JBS quer “enriquecer estratégias” com Wesley e Joesley Batista no conselho

Responsáveis pelo crescimento e internacionalização da companhia, empresários retomam assentos após pior resultado desde o IPO

Alexandre Inacio

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A administração da JBS (JBSS3) indicou ontem os nomes dos irmãos Wesley e Joesley Batista para ocuparem os dois novos assentos criados no conselho de administração da companhia. O chamado ocorreu no mesmo dia em que a companhia reportou seus piores resultados desde a listagem na bolsa, em 2007.

Filhos do fundador, José Batista Sobrinho, os empresários foram os grandes responsáveis pelo crescimento e pelo processo de internacionalização na primeira década pós-IPO. Contudo, se afastaram do dia a dia na esteira de uma delação de Joesley, no âmbito da Operação Lava Jato, que sacudiu o governo do presidente Michel Temer.

“A presença [de Wesley e Joesley Batista] no conselho vai enriquecer as discussões estratégicas no board”, disse o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, durante telconferência com analistas na manhã desta quarta-feira

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Em todo o ano passado, a JBS registrou prejuízo líquido de pouco mais de R$ 1 bilhão, ante lucro de R$ 15,4 bilhões em 2022. Foi a primeira vez em 12 anos que a companhia fechou um ano no vermelho. O último prejuízo havia sido em 2011, quando o resultado ficou negativo em R$ 75,7 milhões.

Pelo segundo ano consecutivo, a companhia viu seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuar. Em 2023, o Ebitda caiu pela metade (50,4%), para R$ 17,14 bilhões, o pior patamar dos últimos cinco anos. Em 2022, o indicador já havia caído 24,3% em comparação ao ano anterior.

A grande pedra no sapato da JBS em 2023 foi a operação americana de bovinos. A vertical registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 563,5 milhões, o pior resultado dos últimos sete anos.

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O desempenho é consequência do atual ciclo de produção de bovinos nos Estados Unidos. A retenção de matrizes para produção de bezerros enxugou a oferta de animais para abate, elevando os preços em uma velocidade muito maior do que a capacidade de repasse ao consumidor.

Diante do quadro inflacionário nos Estados Unidos, os consumidores americanos têm vivido um pouco da realidade comum no Brasil. “Os preços da carne [bovina] mais altos têm levado a demanda para o porco e o frango. Na carne bovina, temos visto uma procura por cortes com preços menores”, disse Wesley Batista Filho, presidente da JBS USA.

Para Batista Filho, não existe nada estrutural identificado no mercado. Segundo ele, a operação americana passou tanto por mudanças na área comercial como industrial ao longo de 2023. “A eficiência vem melhorando, mas ainda não está 100%”, disse ao analistas.

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