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A National Football League (NFL) é um clube exclusivo e, para quem quer entrar nele, o preço de uma franquia se tornou tão alto que está fora do alcance dos bilionários comuns. Mas agora a liga está pronta para mudar suas regras e permitir que empresas de private equity, especializadas em comprar e vender negócios, invistam nas equipes. Isso pode mudar a forma como a liga – e os times favoritos de muitas pessoas – fazem negócios?
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A resposta direta é que, no momento, não devemos esperar um ataque agressivo de empresas de aquisição fazendo ofertas por times da NFL. Mas haverá interesse. Segundo a Forbes, os acordos de TV garantidos da NFL podem valer mais de US$ 126 bilhões até 2033.
Nos últimos anos, o valor das equipes da NFL disparou, despertando muito interesse nas 32 franquias da liga. No ano passado, por exemplo, Dan Snyder vendeu o Washington Commanders por um valor recorde de US$ 6,05 bilhões a um grupo de investidores liderado por Josh Harris. Snyder pagou US$ 800 milhões pela equipe, à época chamada de Redskins, em 1999. A aquisição dos Commanders representa a venda mais cara de uma franquia esportiva norte-americana, superando até mesmo os US$ 4,65 bilhões pagos pelo Denver Broncos em 2022.
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Se os bilionários não conseguem mais pagar o valor das franquias esportivas, quem conseguirá? É por isso que os dirigentes da liga estão de olho nas empresas de private equity, que possuem um orçamento de guerra de US$ 1,2 trilhão e estão sempre em busca de negócios.
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Algumas poucas empresas de private equity acumularam participações em franquias da NBA, MLS, MLB e NHL; o pequeno número é principalmente o resultado das elevadas barreiras de entrada. (Por exemplo, a maioria das ligas exige que potenciais fundos tenham pelo menos US$ 750 milhões em capital, disse à Fortune uma fonte familiarizada com o setor de franquias.)
A NFL é a última grande liga esportiva profissional da América do Norte que proíbe empresas de private equity de investir em equipes, uma regra que reflete o desejo histórico dos proprietários de manter a NFL um clube exclusivo. Mas, segundo a ESPN, desde o segundo trimestre de 2023, um comitê especial analisa possíveis mudanças a essas regras. A NFL contratou a PJT Partners para servir como intermediária entre a liga e as empresas de private equity interessadas, informou o Sportico em maio.
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A liga está considerando um plano para permitir que as empresas de private equity possuam até 30% de uma única franquia, sem que nenhuma empresa possua uma participação superior a 10%. Esperava-se que os atuais proprietários da NFL votassem essa medida no mês passado, mas a votação foi adiada para o final deste ano.
‘Muito difícil para qualquer um’
Algumas franquias estão preparando possíveis negócios, enquanto outras aguardam a entrada em vigor das novas regras antes de se envolverem com private equity, informou a Bloomberg. “A NFL reconhece que se tornou proibitivamente caro comprar equipes”, disse Josh Harlan, fundador e sócio-gerente da empresa de private equity Harlan Capital Partners e ex-diretor da Allen & Co. Harlan acrescentou que permitir que empresas de private equity invistam na NFL trará liquidez e ajudará os atuais proprietários a venderem suas participações.
Para adquirir os Commanders por mais de US$ 6 bilhões, Harris, cofundador da Apollo Global Management, formou um consórcio de 20 pessoas que inclui o executivo da Blackstone David Blitzer, o ex-CEO do Google Eric Schmidt e a lenda do basquete Magic Johnson. Harris não se intimidou com a dificuldade de captar capital. “A menos que você seja uma das 50 pessoas mais ricas [do mundo], preencher um cheque de capital no valor de US$ 5 bilhões é muito difícil para qualquer um”, disse ele recentemente à CNBC.
Mesmo aqueles que conseguem obter o dinheiro enfrentam um árduo processo de verificação, que inclui extensas verificações de antecedentes. Permitir que fundos de private equity se juntem ao clube poderia acelerar esses processos, explica Harlan, porque “se você examinar uma empresa de private equity uma vez, terá alguém que poderá realizar transações diversas vezes”.
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‘O dinheiro está vindo para eles’
Um potencial concorrente disse à Fortune que não está claro qual estrutura a NFL está considerando para investimentos em private equity, ou como isso se compararia com o que é exigido por outras ligas. A NFL poderia aprovar uma lista de três a quatro compradores, portanto não importaria quanto capital uma determinada empresa pudesse ter no momento. “Se três ou quatro empresas forem aprovadas, o dinheiro virá para elas”, disse a fonte. Também não está claro se a NFL exigirá a aprovação dos sócios comanditários de uma empresa. Empresas de aquisição com investidores da China ou da Arábia Saudita provavelmente não seriam recomendadas, acrescentou a fonte.
Harlan acredita que uma mudança nas regras da NFL é inevitável e pode acontecer ainda este ano. “Permitir que empresas de private equity invistam ‘apresenta muitas vantagens para os proprietários existentes e também torna mais eficiente a gestão da entrada e saída de proprietários na liga'”, disse ele à Fortune.
Confira uma pequena lista de empresas de private equity, sem ordem específica, que poderiam adquirir uma parte de uma equipe da NFL:
Dyal Capital
A Dyal, parte da Blue Owl, foi o primeiro fundo de private equity aprovado para investir na NBA depois que a liga mudou suas regras, em 2020, para permitir que investidores institucionais e empresas de private equity adquirissem participações minoritárias. De acordo com um comunicado da época, a Dyal lançou o HomeCourt em 2022 para adquirir um conjunto de participações minoritárias em um número ilimitado de franquias da NBA. A Dyal HomeCourt está atuante e fez parte do grupo que adquiriu a participação de Michael Jordan no Charlotte Hornets no ano passado. Atualmente, a Dyal HomeCourt tem US$ 700 milhões em ativos para investir em participações minoritárias da NBA, disse à Fortune uma fonte que tem familiaridade com o fundo. Para investir na NFL, a Dyal teria que criar um fundo separado focado na liga e provavelmente precisaria de vários meses para levantar capital, disse a fonte: “Isso levaria algum tempo”.
Sixth Street
A Sixth Street possui um enorme fundo de capital privado no valor de US$ 27 bilhões, chamado TAO, que é perene e multiestratégico, maior do que a maioria dos fundos de private equity. A empresa já é proprietária do Bay FC, da National Women’s Soccer League, e tem participação no San Antonio Spurs, da NBA. A Sixth Street também possui uma parte dos direitos televisivos do FC Barcelona e do estádio do Real Madrid, na principal liga de futebol da Espanha.
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Grupo Carlyle
Em março, o Grupo Carlyle fez o seu primeiro investimento direto numa equipe esportiva quando concordou com a compra do Seattle Reign FC, um time profissional de futebol feminino. O negócio ainda não foi fechado. Fundado em 1987, o Carlyle é conhecido por ter muitos fundos diferentes, mas não um pool específico para esportes. David Rubenstein, cofundador do Carlyle, liderou recentemente um grupo de investidores para comprar o Baltimore Orioles. A Major League Baseball (MLB) aprovou a venda em março.
RedBird Capital Partners
Dos que estão nesta lista, a RedBird tem capital para apoiar qualquer negócio, mas a empresa ainda não informou se estaria interessada na NFL. A RedBird é um investidor da United Football League, a liga americana de futebol americano criada a partir da fusão entre a XFL e a USFL. Gerry Cardinale, ex-sócio do Goldman Sachs, lançou a RedBird em 2014, e, hoje, a empresa é proprietária dos clubes de futebol AC Milan e Toulouse FC. A RedBird é um investidor do Fenway Sports Group, dono do Boston Red Sox, do Pittsburgh Penguins e do Liverpool FC, na principal liga de futebol da Inglaterra. A RedBird tem participação na Skydance Media, que está competindo para comprar as ações de Shari Redstone na Paramount. O quarto fundo principal da RedBird fechou em quase US$ 3,3 bilhões, informou o Wall Street Journal em maio. Incluindo coinvestimentos e uma joint venture, a RedBird agora tem US$ 4,7 bilhões para negócios futuros.
Arctos Partners
A Arctos recebeu aprovação para investir em vários times da NBA, MLB, NHL, MLS, organizações globais de automobilismo e federações europeias de futebol. A Arctos atualmente possui participações no Golden State Warriors, Philadelphia 76ers, Chicago Cubs, Boston Red Sox, New Jersey Devils e no Real Salt Lake. Em abril, o segundo principal fundo esportivo da Arctos fechou com mais de US$ 4,1 bilhões em compromissos de capital, incluindo veículos de coinvestimento e afiliados paralelos. A empresa aplicou cerca de 30% desse fundo.
Ares Management
A Ares é conhecida como um dos maiores credores diretos do mercado de médio porte. Vários executivos da empresa, incluindo Bennett Rosenthal, Tony Ressler, Michael Arougheti, Mitchell Goldstein e Michael Smith, têm participações individuais em equipes esportivas. Como empresa, a Ares, possui participações minoritárias, incluindo dívida ou capital, no San Diego Padres, Ottawa Senators, Inter Miami, League One Volleyball, Eagle Football (que tem participações em clubes de futebol como Crystal Palace), Atlético Madrid e na Professional Fighters League. A Ares também tem um fundo: em 2022, ele arrecadou US$ 3,7 bilhões para seu pool inaugural de esportes, mídia e entretenimento.
Clearlake Capital
Os investimentos da Clearlake normalmente envolvem negócios no setor de tecnologia, industrial e de consumo no mercado intermediário. O negócio mais conhecido da Clearlake foi fechado em 2022, quando ela se uniu a Todd Boehly na compra do Chelsea FC, no qual a Clearlake possui uma participação majoritária.
Silver Lake
Focada em tecnologia, a Silver Lake não possui nenhuma equipe esportiva diretamente. Em vez disso, a empresa possui participações em empresas que investem em equipes. A Silver Lake é proprietária da Diamond Baseball Holdings, que possui e opera clubes selecionados de beisebol da liga secundária afiliados à MLB. Ela também tem participação no City Football Group, dono de vários clubes de futebol, incluindo o Manchester City FC e o New York City FC.
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