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(Bloomberg) – A BMW alertou que um recall afetando cerca de 1,5 milhão de veículos devido a falhas em seus sistemas de freios da Continental irá reduzir seu lucro este ano, aumentando a crise industrial na maior economia da Europa, a Alemanha.
A montadora agora prevê lucros significativamente inferiores aos €17,1 bilhões (R$ 106,1 bilhões) reportados no ano passado e projeta que sua margem operacional na fabricação de automóveis poderá ser tão baixa quanto 6%. O revés segue o anúncio da Volkswagen na semana passada, que delineou planos sem precedentes para cortar custos, incluindo possíveis fechamentos de fábricas na Alemanha.
O problema dos freios pode reduzir a potência e a eficácia dos sistemas de assistência, de acordo com um porta-voz da BMW. A Continental, que está trabalhando em uma cisão e possível listagem de sua unidade automotiva, afirmou que um componente eletrônico defeituoso é o responsável. As empresas disseram que os veículos ainda são seguros para dirigir.
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As ações da BMW caíram até 9,6%, a maior queda intradia desde março de 2020. As ações da Continental estavam em baixa de cerca de 10% às 15h25 em Frankfurt. A Continental afirmou que fornece o sistema para outros fabricantes de automóveis, embora apenas a BMW seja afetada pelo problema devido a uma configuração específica que utiliza.
O alerta de lucro revela a extensão dos danos causados pelos freios defeituosos, que já apareceram em recalls anteriores este ano. Um total de cerca de 1,2 milhão de veículos foi entregue aos clientes e está sujeito ao recall, enquanto cerca de 320.000 ainda estão com o fabricante, disse um porta-voz da BMW.
Os problemas estão dificultando a BMW enquanto seus modelos elétricos têm superado os de seus rivais alemães. A BMW está se juntando à VW em meio à crise, em um momento em que o mercado também está desacelerando. Vendas fracas na China também contribuíram para a revisão das previsões, afirmou a montadora.
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A BMW, que vendeu 2,25 milhões de veículos no ano passado sob suas marcas BMW e Mini, está avaliando se os reparos podem ser feitos por meio de uma atualização de software ou se precisam de consertos físicos, segundo um porta-voz. O recall deve ser concluído ainda este ano, com a possibilidade de alguns atrasos até 2025.
Para a Continental, o recall representa mais um golpe para uma empresa já cercada por uma série de problemas. Além de uma reestruturação profunda que levará à perda de 7.000 empregos em sua unidade automotiva, as autoridades da União Europeia inspecionaram a empresa em janeiro por suspeita de conluio de preços com outros fabricantes de pneus. Mais recentemente, os lucros começaram a cair. A empresa enfrentou escrutínio por seu papel no escândalo das emissões de diesel e, em abril, foi multada em €100 milhões (R$ 620,4 milhões) por não impedir que funcionários participassem do esquema.
A empresa também enfrentou uma série de problemas de conformidade e segurança, incluindo o roubo de dados da empresa e de clientes em um ciberataque em 2022, além de questões de controle de qualidade com mangueiras industriais e automotivas. Em agosto, o fornecedor alemão disse que está considerando a separação de seu negócio de peças automotivas em dificuldades da operação de pneus mais bem-sucedida, após medidas anteriores para reverter os resultados não terem surtido efeito.
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De acordo com a analista automotiva da Bloomberg Intelligence, Gillian Davis, os problemas no sistema de freios podem custar à Continental até €75 milhões (R$ 465 milhões) para serem corrigidos.
A BMW, que anteriormente previa uma leve queda nos lucros antes dos impostos, disse que o recall resultará em custos adicionais de garantia na faixa de centenas de milhões de euros no terceiro trimestre. A montadora afirmou que está atualmente avaliando reivindicações de compensação contra a Continental.
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