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“Erro de US$ 150 mi” de funcionário faz Macy’s reduzir previsão de lucro; ações caem

Declaração incorreta das despesas de entrega, que a Macy’s afirmou estar ligada a um ex-funcionário que intencionalmente ocultou custos, terá um impacto total de US$ 79 milhões

Bloomberg

Visão geral das celebrações de fim de ano na Macy’s Herald Square em 21 de novembro de 2024, na cidade de Nova York. (Foto de Eugene Gologursky/Getty Images para a Macy’s)
Visão geral das celebrações de fim de ano na Macy’s Herald Square em 21 de novembro de 2024, na cidade de Nova York. (Foto de Eugene Gologursky/Getty Images para a Macy’s)

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A Macy’s (MACY34) reduziu suas previsões de lucro após concluir sua investigação sobre um esquema de um funcionário para ocultar milhões de dólares em despesas.

A declaração incorreta das despesas de entrega, que a Macy’s afirmou estar ligada a um ex-funcionário que intencionalmente ocultou custos, terá um impacto total de US$ 79 milhões na margem bruta e nos lucros ajustados por ação, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (11). A maior parte do impacto será registrada no quarto trimestre.

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Como resultado, a Macy’s ajustou sua previsão de lucros para US$ 2,25 a US$ 2,50 por ação, em comparação com a faixa anterior de agosto, que chegava a US$ 2,90. A empresa também reduziu sua projeção para a taxa de margem bruta.

As ações da Macy’s caíram 11% quando o mercado abriu em Nova York, a maior queda desde 21 de agosto. Até terça-feira, as ações já haviam caído 17% neste ano.

A Macy’s informou que a investigação concluiu que não houve “impacto material ou reclassificações” nas suas demonstrações financeiras previamente apresentadas. A empresa reiterou que a investigação não revelou evidências de dinheiro desaparecido ou fornecedores não pagos, mas apontou para erros contábeis de um ex-funcionário que ocultou aproximadamente US$ 151 milhões em despesas de entrega do quarto trimestre de 2021 até o terceiro trimestre deste ano.

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A empresa disse que publicará informações financeiras revisadas para esses anos fiscais na quarta-feira.

“Concluímos nossa investigação e estamos fortalecendo nossos controles existentes e implementando mudanças adicionais destinadas a evitar que isso aconteça novamente”, disse o CEO Tony Spring no comunicado. Ele posteriormente informou os analistas em uma teleconferência de resultados que o ex-funcionário agiu sozinho e não ocultou as despesas para obter ganho pessoal.

Nos últimos anos, a Macy’s tem se concentrado em reduzir suas despesas de entrega e outros custos para aumentar a lucratividade. O diretor financeiro da empresa mencionou as despesas de entrega em todas, exceto uma das 16 teleconferências de resultados trimestrais em que participou desde que ingressou na varejista em 2020.

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Investigadores foram informados pelo funcionário de que, inicialmente, houve um erro na contabilidade das despesas de entrega, de acordo com uma pessoa familiarizada com a investigação que pediu para não ser identificada ao divulgar informações que não foram tornadas públicas. Após esse erro inicial, o funcionário fez intencionalmente lançamentos contábeis errôneos para ocultar o erro, acrescentou a fonte. O funcionário não trabalha mais na Macy’s, segundo a varejista.

“Isso não foi roubo”, disse o CFO Adrian Mitchell aos analistas na quarta-feira. “Não houve impacto nas receitas e não houve impacto no caixa ou nos estoques, pois todos os fornecedores foram totalmente pagos.”

A Macy’s afirmou em um registro regulatório publicado na quarta-feira que encontrou “fraquezas materiais” em seus controles internos sobre lançamentos manuais de custos de entrega e outras despesas. A empresa acrescentou que o ex-funcionário também falsificou a documentação subjacente.

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A operadora de lojas de departamento disse que começou a implementar mudanças para melhorar seus controles internos, incluindo “reavaliar o risco de elisão de controles por parte dos funcionários”.

A Macy’s também informou que uma opinião publicada em março por seu auditor, KPMG, sobre a eficácia de seus controles internos de relatórios financeiros “não deve mais ser considerada confiável” devido à fraqueza material descoberta. Um porta-voz da KPMG se recusou a comentar.

A Macy’s aumentou sua previsão de vendas para o ano completo. Agora, a empresa espera vendas líquidas na faixa de US$ 22,3 bilhões a US$ 22,5 bilhões, acima da previsão anterior de US$ 22,1 bilhões a US$ 22,4 bilhões. As vendas em mesmas lojas, em locais próprios e licenciados, devem permanecer estáveis ou cair 1% em relação ao ano anterior. A empresa anteriormente esperava que essa medida caísse até 2%.

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“Vejo um consumidor que — embora continue seletivo e buscando valor — está interessado em fazer compras”, disse Spring aos analistas.

A operadora de lojas de departamento adiou a divulgação de seus resultados completos do terceiro trimestre no mês passado, quando revelou o problema contábil, e em vez disso, lançou números preliminares.

Pressão de ativistas

A Macy’s está sob pressão do Barington Capital Group e da Thor Equities, que estão urging a empresa a formar uma unidade imobiliária separada enquanto cortam seus gastos de capital. Eles também estão pedindo à Macy’s que considere desmembrar suas cadeias de alto padrão, Bloomingdale’s e Bluemercury.

Barington e Thor querem assentos no conselho da Macy’s e incentivariam a varejista a criar uma subsidiária interna para seus imóveis, que incluiria todas as propriedades próprias e arrendadas da empresa, incluindo suas lojas e centros de distribuição. A Macy’s, então, pagaria aluguel para a subsidiária.

A Barington possuía 650 mil ações da Macy’s, ou uma participação de 0,2%, de acordo com um registro regulatório de 30 de setembro. Isso representa um aumento em relação às 100 mil ações da Macy’s que possuía em junho.

A Macy’s afirmou que manterá sua estratégia atual, que se concentra em melhorar os resultados nas localizações mais lucrativas da empresa.

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