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Hotmart: unicórnio da educação digital ganha forma no mundo físico 

Empresa cria braço de negócios para se aproximar de um e-commerce

Iuri Santos

João Pedro Resende, co-fundador da Hotmart. (Foto: Divulgação)
João Pedro Resende, co-fundador da Hotmart. (Foto: Divulgação)

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Os produtos digitais de educação que alçaram a Hotmart ao patamar de unicórnio estão ganhando companhia no mundo físico. Depois de explodir durante a pandemia e receber, em 2021, um aporte de R$ 735 milhões, a empresa agora quer ficar mais parecida com um e-commerce para que, em até dez anos, metade do seu faturamento total venha de vendas de produtos físicos.

Em entrevista ao IM Business, o co-fundador e CEO da empresa, João Pedro Resende, definiu o novo posicionamento como uma plataforma “all-in-one”, em que os desenvolvedores de conteúdo possam criar e gerenciar seus negócios. “Para dar esse passo, faltava a parte de produtos físicos. Construímos muita infraestrutura nos últimos anos, o que permite que façamos isso de maneira eficiente agora”, diz.

A Hotmart consolidou, nos últimos anos, sua tecnologia de meios de pagamento para produtos digitais. Aquisições como a da startup eNotas (de emissão de notas fiscais eletrônicas), em 2022, e da KlickPages (startup de landing pages, páginas online dedicadas à conversão de compra), em 2020, também ajudam a criar um ecossistema mais favorável aos criadores que desejam vender produtos físicos.

Escritório da Hotmart em Belo Horizonte. (Foto: Hotmart/Divulgação)

Por enquanto, essa linha está restrita a cerca de mil criadores. “A ideia dessa fase 1 é atacar o público mais híbrido. O cliente que nós já temos e quer vender tanto o digital quanto o físico”, diz. Esse público envolve desde professores que vendem livros associados aos cursos online e querem fazer isso na plataforma, até instrutores de ioga que querem vender tapetes para a prática.

Para a Hotmart, a nova fonte de receita funciona no mesmo modelo da venda de cursos – ou seja, por meio da cobrança de uma taxa máxima equivalente a 9,9% da venda, com o adicional de R$ 1. A companhia fez uma parceria com os Correios e integrou as funções de rastreio, emissão de etiquetas e frete à sua própria plataforma.

Recentemente, a empresa anunciou que ultrapassou US$ 10 bilhões em vendas desde sua fundação, em 2011. Em 2021, alcançou o status de unicórnio (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão), mas no ano seguinte, foi uma das diversas startups que enfrentaram problemas e entraram em temporada de demissões de funcionários.

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“Desde o início da pandemia, todo o mercado de tecnologia apresentou, além da enorme expansão, uma enorme volatilidade. Os números acabaram oscilando fortemente e em muito pouco tempo”, escreveu Resende à época. “Passado este período de quase dois anos, começamos a ter mais clareza dos parâmetros sobre os quais planejaremos os próximos ciclos da empresa, incluindo o ano de 2023 e adiante”, disse.

O CEO não avalia, no entanto, que as rotas atuais da empresa estejam levando em conta uma eventual mudança de perfil dos usuários pós-pandemia. “Eu diria que não tem nada a ver com questões de pandemia. Tem muito a ver com a nossa visão de ser uma plataforma all-in-one. Queremos ajudar o criador a construir o melhor negócio, que pode ser de produtos físicos ou digitais”, diz o executivo.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.