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Dimon, Zuckerberg e outros CEOs vendem R$ 5,8 bi em ações antes de mercado desabar

Todas as vendas de ações foram realizadas de forma programada, protegendo-os de acusações de uso de informações privilegiadas

Fortune Marco Quiroz-Gutierrez

Jamie Dimon e Mark Zuckerberg (Foto: Montagem/REUTERS/Evelyn Hockstein/REUTERS/Laure Andrillon)
Jamie Dimon e Mark Zuckerberg (Foto: Montagem/REUTERS/Evelyn Hockstein/REUTERS/Laure Andrillon)

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Líderes do setor bancário e de tecnologia estão se desfazendo de suas ações enquanto o mercado despenca diante das preocupações com uma possível recessão e o impacto das tarifas comerciais.

Entre os executivos que venderam US$ 834 milhões (R$ 5,8 bilhões) em ações estão Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase; Mark Zuckerberg, CEO da Meta; e Nikesh Arora, CEO da Palo Alto Networks, de acordo com dados da The Washington Service.

Todas as vendas de ações foram realizadas por meio de planos de negociação 10b5-1, mecanismo que permite aos executivos programar suas vendas antecipadamente, protegendo-os de acusações de uso de informações privilegiadas.

Lucro antes da queda

Jamie Dimon

Dimon liderou o grupo em número de ações vendidas, liquidando mais de 866.361 ações avaliadas em aproximadamente US$ 233,7 milhões no final do mês passado. A venda fazia parte de um plano pré-estabelecido para se desfazer de 1 milhão das 8,6 milhões de ações que ele e sua família controlam em 2025. No entanto, essa transação aconteceu enquanto as ações do JPMorgan estavam em queda no mercado geral. Desde que Dimon vendeu suas ações em 20 de fevereiro, o preço do papel caiu cerca de 14%. Essa foi a segunda grande venda de Dimon, que no ano passado vendeu ações do banco pela primeira vez na história, começando com uma transação de US$ 150 milhões em fevereiro de 2024.

Mark Zuckerberg

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Zuckerberg iniciou 2025 mantendo a tendência de vendas de ações do ano anterior. Entre os CEOs do setor bancário e de tecnologia que venderam ações recentemente, ele foi quem mais arrecadou dinheiro. O CEO da Meta vendeu 431.858 ações por um total de US$ 307,2 milhões entre 3 e 21 de fevereiro. As vendas pré-arranjadas ocorreram após Zuckerberg ter liquidado mais de US$ 2,2 bilhões em ações no ano passado, segundo análise da Fortune. Embora as ações da Meta tenham atingido um recorde de US$ 728 em fevereiro, elas não escaparam das recentes turbulências do mercado. Desde que Zuckerberg vendeu suas ações, o valor da empresa caiu 16%.

Nikesh Arora

Já Arora, CEO da Palo Alto Networks, empresa de segurança cibernética, vendeu US$ 143,8 milhões em ações por meio de um plano de negociação em fevereiro. Ele realizou uma venda similar em março, embolsando mais US$ 1,6 milhão, totalizando quase US$ 290 milhões em ações vendidas em apenas dois meses. Desde a venda, as ações da empresa caíram 5,8%.

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Mercado afunda após declarações de Trump

O mercado acionário desabou na segunda-feira, depois que Trump se recusou a descartar a possibilidade de uma recessão ainda este ano. Em uma entrevista à Fox News no fim de semana, o presidente evitou responder diretamente se os EUA enfrentarão uma recessão em 2025.

“Eu odeio fazer previsões desse tipo. Estamos passando por um período de transição, porque o que estamos fazendo é muito grande”, disse Trump.

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Os comentários do presidente ecoam as declarações do secretário do Tesouro, Scott Bessent, que afirmou na semana passada que a economia dos EUA pode “sofrer alguns solavancos” à medida que a administração prioriza o setor privado em detrimento dos gastos públicos.

Todos os três principais índices de Wall Street fecharam em forte queda na segunda-feira. O Nasdaq caiu 4%, marcando seu pior dia de negociações desde 2022, com ações de tecnologia ampliando as perdas da semana anterior. Entre os maiores prejuízos do dia estavam a rede social Reddit e a plataforma de investimentos Robinhood, que despencaram quase 20% cada. O S&P 500 caiu 2,7%, enquanto o Dow Jones perdeu quase 900 pontos – nesta terça, a queda continua.

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