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A produtora chinesa de eletroeletrônicos Hisense anunciou nesta terça-feira (28) o início da produção de televisores e aparelhos de ar-condicionado no Brasil, em parceria com as fábricas da Multi (MLAS3, antiga Multilaser) e da Friovix, em Manaus. Além da manufatura local, já em andamento e prestes a ser distribuída, ainda entrará no mercado brasileiro com a importação de linha branca de eletrodomésticos.
Fundada há 55 anos em Qingdao, na China, e com forte presença em mercados desenvolvidos, a Hisense admite que “demorou a chegar ao mercado brasileiro”. Em evento de lançamento da marca para o mercado local, disse ser a segunda maior exportadora de televisores para Europa e Estados Unidos. A empresa não abre, no entanto, a projeção da produção no Brasil ou o tamanho do investimento nas linhas locais.
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A companhia chega ao Brasil em meio a uma crise no varejo que se agravou com a fraude das Americanas (AMER3) e teve um desenrolar recente no pedido de recuperação extrajudicial das Casa Bahia (BHIA3). “O mercado sempre tem altos e baixos. Não há um momento ideal. Esse é o momento para nós, agora lançando produtos nacionais, televisão e ar-condicionado”, diz Matjaz Cokan, vice-presidente da Hisense Brasil. “O Grupo Hisense vê o Brasil como um mercado de muitas oportunidades. Para a região das américas, é um dos maiores.”
Foco no consumo local
Cokan afirma que, no momento, o foco da produção no Brasil é alimentar o próprio mercado, embora a empresa venda produtos em outros países da América Latina. A Hisense já estava presente no país com as marcas Gorenje, comprada em 2018, e a Toshiba, cuja divisão de TV foi adquirida em 2017.
Os esforços da Hisense por uma expansão acompanham um movimento de ganho em participação no mercado por companhias chinesas em indústrias como a de televisores. “Japonesas e coreanas vêm perdendo muito market share no mercado chinês e do sudeste asiático”, diz Hsia Hua Sheng, professor da FGV. Soma-se a isso o esforço da China em uma nova onda de internacionalização, movimento de investimentos em produção local em países em desenvolvimento.
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Com cada vez mais recursos instalados em aparelhos para casas inteligentes, desde a linha branca até televisores, a China leva vantagem competitiva em função de sua cadeia produtiva mais completa, avalia Sheng. A Hisense e sua principal concorrente chinesa, TCL, têm se destacado, por exemplo, nas linhas de SmarTV de grandes dimensões.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o número de domicílios brasileiros em que a televisão foi utilizada para acessar a internet aumentou de 13 mil em 2016 para 151 mil em 2022. De acordo com o levantamento, no último ano da amostra 43,4% das casas com televisão já acessavam serviços de streaming.
Patrocínios a esportes
A Hisense tem um histórico de associação ao esporte e pretende usar suas parcerias com grandes eventos como um trunfo para surfar no mercado de televisores no Brasil. Patrocinadora das Copas do Mundo de 2018 e 2022, além da NBA e do Paris Saint-German, ela é um dos nomes da Eurocopa 2024, organizada pela União das Federações Europeias de Futebol (UEFA).
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“Vamos usar a UEFA para fazer ações, já que o brasileiro é apaixonado por futebol”, diz Thais Nogueira, responsável pelo marketing da empresa no Brasil. Sobre o patrocínio de clubes de futebol, a executiva diz que “temos planos, é óbvio, mas não tem nada definido”. Para 2024, qualquer movimento junto ao futebol nacional está descartado, justamente em função da campanha em curso junto à liga europeia.
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