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De olho em um mercado ainda pouco desenvolvido no agro brasileiro, sobretudo por ser intensivo em investimentos, acaba de ser criada pelos sócios Hiran Moreira, João Rebequi e Marcelo de Godoy a primeira empresa do país totalmente dedicada à irrigação por assinatura. A nova Iara nasce com o objetivo de instalar 500 pivôs centrais em pólos agrícolas do país nos próximos sete anos, o que poderá representar aportes totais da ordem de R$ 600 milhões.
“A irrigação costuma ser o maior investimento em uma propriedade rural, mas também é grande geradora de receita e aumenta o valor da terra. Como o ambiente no Brasil é escasso de linhas de financiamento com juros acessíveis para a aquisição dos equipamentos necessários, identificamos uma oportunidade. Acreditamos que há grande potencial para o avanço da irrigação por assinatura no país”, afirmou Hiran Moreira, que também é CEO da Iara, ao IM Business.
Embora o Brasil apareça na sexta posição entre os países com maior área irrigada do mundo, a superfície atendida é relativamente pequena diante do tamanho da agricultura do país, maior exportador líquido de alimentos do mundo. São pouco mais de 8 milhões de hectares, muito menos que os líderes China e Índia, que irrigam, cada um, cerca de 70 milhões de hectares, segundo dados da FAO. “Enxergamos potencial para que a irrigação alcance 55 milhões de hectares no Brasil”, disse Moreira.
A Iara oferece assinaturas por sete ou dez anos, prorrogáveis, a um custo que normalmente varia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por hectares, incluindo a instalação de equipamentos como pivôs, adutoras e motobombas, que costumam representar 80% do aporte total – o cliente arca com a infraestrutura necessária, como rede elétrica e reservatório de água. A Iara só compra os equipamentos quando um contrato é assinado, e o cliente tem a opção de comprá-los ao término do contrato. “Num contrato de sete anos, por exemplo, essa compra sai por 43% do valor original”, afirmou o executivo.
Se um produtor acessa a linha de crédito oficial Proirriga, que tem taxa de juros de 10,5% ao ano e limites de R$ 3,3 milhões, no caso de um cliente individual, ou de até R$ 9,9 milhões em uma compra coletiva, o início efetivo da operação pode durar seis meses. No modelo de negócios da Iara, a instalação do projeto demora 60 dias. “Mas vemos nos serviços que oferecemos outra boa fonte de receita. Disponibilizamos todo um plano de serviço, com softwares, gestão, seguro e consultoria”, disse Moreira.
Segundo ele, com 500 pivôs centrais instalados, que é o objetivo até 2030, o faturamento anual da Iara deverá atingir cerca de R$ 75 milhões. Formado em agronomia e com 20 anos de experiência em projetos e planos diretores de irrigação no Brasil e no exterior, Moreira é o braço técnico da empresa. João Rebequi, que teve passagens por grandes multinacionais ligadas ao agro, é especialista em negócios e fusões e aquisições, enquanto Marcelo de Godoy, fundador e CEO da Simbiose Agro, de insumos biológicos, é a veia empreendedora do trio.