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Incognia capta R$ 155 milhões com Bessemer Venture Partners e quer transformar EUA em seu oásis

Startup vê Estados Unidos como porto seguro para expansão e almeja passar dos atuais 370 milhões de usuários para 1 bilhão em 18 meses

Felipe Mendes

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A empresa de segurança digital Incognia divulgou nesta quarta-feira (31) que captou US$ 31 milhões (ou o equivalente a R$ 155 milhões) em uma rodada de investimento Series B liderada pelo fundo americano Bessemer Venture Partners. O aporte também contou com a participação da FJ Labs e dos investidores atuais, como Point72, Prosus, Valor Capital e Unbox Capital. O aporte servirá para a ampliação da infraestrutura da empresa, que hoje presta serviços de cibersegurança para 25 clientes, incluindo iFood e Rappi, que atuam no mercado de entregas a domicílio, e a rede social americana Nextdoor.

Espalhada por quatro escritórios – São Paulo e Recife, no Brasil, e Nova York e San Jose, nos Estados Unidos –, a Incognia pretende passar dos atuais 370 milhões de usuários com tecnologia embarcada em seus dispositivos no mundo para 1 bilhão nos próximos 18 meses. Em entrevista ao IM Business, André Ferraz, CEO e cofundador da Incognia, diz que o objetivo é elevar a Incognia à posição de liderança do mercado nos próximos anos. “A empresa está crescendo muito rápido e em escala global. O produto está sendo adotado em muitos mercados diferentes, como nos Estados Unidos, em países da Europa, na Índia e no Brasil, e em diversos segmentos, no mercado bancário e em plataformas de e-commerce”, afirma. “Pouquíssimas empresas conseguiram criar um produto de prevenção a fraudes em múltiplas geografias como o nosso, então estamos vendo uma oportunidade de criar um player que vai liderar o mercado global.”

Ferraz revela que a empresa estava capitalizada e não pretendia, por ora, realizar uma nova rodada de investimentos tão cedo – a última havia sido em junho de 2022, quando a startup levantou US$ 15,5 milhões –, mas que o interesse e o know-how da Bessemer nesse mercado de atuação fizeram a diferença para a mudança dos planos. “A gente resolveu acelerar porque gostamos muito do investidor. A Bessemer é o fundo que mais demonstrou conhecer sobre o ecossistema de fraudes e já investiram em algumas empresas de segurança digital que deram muito certo, como a Twilio, hoje avaliada em mais de US$ 13 bilhões”, aponta. “Quando a gente fechou essa rodada, ainda não tínhamos consumido nem metade do capital que levantamos em 2022 na nossa Series A”. O executivo diz ainda que os próximos dois anos da empresa servirão como um teste para saber se seu futuro passa por um IPO nos Estados Unidos.

A empresa alega ter mais do que triplicado a sua receita globalmente após o aporte recebido em junho de 2022. Hoje, cerca de 50% do faturamento da empresa vem de clientes brasileiros, enquanto os Estados Unidos correspondem por 20% do montante. Mas isso deve mudar. Segundo Ferraz, a receita no país norte-americano deve se expandir nos próximos meses e mudar o desenho dos negócios da empresa. “O mercado dos Estados Unidos é o que mais cresce para nós. A nossa previsão é de que ele passe a representar 50% da nossa receita em breve”, projeta ele.

Para crescer nos Estados Unidos, a Incognia se inspira no exemplo da ThreatMetrix, uma das precursoras do mercado de identidade digital, que foi adquirida pela LexisNexis, em 2018. Hoje, o principal executivo de vendas da empresa no país é um ex-chefe da companhia rival. “A gente tem tentado replicar um pouco da estratégia que eles trouxeram, só que com um produto novo, com uma visão diferente sobre como detectar e prevenir fraudes”, diz Ferraz.

A empresa diz fazer frente a fraudadores e às principais rivais de mercado por meio de um modelo de negócio inovador, que combina dados de localização exata e identificação de dispositivos para entregar um sinal de risco que pode ser utilizado em cada etapa da jornada do usuário no ambiente digital, seja em dispositivos móveis ou web. A ideia é ir além das soluções de reconhecimento facial oferecidas pela concorrência, já que essas são sujeitas ao uso de deep fake e inteligência artificial por parte dos fraudadores. “A gente utiliza informações dinâmicas para conseguir identificar o usuário. Focamos em dados relacionados aos dispositivos do usuário para tentar criar uma identidade analisando o comportamento de localização do dispositivo. Com isso, é muito mais difícil que um fraudador consiga se passar pelo usuário.”