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A geração de energia elétrica no local de consumo ou em área próxima, também conhecida como geração distribuída (GD), proveniente de sistemas fotovoltaicos (energia solar) tem potencial para gerar economia líquida na conta de luz da população brasileira acima de R$ 84,9 bilhões até 2031. Os dados fazem parte de um estudo encomendado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e realizado pela consultoria Volt Robotics.
Em maio, a energia gerada em sistemas próprios com tecnologia fotovoltaica ultrapassou 29 gigawatts (GW) de potência instalada em operação no Brasil, segundo dados da Absolar. O total de unidades consumidoras beneficiadas com o uso da energia solar ultrapassa 3,7 milhões no país.
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A expansão progressiva da geração própria solar tem aquecido o mercado e estimulado negócios que envolvem climatechs e enertechs. Em junho, a Lemon Energia, climatech que utiliza tecnologia de dados para conectar geradores de energia limpa a pequenos e médios empreendedores, incrementou a parceria com a IVI Energia.
Integrada ao portfólio da Brookfield em dezembro de 2023, a IVI Energia se tornou o braço da gestora no segmento de geração distribuída. A Brookfield já anunciou cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos na construção de usinas solares de menor porte nos próximos 12 meses. Com mais de 50 usinas no país, a IVI Energia deverá ter um parque solar gerador com 300 MWp (megawatts-pico), o equivalente a 200 e 250 MWac.
Lucas Coberline, head de Geração da Lemon, conta que o acordo inicial com a IVI Energia, fechado este ano, previa a gestão de cinco usinas solares, mas já foi ampliado para 11 unidades geradoras de energia com sistema fotovoltaico. A expectativa é de que a parceria continue expandindo, à media que o parque solar gerador da IVI Energia cresça.
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Ben Sauer, gerente de Operações da IVI Energia, diz que a meta da empresa é investir em um portfólio robusto de energia limpa, com horizonte de expansão. “Contar com um parceiro especializado como a Lemon, que possui vasta expertise na gestão de usinas, é essencial para que possamos focar na excelência operacional e garantir a alta qualidade dos nossos ativos”, afirma Sauer.
A estimativa da Lemon é que, com a gestão das 11 usinas, a base de cliente ultrapasse 2,5 mil pequenas e microempresas localizadas em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo. Coberline diz que Lemon dobrou o número de clientes em 2023. “Passamos de 5 mil clientes, no início de 2023, para 10 mil, no fim do ano passado. Atualmente, já ultrapassamos esse total. Mantemos mais de 100 usinas parceiras em todos os estados da região Centro-Oeste, no Distrito Federal, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e este ano iniciou operação em Pernambuco”, detalha.
Cliente final é beneficiado
Achados do estudo realizado pela Volt Robotics para a Absolar indicam que os benefícios líquidos da GD equivalem a um valor médio de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) na estrutura do sistema elétrico nacional, ante a uma tarifa média residencial de R$ 729 por MWh, segundo dados de 2023 da Agência Nacional e Energia Elétrica (Aneel). Clientes que usufruem dos benefícios da geração distribuída sem investir na infraestrutura do sistema fotovoltaico não pagam taxas adicionais por estarem nesse ecossistema.
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Na Lemon, o foco é em micro e pequenos empreendedores. Não há um perfil de consumo específico para usar o benefício, diz Coberline. O atendimento aos clientes residenciais não está fora do radar da Lemon, mas ainda não há a previsão para iniciar o serviço, segundo o head de Geração da Lemon.
Após algumas análises, o cliente é inserido no sistema da Lemon e passa a pagar duas contas. “Nosso cliente paga o custo de infraestrutura para a concessionária e o custo da energia para Lemon. A economia do custo da energia varia entre 20% e 25%, dependendo da geração da usina que está instalada na região do cliente. No total, incluindo a conta paga à concessionária, o cliente vai economizar”, detalha Coberline. “O cliente final não paga nada mais por usa o sistema da Lemon, são as usinas que nos remuneram”, diz.
A precificação que não sobrecarrega o cliente final também faz parte do modelo de negócio da Sun Mobi, enertech que atua na geração compartilhada de energia solar desde 2017. Com parque próprio de usinas instaladas em São Paulo e Paraná, a Sun Mobi atende consumidores, incluindo residências, em 473 municípios paulistas e 395, no Paraná.
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Em sete anos de operação no mercado de energia solar, a Sun Mobi já não cabe mãos na definição de startup. Alexandre Bueno, sócio da Sun Mobi, diz que, a empresa começou na garagem e hoje já reúne 22,5 22,5 megawatts (MW) instalados em usinas fotovoltaicas nos sistemas de distribuição da CPFL Piratininga, da CPFL Paulista, da Enel e da Elektro no estado de São Paulo, além de dois empreendimentos conectados na Copel, no Paraná.
Nos últimos dois anos, a Sun Mobi aumentou o portfólio de serviços. Um dos negócios foi o contrato de locação de uma usina fotovoltaica de 2,5 megawatts (MW) em Cajamar, SP, em 2023, marcando o início do serviço de geração solar compartilhada em São Paulo (SP) e em 24 municípios da região metropolitana, na concessão da Enel SP.
“A proposta é garantir eletricidade verde e barata para clientes que não podem ou não pretendem instalar painéis solares nos imóveis. Esse tipo de contrato de fornecimento de energia solar tem crescido exponencialmente no País, impulsionado pela ausência de necessidade de investimento num sistema próprio de geração de eletricidade no telhado ou num pequeno terreno, além da facilidade do processo de adesão”, diz o sócio da Sun Mobi.
Tecnologia fortalece sustentabilidade
Levantamento feito pela Absolar aponta a instalação de 2,6 milhões de sistemas fotovoltaicos em telhados, fachadas e pequenos terrenos no Brasil. Desde 2012, os investimentos nesse tipo de tecnologia somaram cerca de R$ 142,5 bilhões, gerando mais de 870 mil empregos verdes acumulados no período, em todas as regiões do Brasil. Isso representa, segundo a Absolar, uma arrecadação aos cofres públicos de mais de R$ 42,3 bilhões.
De acordo com o estudo da Volt Robotics, os benefícios líquidos da geração distribuída equivalem a um valor médio de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) no sistema elétrico nacional, ante uma tarifa média residencial de R$ 729 por MWh. A Absolar prevê o crescimento do uso da tecnologia fotovoltaica nos próximos anos, já que o Brasil conta com aproximadamente 92,4 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no mercado cativo.
Para o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, o crescimento da geração própria solar amplia o protagonismo do Brasil na geopolítica da transição energética global. “A geração própria solar reduz o uso da infraestrutura de transmissão, aliviando pressões sobre sua operação e diminuindo perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos”, diz Sauaia.
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