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Itaú protocola ação de responsabilidade contra ex-diretor financeiro e pede R$ 3,3 mi

O Itaú afirma que Broedel recebeu indevidamente valores pagos pelo banco a Martins por serviços de consultoria prestados ao longo de cinco anos, entre 2019 e 2024

Estadão Conteúdo

Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do Itaú. Foto: Reprodução
Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do Itaú. Foto: Reprodução

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O Itaú Unibanco (ITUB4) entrou com ação de responsabilidade contra o ex-diretor financeiro do banco Alexsandro Broedel e o professor de contabilidade Eliseu Martins, e pede a devolução de R$ 3,350 milhões que o ex-executivo teria recebido indevidamente. A ação se refere a acusações que o banco fez aos dois em dezembro do ano passado.

O Itaú afirma que Broedel recebeu indevidamente valores pagos pelo banco a Martins por serviços de consultoria prestados ao longo de cinco anos, entre 2019 e 2024. Estes serviços foram aprovados pessoalmente pelo executivo, de acordo com o conglomerado, o que configuraria conflito de interesse: Broedel e Martins são sócios em uma empresa desde 2012, relação esta que não foi declarada pelo ex-diretor ao banco ao longo do período em que ele exerceu a função.

Na ação, a defesa do Itaú diz que Broedel recebeu cerca de 40% dos valores que o banco pagou por estes serviços, através de transferências feitas da empresa contratada pelo conglomerado a outras, geridas pelos filhos de Martins, que depois faziam envios à Broedel Consultores, empresa em que Broedel e Martins são sócios.

Essa estrutura, de acordo com os advogados, deixa claro que os atos foram deliberados. Eles alegam que o banco pediu aos envolvidos explicações sobre a natureza das transferências, mas que “a legitimidade e legalidade das condutas dos réus jamais foram demonstradas”.

A ação informa ainda que os atos de Broedel foram descobertos após revisões dos controles internos, feitas depois que o executivo deixou o banco, em meados do ano passado. Broedel saiu do Itaú após aceitar um cargo na diretoria do Grupo Santander, na Espanha, que ele ainda não assumiu devido ao período de transição. O Itaú interrompeu o “garden leave” (período de não-concorrência) do ex-diretor após as descobertas.

Além de trabalhar junto com Broedel, Martins fazia empréstimos recorrentes de recursos ao ex-diretor, de acordo com a defesa do Itaú, fator que reforçaria o suposto conflito de interesse e a violação de normas do banco.

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Na ação, os advogados afirmam que o banco apurou que o ex-executivo tinha situação financeira incompatível com o cargo que exercia. Essa informação toma como base levantamentos feitos junto a serviços de proteção de crédito, e também a bases judiciais públicas.

Eles elencam ações de dois bancos, Bradesco e Safra, que foram à Justiça para cobrar dívidas de Broedel. No primeiro caso, segundo eles, ele admitiu não ter condições de pagar o valor à vista. Em ambos, fechou acordos para quitar os débitos em parcelas. Além disso, a Prefeitura de São Paulo também entrou com processo contra a Broedel Consultores, de natureza fiscal.

Os processos dos dois bancos foram ajuizados em 2022. O processo da Prefeitura contra a Broedel Consultores foi ajuizado em 2023, com suspensão naquele mesmo ano após um pedido de parcelamento por parte da empresa, e retomada no ano passado diante do não-pagamento das parcelas.

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A reportagem procurou por Broedel e Martins, que não se manifestaram até o fechamento deste texto.