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Os herdeiros das gerações Y (nascidos entre 1982 e 1994) e Z (nascidos entre 1995 a 2010) aguardam ansiosamente uma “grande transferência de riqueza”, estimada em US$ 90 trilhões, por meio da herança de seus pais. No entanto, muitos podem se decepcionar, já que só um quinto dos baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964) pensa em deixar algo para trás.
Recentemente, a empresa de serviços financeiros Northwestern Mutual entrevistou mais de 4,5 mil adultos e descobriu que apenas uma pequena parcela pode esperar receber uma quantia significativa de dinheiro quando seus pais falecerem.
Atualmente, mais da metade da riqueza dos Estados Unidos está nas mãos dos baby boomers, e grande parte dela está vinculada aos seus imóveis, já que muitos evitam reduzir o tamanho de suas propriedades.
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Isso pode explicar por que mais da metade da Geração Z e quase 60% dos millennials afirmaram que dependem de sua herança para alcançar segurança financeira e uma aposentadoria confortável.
No entanto, aqueles que estão contando com os ativos dos pais (ou avós) para garantir uma aposentadoria tranquila podem acabar levando um grande susto: pouco mais de 20% dos baby boomers pensam em deixar uma herança.
Não é que aquela geração se esqueceu de seus jovens entes queridos. Na verdade, 60% têm testamentos, mas é mais provável que seus filhos e netos encontrem neles instruções funerárias do que dinheiro ou a residência da família.
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Isso se deve ao fato de que mais da metade dos baby boomers entrevistados planejam explicitamente não deixar uma herança. Além disso, apenas 11% dos baby boomers disseram que deixar algo para os filhos é seu principal objetivo financeiro.
“Se você tem dinheiro agora, faça o bem agora, não espere até morrer”
A pesquisa não explorou os motivos pelos quais os baby boomers não desejam deixar uma herança, mas há um grupo cada vez maior de pessoas que estão planejando “morrer com zero”, ou seja, aproveitar toda sua riqueza enquanto estão vivos e deixar sua conta bancária zerada ao falecer.
Alguns disseram à Fortune que, em vez de deixar grandes quantias para a próxima geração, estão presenteando seus entes queridos com experiências como viagens enquanto ainda estão por perto para testemunhar a alegria que seu dinheiro pode proporcionar.
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“Se você tem dinheiro agora, faça o bem agora, não espere até morrer”, disse recentemente à Fortune Elena Nuñez Cooper, que planeja financiar a lua de mel de sua amiga e investir em causas beneficentes.
Outros admitiram que estão investindo o dinheiro que ganharam com tanto esforço para aproveitar a vida ao máximo, incluindo por meio de viagens ao México e ao festival de música Glastonbury, em vez de levar a fortuna para o túmulo após décadas de muito trabalho.
“É uma pena ver pessoas morrendo com tanto dinheiro acumulado depois de trabalhar em empregos de que não gostavam, ou com pessoas com quem não têm afinidade”, analisou o coach de finanças pessoais James Beckett. “Eles continuam acumulando riqueza no piloto automático, sem considerar para que ela serve.”
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Além disso, como destaca o relatório da Northwestern Mutual, o custo do envelhecimento não para de aumentar. Em 2020, os entrevistados indicaram que precisariam de US$ 951 mil para garantir uma aposentadoria confortável, entretanto, hoje esse valor já aumentou para US$ 1,46 milhão, superando em muito a inflação.
Embora muitos baby boomers não planejem deixar nada para a próxima geração, quase metade está se preparando para cobrir os custos futuros com saúde durante a aposentadoria.
Portanto, uma parte significativa da Grande Transferência de Riqueza provavelmente acabará sendo destinada a hospitais e casas de repouso.
Ainda assim, os jovens estão recorrendo ao banco dos pais
Ainda que a maioria da Geração Z e dos millennials provavelmente não se beneficie da Grande Transferência de Riqueza, uma grande parte dessa geração já está aproveitando sua herança enquanto seus pais ainda estão por perto.
Pesquisas mostram que mais de um terço dos jovens que planejam comprar uma casa espera receber ajuda dos pais ou familiares com o pagamento da entrada, que viria na forma de um presente em dinheiro.
Enquanto isso, outros dados indicam que a geração Y é mais propensa do que as gerações anteriores a recorrer ao apoio financeiro dos pais para se tornarem proprietários de imóveis.
Além disso, apoiar financeiramente seus filhos adultos não se limita a ajudá-los a adquirir uma propriedade.
De acordo com o Pew Research Center, um terço dos millennials na faixa dos trinta anos ainda são financiados pelos pais, que pagam suas despesas diárias e assinaturas de streaming.
Esta matéria foi publicada originalmente em Fortune.com