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Expansão no Nordeste antes de tudo: os planos do Pátria para a Atakarejo

Gestora avança no varejo alimentar com a aquisição do controle da rede baiana que faturou cerca de R$ 4 bilhões em 2022

Rikardy Tooge

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Após confirmar a compra do controle da Atakarejo, o Pátria Investimentos já traça os primeiros planos para a expansão da rede baiana de varejo alimentar. Embora a transação ainda dependa do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a gestora não prevê uma nacionalização da marca no curto prazo, apesar de reconhecer a força do ativo para uma futura expansão no país.

“Nossa visão ainda é a abraçar as oportunidades regionais. Vemos um espaço para um crescimento bastante robusto no Nordeste e nosso plano de crescimento para a Atakarejo é orientado na própria região”, explica Marcos Ambrosano, sócio do Pátria na parte de varejo e ex-presidente do Makro no Brasil, ao IM Business. O plano é abrir em torno de 50 lojas em um plano de cinco anos, incluindo em Estados vizinhos da Bahia.

Com faturamento de R$ 3,7 bilhões no ano passado, a Atakarejo é a sexta maior rede do país com 28 unidades apenas na Bahia, o que demonstra o potencial de upside do negócio. A competitividade da marca frente a concorrentes de peso como Assaí, Atacadão e Grupo Mateus chamou a atenção do Pátria, que iniciou as conversas com a empresa há mais de um ano – a gestora não divulgará o valor do negócio, especulado pelo mercado em algo em torno de R$ 700 milhões.

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“Nos nossos estudos, nós identificamos que o Nordeste tinha uma vocação para a expansão do formato de atacarejo. E a Atakarejo tinha uma liderança consolidada. Nos pareceu bastante evidente que ela tinha todas as condições de crescer com um aporte de capital”, acrescenta Luiz Felipe Cruz, sócio do Pátria responsável por novos investimentos e private equity. O fundador da empresa, Teobaldo Costa, seguirá no negócio com participação minoritária.

Loja da Atakarejo na Bahia (Divulgação)

Com a aquisição de 60% da rede baiana, o Pátria Investimento coloca o pé em mais uma frente do varejo alimentar, mercado que vem estudando há pelo menos quatro anos, lembra Cruz. A primeira incursão da casa ocorreu em 2021, com a compra de supermercados regionais em cidades menores, por meio da Plurix, que possui as marcas Avenida, Boa Supermercados e Superpão, que atuam nos interiores de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. “Os supermercados regionais têm um contato mais próximo dos clientes e nos permite trabalhar ofertas e serviços mais personalizados”, acrescenta Ambrosano.

“Este é o nosso segundo investimento no varejo alimentar porque nós identificamos que, além dos supermercados regionais, o atacarejo é um outro formato vencedor dentro do segmento”, reforça Luiz Felipe Cruz. “O investimento na Atakarejo está bastante em linha com a nossa estratégia de identificar oportunidades em segmentos com potencial de crescimento e que demonstram forte resiliência.”

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O modelo de atacarejo vem ganhando tração nos últimos anos diante de preços mais competitivos em um momento de poder aquisitivo espremido e inflação alta desde a pandemia. Atualmente são mais de 2 mil lojas com esse modelo, segundo dados da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (Abaas).

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Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br