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Fusão entre Arezzo e Soma chega à B3 colhendo sinergias em receita de calçados

Azzas 2154 passa a negociar na bolsa brasileira sob o ticker AZZA3

Iuri Santos

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As empresas Arezzo&Co e Soma celebraram, nesta quinta-feira (1), em evento na B3, o primeiro dia de negociações da Azzas 2154, sob o ticker AZZA3, fruto da fusão entre as duas companhias. O resultado do negócio é a maior varejista de moda da América Latina, com receita anual de R$ 12 bilhões, que deve colher principalmente sinergias imediatas de receita pela associação dos portfólios com foco em calçados às marcas de vestuário.

O novo grupo passa a contar com nomes fortes do calçado, como Arezzo, Schutz e Anacapri, da própria Arezzo&Co, e Hering, Farm e Animale, do Grupo Soma. “Não existe nenhuma marca relevante no mundo que não tenha pelo menos 10% da sua receita vinda de calçados e bolsas”, disse nesta manhã Alexandre Birman, que assume a função de CEO na nova companhia. Seis meses após o anúncio da fusão, as empresas já lançaram coleções de calçados pela Farm e pela Hering. 

Cerimônia de toque da campainha para a estréia da Azzas 2154 na B3. (Foto: Cauê Diniz/Divulgação)

A expectativa é que um evento em Blumenau, em 15 de agosto, dê mais detalhes sobre as sinergias do negócio em uma atualização de lançamento ao mercado. Por enquanto, Birman diz que outros projetos para colher ganhos da fusão devem começar a ter resultados apenas em 2024.

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No caso da Hering – junto à Farm, duas maiores marcas do Grupo Soma –, a expectativa é melhorar a penetração no mercado B2B multimarcas. Farm e Hering também já começaram a adotar uma metodologia de gestão de coleções com resultados mais responsivos dentro do período da própria coleção.

Desde que adquiriu a Hering, em 2021, o Grupo Soma enfrentou dificuldades para resolver os problemas operacionais da companhia e colocá-la de volta nos trilhos. Agora, vem uma nova integração que deve buscar melhorar a cadeia de suprimentos e expandir as megastores da marca de vestuário. No marketing, a varejista deve aproveitar melhor modelos consolidados de marcas com público amplo, como a Arezzo.

A Azzas 2154 opera em uma estrutura de quatro unidades de negócio: calçados e acessórios (Arezzo, Schutz, Vans e outras); vestuário feminino lifestyle (Farm, Animale, Maria Filó, NV e outras); vestuário masculino lifestyle (Reserva, Oficina, Foxton e outras); vestuário democrático (Hering, Hering Kids, Hering Intimates e Dzarm).

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São Paulo Fashion Week e plano Prime

A expectativa da empresa é auxiliar na organização do próximo São Paulo Fashion Week, em 2025. Ainda está indefinido se o modelo será em sociedade com o proprietário da marca do desfile, Paulo Borges. “A base de tudo é o calendário. Houve uma desorganização em função de uma desestabilização financeira do São Paulo Fashion Week”, avalia o executivo.

Há até a possibilidade de que o Fashion Week vá para o Rio de Janeiro, que tem sinalizado com altos investimentos para levar o evento. Independentemente de onde ocorra, a Azzas 2154 lança, já na próxima edição, um prêmio anual de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões para três talentos anuais das marcas do desfile.

Outro anúncio foi o plano de benefícios que a empresa pretende incorporar às suas marcas, em um modelo similar ao Prime, da Amazon, nos próximos 12 meses. A ideia é que o programa – que deve permitir troca de produtos em diferentes lojas do grupo e frete grátis – sirva para fortalecer o relacionamento e gerar recorrência. “Hoje temos 11 milhões de clientes nas classes B ou superior. Estamos falando de quase metade dos brasileiros desse grupo com compras recorrentes em Azzas 2154 nos últimos 12 meses”, diz Birman.

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Chegada no mercado

As ações do Grupo Soma acumulavam queda de 17% desde o início do ano, enquanto a Arezzo caía 23,84%. Birman defende que a fusão deve tornar as ações mais atrativas devido ao volume de negociação projetado, de R$ 250 milhões diários. “Mesmo ainda não existindo a ação AZZA3, já houve uma migração enorme da base de investidores em sentido contrário ao fluxo atual da bolsa: hoje 65% dos investidores em Arezzo, do free float [ações em circulação no mercado], são estrangeiros”, aponta o executivo.

A fusão foi comemorada pelo presidente da B3, Gilson Finkelsztain, no momento em que o mercado encara uma seca de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês). O movimento leva à incorporação das ações do Grupo Soma e a um aumento do capital social de R$ 578.953.615,18. São 95.500.607 novas ações ordinárias emitidas.

Além do faturamento líquido de R$ 12 bilhões, a nova companhia coloca 34 marcas sob seu guarda-chuva, juntas de 2 mil lojas, 22 mil multimarcas e 22 mil colaboradores diretos.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.