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Pela primeira vez na história, as indústrias exportadoras de carne de frango vão superar a marca de 5 milhões de toneladas embarcadas. O feito deve ser alcançado ainda em 2023, quando as vendas externas devem oscilar entre 5,05 milhões e 5,15 milhões de toneladas, com aumento de até 6,8%.
A estimativa é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que projeta um novo incremento para 2024. Para o ano que vem, a projeção indica um crescimento de até 3,9%, com embarques que podem alcançar 5,3 milhões de toneladas.
A maior presença do frango brasileiro no exterior – pode chegar a 38% do comércio global – reflete a limitação dos principais concorrentes em abastecer o mercado. Isso porque, tanto os Estados Unidos quanto os maiores produtores da União Europeia sofreram com casos de influenza aviária.
Por conta disso, o Estados Unidos, segundo maior exportador do mundo, deve reduzir em pelo menos 2% suas exportações este ano. O mesmo deve ocorrer na União Européia. As vendas externas do bloco neste ano já estão 2,2% inferiores em comparação ao ano passado. As melhores projeções indicam que os europeus ficarão estáveis em suas exportações em 2023.
Apesar do ano positivo, a luz amarela voltou a acender entre as indústrias diante do recente aumento dos custos de produção. A curva de queda identificada ao longo de todo o ano começou a se inverter nos últimos dois meses e começa a chamar atenção.
Na avaliação de Ricardo Santin, presidente da ABPA, o setor terá pela frente custos maiores. Ainda que a safra brasileira seja melhor por conta das condições climáticas adversas, a expectativa de exportação do Brasil e a oferta disponível no Paraguai e Argentina, criam um ambiente para custos mais elevados, porém, dentro de uma relativa estabilidade.
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“A gente sabe que o custo vai ficar um pouco maior, mas eu sei que [a saca de milho] não vai ser R$ 100, como foi no ano passado. Talvez não seja R$ 50, mas sabemos que não vai ser R$ 100. Não enxergamos ambiente para que possa ter uma grande disparada de preços”, disse Santin.
O cenário para as indústrias de suínos é semelhante ao de aves. As exportações do setor devem encerrar 2023 com crescimento de 9% e chegar a 1,22 milhão de toneladas. Para 2024, a tendência também é de crescimento. A ABPA projeta embarques de até 1,3 milhão de toneladas, com crescimento de 6,6%.
Segundo Santin, uma possível mudança pode ocorrer no ranking dos maiores estados exportadores do Brasil. Isso porque, Chile e República Dominicana já reconheceram Paraná e Rio Grande do Sul como áreas livres de febre aftosa sem vacinação.
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O mesmo deve ocorrer com Coreia do Sul e Filipinas, que visitaram recentemente as regiões para conceder o reconhecimento. Até mesmo a China, maior cliente da carne suína brasileira, está com visita agendada para liberar as exportações de carne com osso dos dois Estados.
“Podemos ter uma mudança no perfil de market share de exportação de carne suína. Paraná e Rio Grande do Sul poderão exportar carne com osso e miúdos para esses países. Isso será um grande impulso para as exportações brasileiras de carne suína”, disse Santin.
O otimismo com o mercado suíno é resultado da queda da oferta nos maiores produtores do mundo. A China está reduzindo sua produção em 1%, depois de um pico de abate nos últimos meses.
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Na Europa, o aumento dos custos de mão-de-obra e os casos de peste suína africana têm reduzido a competitividade do bloco, o que deve levar a uma redução na oferta. Só neste ano, as exportações dos países membros já encolheram 20%.
Maior exportadora de carne suína do mundo, a União Européia tem visto seus custos subirem nos últimos meses, principalmente por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia.
A menor disponibilidade de grãos ucranianos e o aumento dos preços da energia diante da instabilidade no fornecimento do gás russo, são os principais fatores para essa nova realidade.
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