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Fundo de pensão canadense amplia presença em grãos no Brasil

Com mandato para investir recursos de pensionistas do serviço público federal, Forças Canadenses, Polícia Real e da Reserva Militar, PSP compra fatia minoritária da brasileira MLF Agro

Alexandre Inacio

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O Public Sector Pension Investment Board Act (PSP) do Canadá oficializou a compra de uma fatia minoritária da brasileira MLF Agro, do empresário Michael Lewin Feibelmann. O fundo é responsável por investir os recursos dos pensionistas do serviço público federal do Canadá, forças canadenses, polícia real e da reserva militar do país.

A aquisição se deu por meio da Cruzeiro do Sul Grãos, empresa com sede em Ribeirão Preto (SP), que tem fazendas de soja, milho e algodão em Mato Grosso do Sul, Piauí, Bahia e duas propriedades em Mato Grosso. A companhia é controlada pelo Grupo PSP e tem o próprio Michael Lewin Feibelmann como principal executivo.

Após o fechamento da operação, Feibelmann permanecerá como majoritário da MLF Agro, com 50% mais uma das ações ordinárias da empresa. Com os recursos provenientes da venda, a MLF pretende financiar a aquisição de novas propriedades.

A entrada da Cruzeiro do Sul no capital da MLF Agro ocorre um mês após a MLF ter adquirido as fazendas Jurucutu do Formoso e Esplanada III, no município de Jaborandi, na Bahia. Em dezembro de 2023, a empresa assinou o contrato para aquisição das duas propriedades que, até agora, são os únicos ativos da empresa.

Para a Cruzeiro do Sul, a participação na MFL reforça a atividade da companhia no oeste da Bahia. A empresa já é proprietária da Fazenda Kobra, localizada no município de São Desidério.

Apesar do interesse do fundo de pensão canadense em fazendas produtoras de grãos, o interesse do Grupo PSP no agronegócio brasileiro vai muito além. A empresa é sócia em diversos negócios no Brasil, tanto na produção quanto na comercialização de produtos agropecuários.

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No segmento de café, o fundo é sócio da família Montesanto Tavares, que produz cafés especiais em Minas Gerais e na Bahia e também exporta o grão por meio da sua trading, a Atlântica Exportação.

O fundo ainda tem participação em empresas que produzem pinus e eucalipto, em propriedades de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Outros negócios ainda envolvem a produção pecuária e cana-de-açúcar.

Desde o início do ano, grupos estrangeiros e nacionais têm buscado se posicionar no mercado para possíveis oportunidades. Cosan (CSAN3) e Nuveen Natural Capital, braço da Teachers Insurance and Annuity Association of America (TIAA) – fundo de pensão de professores dos EUA – anunciaram a criação de uma joint venture.

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A operação criou a Radar Gestão de Investimentos. A nova empresa incorporou as áreas administradas pela Radar, vertical da Cosan que já cuida das terras do grupo, distribuídas em cana-de-açúcar, grãos e eucalipto, e também as administradas pela Nuveen na América Latina, concentradas em eucalipto.