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Vai faltar alguma coisa no discurso anual de Warren Buffett aos acionistas da Berkshire Hathaway neste sábado (4).
A morte de Charlie Munger, seu parceiro de negócios de longa data, em novembro passado, aos 99 anos, marcou o fim de uma era. Embora Buffett não estará sozinho no palco, é provável que os diálogos não sejam tão sarcásticos ou acalorados. Greg Abel, que é responsável pelas operações não relacionadas a seguros da Berkshire e considerado o provável sucessor de Buffett na posição de CEO, deverá se juntar a Buffett neste final de semana, ao lado de Ajit Jain, encarregado do negócio de seguros.
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A assembleia anual de acionistas da Berkshire Hathaway já foi denominada de “Woodstock para Capitalistas”. Com duração de três dias, ela é um evento que oferece diversas atividades: de compras a uma corrida de 5 km e até um piquenique, e, todos os anos, atrai cerca de 40 mil pessoas vindas de todo o mundo.
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Alguns vêm para participar do festival, outros para ver as celebridades (Tim Cook, da Apple, e o ator Bill Murray já apareceram por lá em anos passados). Mas, tradicionalmente, a maioria queria ouvir o que Buffett e Munger tinham a dizer sobre investimentos e o clima atual.
“Charlie e eu somos sem vergonha”, escreveu Buffett em sua carta aos acionistas no ano passado. “Ano passado, em nossa primeira reunião de acionistas em três anos, recebemos vocês com nossa habitual agitação comercial. Logo do início, fomos diretamente à sua carteira. Em pouco tempo, nosso quiosque da See’s vendeu onze toneladas de nutritivos pés-de-moleque e chocolates. Em nosso discurso, mais parecido com uma fala de P.T. Barnum, prometemos longevidade. Afinal, além dos doces da See’s, o que mais poderia explicar o fato de Charlie e eu termos chegado aos 99 e 92 anos?
Munger faleceu dias antes de completar 100 anos de idade. Ele e Buffett se conheceram quando ambos trabalhavam em uma mercearia do avô de Buffett enquanto ainda adolescentes, mas só vieram a perceber isso em 1959. Entretanto, foi só em 1978, quando Munger assumiu o cargo de vice-presidente da Berkshire Hathaway, que os dois começaram a fazer magia.
“O projeto que ele me deu era simples: Esqueça o que você sabe sobre comprar negócios justos a preços maravilhosos; em vez disso, compre negócios maravilhosos a preços justos”, escreveu Buffett na carta aos acionistas da empresa em 2015.
“Mudar meu comportamento não é tarefa fácil (pergunte à minha família). Eu já havia alcançado sucesso razoável sem a contribuição de Charlie, então por que deveria dar ouvidos a um advogado que nunca passou um dia sequer na escola de administração (sendo que, bem, eu compareci a três). Mas Charlie nunca se cansou de repetir suas máximas sobre negócios e investimentos para mim, e sua lógica era irrefutável. Assim sendo, a Berkshire foi construída com base no modelo de Charlie.”
Na carta aos acionistas de fevereiro, Buffett prestou homenagem ao seu sócio: “Charlie nunca quis crédito por seu papel como criador; em vez disso, deixou-me fazer as reverências e receber os elogios. De certa forma, seu relacionamento comigo era em parte um de irmão mais velho, em parte um de pai amoroso. …Embora eu esteja há muito tempo no comando da equipe de construção, Charlie deveria sempre receber o crédito de ser o arquiteto.”
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NYT: ©.2024 The New York Times Company