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Gradiente: antiga fabricante de eletrônicos se reformula e ingressa em energia solar 

Batizada de Gradiente Solar, a nova empresa começará a atuar no Estado de São Paulo com foco nos consumidores que querem gerar energia solar em seus próprios sistemas

Reuters

Telhado solar em New York (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)
Telhado solar em New York (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)

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SÃO PAULO (Reuters) – A Gradiente, antiga fabricante brasileira de eletrônicos, decidiu ingressar no mercado de energia solar, apostando na força de sua marca sexagenária para instalar milhões de telhados solares em residências e pequenos e médios negócios pelo país, disseram executivos da empresa à Reuters.

Batizada de Gradiente Solar, a nova empresa começará a atuar no Estado de São Paulo com foco nos consumidores que querem gerar energia solar em seus próprios sistemas, oferecendo desde o desenho do projeto até a compra dos equipamentos, instalação, monitoramento e manutenção.

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A ideia é ganhar espaço em um mercado ainda muito pulverizado no Brasil. Enquanto as principais elétricas apostam na oferta de “energia solar por assinatura”, ofertando cotas em fazendas solares, há poucas grandes empresas que atendem diretamente os consumidores com instalações próprias — o país tem hoje quase 20 mil dos chamados “integradores”, principalmente microempresários, que fazem essa função.

“A gente entende que é um oceano azul. Se a gente trabalhar nesse mercado, dá pra entrar e realmente consolidar, fazer a diferença e ser a referência. Esse é o objetivo que a gente tem no médio prazo”, disse à Reuters o CEO da Gradiente Solar, Marcelo Ribeiro.

Eugênio Staub, presidente do conselho de administração da Gradiente e filho do fundador da empresa, afirma que o objetivo é alcançar no mínimo 10% do mercado brasileiro em cinco anos, e reforça a aposta em uma marca que inspira “confiança, segurança e credibilidade”.

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“Hoje (o consumidor) não sabe quem procurar. Você tem dezenas de marcas de equipamentos estrangeiros que ninguém conhece, você tem 20 mil instaladores, são pequenos empreendedores, eletricistas, instaladores de ar-condicionado… Como é que você chega (no consumidor)? Como é que você confia?”, pontua Staub.

Os executivos ressaltaram ainda o potencial da energia solar no Brasil, que hoje já é a segunda principal fonte da matriz elétrica brasileira. Os grandes e pequenos empreendimentos solares, somados, alcançam 43 gigawatts (GW) de potência, atrás do apenas das hidrelétricas, com 110 GW.

A geração de energia solar em telhados é parte relevante do segmento no Brasil. Embora sejam menores em potência, as instalações residenciais são maiores em quantidade, alcançando 2 milhões de um total de 2,64 milhões de sistemas solares de pequeno porte que atendem ainda comércios, indústrias e outras classes.

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Fundada há 60 anos, a Gradiente saiu de uma recuperação judicial no ano passado e vinha se preparando para atuar em novos mercados. Atualmente, suas receitas vêm de galpões industriais em Manaus e de royalties de vendas com sua marca, que foi licenciada, já que a empresa deixou de ter produção própria de eletrônicos.

A Gradiente Solar foi estruturada em oito meses e nasceu com investimentos de 50 milhões de reais, principalmente em pessoas, marketing e tecnologia para atendimento dos consumidores, como em sistemas de monitoramento dos telhados solares.

“A gente não vai ter fábrica, não vai ter estoque de equipamento, nada disso. Então a prestação de serviço é um ‘asset light'”, observou o CEO da Gradiente Solar.

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Ribeiro afirmou ainda que a companhia está estudando novas tecnologias que poderão ter ofertadas aos consumidores no futuro, como integração de sistemas para abastecimento de carros elétrico com energia solar e outros.

O foco está nos projetos de até 75 kilowatts-pico (kWp) de potência, suficiente para abastecer o consumo de famílias e de empreendimentos como padarias, pet shops, lojas, mercados e outros negócios.

Inicialmente, a Gradiente Solar operará em todo o Estado de São Paulo, com foco nas regiões da Grande São Paulo, litoral, Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vinhedo e São José dos Campos. “Mas a nossa expectativa é rapidamente expandir geograficamente para o Brasil todo”, disse Staub.

A venda dos serviços será principalmente em plataforma online, mas outros canais também estão sendo avaliados, como eventuais parcerias com grandes empresas com interesse em fornecer os serviços para seus clientes.

Do lado dos custos para aquisição dos sistemas, os executivos da Gradiente Solar afirmam que há opções interessantes para financiamento, com retorno sobre o investimento em três a cinco anos.

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