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Acabou de se formar e está sem emprego? Confira 4 dicas para conseguir trabalho

Formandos ainda procuram se encaixar em um mercado que valoriza mais competências do que diplomas

Rachel DuRose Harvard Business Review

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Após a formatura e as despedidas agridoces, é hora de buscar novos começos. Depois de concluírem seus cursos, muitos recém-formados irão para as grandes cidades em busca do primeiro emprego ou para continuar seus estudos em programas de pós-graduação.

Para aqueles que não têm em seus planos continuar estudando nem emprego definido, paira uma nuvem negra de incerteza. Você permanece na cidade onde estudou, volta para casa ou acompanha seus amigos e muda para lugares onde existem perspectivas de emprego melhores? Como você deve passar seus dias agora que as aulas terminaram? Como você explica a um potencial empregador o que está fazendo com seu tempo?

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Embora a turma de 2024 não tenha enfrentado a recessão que alguns economistas previam, os formandos ainda procuram empregos em um mercado que valoriza principalmente competências, não diplomas, e trabalho em meio período em vez de em tempo integral.

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Crédito: Getty Images


Se você é um dos muitos recém-formados desempregados após a graduação, seguem quatro dicas de especialistas em carreira que você deve manter em mente nos meses seguintes à formatura.

1. Lembre-se de seu valor



Antes da pandemia de Covid-19, a taxa de desemprego nos EUA para recém-formados era inferior à da população em geral. Entretanto, recém-formados registram taxas de desemprego mais elevadas desde 2021.

“Não quero que [o estado da economia] desestimule os formandos”, disse Cindy McGovern, autora de Sell Yourself: How to Create, Live, and Sell a Powerful Personal Brand (Venda-se: como criar, viver e vender uma poderosa marca pessoal, em tradução livre) e CEO da Orange Leaf Consulting. McGovern enfatiza que não ter emprego definido não é normal nem anormal. “Analisando-se o esquema geral do mercado, é apenas a condição em que estamos”, acrescentou.

Em outras palavras, a busca pela mão-de-obra flutua constantemente e varia entre setores. Quando a economia está calma, a procura por emprego pode parecer desanimadora, mas, em última análise, você não tem controle sobre esses fatores. Para se manter motivado, é útil reconhecer isso e se lembrar frequentemente de que esse fato não reflete seus valores e nem suas habilidades individuais.

Dica profissional:

Se você não tem experiência profissional de longo prazo, não se deixe abater. Todos começam em algum lugar, e ser “novato” pode frequentemente trazer vantagens. “Prefiro contratar alguém jovem, ávido e cheio de energia do que alguém com 15 anos de experiência que se limita a seguir os mesmos procedimentos vez após vez,” disse McGovern. “Mas convença-me de que realmente está motivado.” Ela explica que é possível ensinar habilidades para alguém, mas não motivação.

2. Pense sobre o que realmente quer



Ao ingressar no mercado de trabalho, pode ser tentador aceitar a primeira oferta que surgir ou seguir seus amigos e mudar para grandes cidades onde as oportunidades parecem infinitas. A necessidade de garantir uma posição sólida — e os muitos benefícios associados a isso — é real. Mas, segundo Liz Sastre, coach profissional da RKE Partners, antes de você fazer qualquer movimento, é útil desacelerar e avaliar seus desejos e habilidades.

É provável que seu primeiro emprego depois da faculdade não definirá sua carreira, mas ainda pode ser um passo na direção certa. Em média, leva de três a seis meses para encontrar um emprego, tempo suficiente para fazer uma pausa e refletir sobre seus desejos. Procure listar suas habilidades e pontos fortes mais destacados, e como gostaria que eles fossem aplicados nesta função. Considere os tipos de projetos de que você mais gosta, as tarefas que são naturais para você e os resultados que alcançou ao utilizar essas habilidades, seja em aulas, estágios ou em trabalhos anteriores. Essas informações podem dar um pouco mais de rumo à sua busca: quais funções e responsabilidades se alinham melhor com o que você descreveu?

Além disso, Sastre sugeriu ser “realista” (financeiramente e de outras formas) ao considerar para onde ir e quando buscar trabalho. Isso pode envolver viver com os pais e economizar dinheiro até garantir um emprego estável, ou estar disposto a se mudar para um lugar inesperado ao encontrar um emprego que pareça emocionante ou significativo.

Dica profissional:

Ao refletir sobre seus pontos fortes e os resultados quantificáveis que eles geraram, inclua esses números em seu currículo (por exemplo: “minhas ações levaram a um aumento de 25% no lucro”). Se esses dados não estiverem disponíveis para você, compartilhe exemplos de suas realizações e o feedback positivo que recebeu de ex-gerentes ou professores.

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3. Nunca pare de fazer networking



Segundo Sastre, para a turma de 2024, que começou sua experiência universitária de forma remota, as relações de construção de carreira que geralmente se formam naturalmente entre colegas e professores foram adiadas. É por isso que recém-formados precisam fazer um grande esforço para desenvolvê-las.

“Você pode conhecer 15 mil pessoas no LinkedIn, mas quantas delas estão interagindo com você, apoiando e defendendo você?” questionou McGovern.

Um excelente ponto de partida é entrar em contato com colaboradores de empresas nas quais você tem interesse em trabalhar ou que atuam nos setores que você está explorando e solicitar entrevistas informativas. Ao entrar em contato, diga a eles como você os encontrou, quem você é (por exemplo, um recém-formado) e porque deseja bater um papo. Um exemplo do que você pode dizer é:

“Olá, meu nome é [Nome] e [Nome] me indicou você. Recentemente, me formei na [escola] onde estudei [área]. Enquanto estava na faculdade, estagiei com [ex-empregador/estágio] onde eu [deveres e responsabilidades]. Procuro ampliar meus conhecimentos e construir uma carreira na área de [setor].

Você estaria disponível para um bate-papo de meia hora pelo Zoom para compartilhar seu conhecimento e experiência em sua área? [Nome] disse que você é a pessoa certa para conversar comigo. Avise, por favor. Muito obrigado pelo seu tempo!

Não utilize essas conversas para pedir emprego. Em vez disso, considere-as oportunidades de aprendizagem. Sastre recomenda conduzir essas conversas antes de se candidatar a empregos. Assim, se durante sua busca por emprego surgir uma oportunidade em uma empresa onde uma dessas conexões trabalha, você já terá um relacionamento para explorar.

Dica profissional:

Hoje, em uma era em que todos podem criar um currículo preciso e completo utilizando IA, sua rede é a forma como você pode se destacar. “Candidatar-se aleatoriamente é como jogar seu currículo para cima, torcer para que ele caia em alguém e que essa pessoa depois bata à sua porta”, analisou Sastre. “Intencionalidade é muito importante.”

4. Não tenha medo de lacunas no currículo



Quando há uma lacuna entre a data em que concluiu a faculdade e a entrevista para emprego devido a uma busca de emprego sem sucesso, em entrevistas podem aparecer perguntas como: “O que você fez no último ano para melhorar seu conhecimento?” e “Analisando seu currículo, parece que você tirou um ano sabático. Você poderia nos dizer por que isso aconteceu?” Responder perguntas como essas pode ser intimidante.

A boa notícia é que estas lacunas não são tão incomuns ou estigmatizadas como eram no passado. É importante enquadrar o tempo que se passou de forma objetiva – seja para se dedicar à família, para autocrescimento ou para encontrar uma oportunidade que realmente se adapte às suas habilidades – e compartilhar o que você aprendeu durante esse período. “A chave é mostrar que esta não foi uma lacuna na progressão do seu desenvolvimento pessoal, mas sim uma pausa no caminho profissional”, disse McGovern.

Dica profissional:

Mesmo que sua pesquisa demore mais do que o esperado, pode ser útil construir uma presença on-line ao se candidatar a vagas. Você pode apontar para esses esforços durante o processo de entrevista para mostrar seu compromisso em aprender e participar de discussões em torno de sua área de interesse. Por exemplo, McGovern, que é apaixonada por apoiar mulheres em cargos de liderança, comentará postagens, fará perguntas a seus seguidores e compartilhará novamente citações sobre esse assunto. Ela faz a curadoria de sua presença para mostrar seus interesses pessoais e profissionais.

A grande ressalva, compartilhou McGovern, é que esse trabalho precisa ser autêntico. Seu público e seus empregadores perceberão se o conteúdo que você está postando e apresentando nas entrevistas não é algo que você consome naturalmente ou no qual não tem interesse genuíno.

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Encontrar emprego é desafiador em todas as fases da vida, mas a busca inicial após a graduação pode ser uma das mais difíceis. Lembre-se de que os desafios que você enfrenta não refletem suas habilidades ou potencial. Por isso, durante essa busca, lembre-se do seu valor, reflita sobre que tipo de carreira você realmente deseja e continue fazendo networking. Dessa forma, quando você conseguir um emprego, saberá que é o certo para você.

HBR: ©.2024 Harvard Business School Publishing Corp./Distribuído por The New York Times Licensing Group