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Grupo Soma levanta R$ 625 milhões com emissão de CRI, em oferta de alta demanda e lote adicional

Recursos vão ser usados para integralizar debêntures que haviam sido emitidas pela empresa e melhorar o perfil de endividamento do grupo

Mitchel Diniz

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O Grupo Soma concluiu uma oferta de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e levantou R$ 625 milhões com a emissão. Na oferta pública, foram distribuídos 625 mil certificados, em três séries, com valor unitário de R$ 1 mil, incluindo exercício total de um lote adicional – a emissora optou por aumentar em 25% a quantidade de CRIs ofertados inicialmente. A oferta foi coordenada pela XP (líder) e pelo Banco Santander.

Os recursos vão ser usados para integralizar debêntures que haviam sido emitidas pela empresa. A estratégia vai melhorar o perfil de endividamento do Grupo Soma. A emissão contou com participação maciça de investidores pessoa física nas três séries – foram 7,6 mil subscritores com esse perfil.

O IM Business apurou que houve uma demanda dos investidores para R$ 1,53 bilhão, o que supera em mais de três vezes o volume base.

A alta demanda pelos certificados da Soma coincide com uma corrida por esse tipo de título, isento de imposto de renda para o investidor, após a publicação de novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) que reduziram a flexibilidade de lastros para ofertas de CRIs e CRAs.

A ideia foi restringir as emissões a produtos diretamente ligados ao agronegócio (no caso de CRAs e das LCAs) e ao setor imobiliário (no caso dos CRIs e das LCIs), atacando uma alegada distorção no mercado de capitais e reduzindo o tamanho da renúncia fiscal por parte do governo federal com a isenção tributária concedida às aplicações. Na prática, isso gerou reflexos imediatos na oferta dos produtos e no comportamento do mercado.

Uma fonte a par da operação do Grupo Soma observa que a oferta foi uma das últimas a ser protocolada antes das restrições determinadas pelo CMN. “De toda forma, o risco de crédito de Soma foi muito bem visto pelos investidores e a fusão com Arezzo trouxe um ‘newsflow’ também muito positivo”, disse a fonte.

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Na semana passada, o governo ajustou a resolução. As mudanças, na prática, voltam a permitir lastros que haviam sido vedados, como alguns tipos de CRIs de aluguel, desde que diretamente relacionados ao agronegócio e ao setor imobiliário.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados