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6 maneiras de incorporar estratégia em suas atividades diárias

Não é de admirar que nos frustremos com a falta de progresso na busca de nossos objetivos

David Lancefield Harvard Business Review

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Ser estratégico – quer dizer, fazer escolhas coerentes para alcançar uma ambição ou objetivo – é uma habilidade indispensável para líderes de empresas. Mas pode ser difícil de praticar, e estratégias são de fato difíceis de conceber e implementar. Às vezes, atribuímos a culpa a obstáculos organizacionais. Por exemplo, o microgerenciamento reduz o entusiasmo para se experimentar novas ideias. E os benefícios nos estimulam a manter o status quo. Comunicação inadequada dificulta a identificação das áreas de foco.

No entanto, são nossa mentalidade e comportamento que frequentemente nos limitam mais. Em casos extremos, o burnout prejudica nossa capacidade de tomar decisões. A ansiedade limita nosso campo de visão. A sobrecarga torna mais difícil descobrir por onde começar. A falta de confiança nos incentiva a focar no curto prazo. Como resultado, entramos no modo “piloto automático” e adotamos hábitos que nos ajudam a focar no que é familiar para nós. No entanto, isso nem sempre é o que a estratégia exige ou o que desejamos para nós mesmos. Não é de admirar que nos frustremos com a falta de progresso na busca de nossos objetivos.

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Não precisa ser assim. Mesmo quando parece que as coisas estão contra você (especialmente em organizações mais burocráticas), há mais opções do que você imagina. Pequenas decisões sobre onde concentrar esforços e o que fazer ao longo do dia podem parecer insignificantes, mas seus efeitos se acumulam. Domine essas pequenas decisões e, antes que perceba, você superará os obstáculos ao perseguir sua estratégia com maior clareza, determinação e, em última análise, sucesso. Aqui estão seis maneiras de incorporar estratégia em suas práticas diárias.

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Identifique as ações que importam



Todos os dias surgem oportunidades para dedicar mais atenção a eventos, situações ou atividades que contribuem de maneira desproporcionalmente positiva para a estratégia.

Vamos falar sobre Mary*, uma CEO com quem trabalhei, que sentia que não tinha controle de seu tempo. “Estou tão sobrecarregada com solicitações e reuniões que quase não tenho tempo para me concentrar nas coisas importantes”, ela me disse. Ela também apresentava desempenho insatisfatório aos olhos de sua equipe e dos stakeholders externos.

Perguntei a ela em que gostaria de se concentrar. Sem hesitar, ela falou sobre seus maiores clientes, o conselho, iniciativas prioritárias (de novos empreendimentos à cultura organizacional) e tempo para pensar. Pedi a ela que planejasse a melhor semana possível, refletindo sobre suas preferências e também suas responsabilidades. Em poucos dias, ela fez mudanças substanciais no foco, delegou mais tarefas a outras pessoas e reduziu o tempo gasto em reuniões não urgentes. Sobretudo, ela se sentiu mais decidida e produtiva.

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Para isso, comece anotando a estratégia da sua equipe, incluindo a forma como ela contribui para a organização. Em segundo lugar, selecione uma janela de tempo na qual focar, como uma semana de antecedência. Terceiro, anote as melhores ações que você poderia tomar (ou incentivar outros a tomar) em momentos críticos para aumentar as chances de sucesso de sua estratégia. Ao montar sua programação ideal, reserve tempo para se concentrar nestas ações de impacto:

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Convencer os colegas a pensarem e agirem de novas maneiras — por exemplo, ao prever as necessidades de futuros clientes. Enfrentar comportamentos difíceis que impedem o progresso, como o bullying.

Inclua também tempo para estar visível para colaboradores e stakeholders, além das tarefas de governança inevitáveis, como aprovações e participação em reuniões. Reserve um tempo para emergências e, sempre que possível, recuse qualquer coisa que possa ser uma distração desnecessária.

Concentre-se no problema mais importante



Para cada um desses momentos, concentre-se no principal problema que precisa ser resolvido e, em seguida, considere como superar esse problema contribuirá de forma positiva para os resultados estratégicos que você deseja alcançar.

Tom, um CEO, inicia todas as suas reuniões com subordinados diretos ou com sua equipe executiva fazendo três perguntas:


Essa rotina se tornou tão arraigada no negócio que a equipe de Tom já vem preparada para responder a essas perguntas sem que ele as faça. A simplicidade das perguntas e a consistência do enquadramento facilitam a contribuição de todos.

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Examine as opções disponíveis



A qualquer momento – seja em uma tarefa, uma conversa, uma troca de e-mails ou uma reunião – há mais opções sobre o que você pode fazer e como pode se apresentar do que você imagina, e todas essas opções podem contribuir positivamente para a estratégia. Esta oportunidade está relacionada a seu:

Papel: o que o momento e o problema mais exigem de você, como uma ideia, um desafio, um insight ou uma experiência, além de qualquer papel formal que você desempenhe? Por exemplo, embora você lidere a agenda de crescimento devido ao seu papel como diretor de marketing e vendas, também pode ser útil adotar uma abordagem voltada para o risco ao considerar uma nova oportunidade de negócios.

Distinção: o que você pode trazer ao momento que outros não podem?

Impacto: o que você deseja que as pessoas sintam, pensem e façam por causa de sua intervenção? Que impressão você quer passar por meio das suas roupas, do seu comportamento e das suas palavras?

Aprendizado: sobre o que você quer mais detalhes, seja em relação ao tema, à situação ou às pessoas envolvidas? O que você deve observar na interação?

Michael, um CFO, teve que redigir um documento para o conselho, que deveria ser revisado pelo CEO antes de ser enviado. Ele fez questão de apresentar seu pensamento estratégico e criatividade ao se posicionar como sucessor do CEO. Em vez de criar o tradicional documento longo e detalhado, ele aproveitou a oportunidade para gravar um breve vídeo explicando os pontos principais, acompanhado de uma apresentação visual que ilustrava o novo empreendimento e um documento escrito conciso de cinco páginas que destacava os benefícios, a estrutura e as ações necessárias. O resultado foi uma discussão estimulante, a aprovação do empreendimento e um feedback muito positivo sobre sua contribuição.

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Domine as capacidades necessárias



Em cada um desses momentos, reflita sobre o que você precisa dominar para oferecer a melhor contribuição possível. Pode ser uma nova forma de pensar ou uma habilidade que você precisa demonstrar, como fazer apresentações, tomar decisões ou negociar. Adote uma atitude positiva e corajosa, e foque nas melhorias específicas que você pode implementar. Isso pode envolver:

Patricia, presidente de uma grande unidade de negócios, assumiu mais atividades voltadas para o cliente após uma reestruturação da empresa. Sua prioridade era perguntar aos 10 principais clientes o que eles valorizavam e de que sentiam falta de sua equipe. Não foi uma abordagem radical, mas o foco dela em dominar três habilidades específicas a fez se destacar aos olhos de seus clientes e colegas de trabalho:


Ela descobriu que os clientes responderam de maneira favorável e aberta, o que ajudou sua equipe a focar naquilo que esses clientes valorizavam.


Alinhe os elementos da estratégia



Em um cenário ideal, as escolhas estratégicas individuais que você tomar atenderão às necessidades dos stakeholders, da organização, da unidade de negócios, da equipe e também às suas próprias.

A realidade é que, muitas vezes, alcançar esse alinhamento e integração pode ser difícil, pelo menos à primeira vista. Isso ocorre porque existem:


Compensações: a liderança da organização exige algo diferente daquilo que a equipe tem interesse em fazer, pelo menos por um tempo. Por exemplo, a equipe quer entrar em um novo mercado, mas a estratégia corporativa diz para “manter”.

Atrasos: uma decisão demora para fluir e se transformar em ações que reflitam seus interesses. Por exemplo, leva tempo para transferir recursos ou alterar estruturas de incentivos.

Falta de informação: você pode não saber muito a respeito de uma situação ou problema porque faltam informações ou porque está em um território novo, o que exige um ato de fé em um momento em que você pode preferir mais certeza.


Reenquadrar a situação pode lhe ajudar a reduzir esse desalinhamento. Por exemplo, imagine que o seu objetivo de carreira pessoal seja exercer atividades intraempreendedoras, com o objetivo de eventualmente iniciar o seu próprio empreendimento. Você também lidera uma equipe autogerida que está no centro do motor de crescimento da sua empresa, entregando serviços que os clientes adoram.

Agora imagine que você precisa reorientar sua unidade de negócios para melhorar a lucratividade de curto prazo, a fim de financiar o crescimento de uma unidade de negócios de maior prioridade no portfólio. Embora seja iminentemente sensato do ponto de vista da empresa, parece limitante (e muito orientado operacionalmente) para você. E você não pode mudar para outra unidade de negócios, pelo menos não imediatamente, ou sair da organização.

Para reformular a situação, pergunte-se: qual é a maneira mais inovadora de abordar a tarefa de melhorar a lucratividade de curto prazo da minha unidade de negócios? Essa reformulação aumenta suas chances de atender às necessidades da organização e também às suas.

Monte os recursos de que precisa



É difícil, senão impossível, fazer escolhas inteligentes sobre onde focar e o que fazer todos os dias se você estiver esgotado. Mas muitas pessoas o fazem, ao correrem de reunião em reunião, perseguindo prazos e uma lista interminável de metas.

Utilize dois tipos de recursos com sabedoria. Primeiro, desenvolva o portfólio básico de recursos de que você precisa para ter o melhor desempenho, que inclui nutrição saudável, boa atividade física, sono suficiente, interesses pessoais e relacionamentos fortes com seu cônjuge, família e amigos. Segundo, desenvolva estes recursos adicionais para lhe ajudar a fazer escolhas sábias no momento:


Mental: utilize visualizações, memórias de sucessos anteriores e seu senso de propósito para estimular o pensamento positivo.

Relacionamentos interpessoais: cerque-se de pessoas que ampliem e complementem sua contribuição.

Ambiente: crie o melhor local possível para trabalhar, seja no escritório, em casa ou em outro lugar.

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Embora frequentemente nos concentremos em obstáculos organizacionais, nossas próprias limitações e práticas pessoais também dificultam a tradução da intenção em ações estratégicas. A boa notícia é que existem muitas oportunidades para fazer escolhas sistemáticas ao longo do dia que aumentam suas chances de tornar sua estratégia um sucesso.

HBR: ©.2024 Harvard Business School Publishing Corp./Distribuído por The New York Times Licensing Group

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