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Empresas aéreas precisariam de 180 dias para se adequar à volta do horário de verão

Em nota antecipada ao InfoMoney, associações do setor alegam que mudança repentina poderia gerar impacto em passageiros

Iuri Santos

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Empresas aéreas precisariam de um prazo de no mínimo 180 dias para se adequar a um eventual retorno do horário de verão. Entidades do setor avaliam que a possibilidade repentina de um restabelecimento do novo horário, levantada pelo Governo Federal, pode ter impactos substanciais para os passageiros e comprometer a conectividade do país.

Na última quinta-feira (19), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou o retorno do horário de verão em 2024. O fato já havia sido tratado como uma “realidade muito premente” pelo ministro de Minas Energia, Alexandre Silveira.

Em nota conjunta antecipada ao InfoMoney, Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB) dizem “expressar grande preocupação com a possibilidade de restabelecimento do horário de verão”.

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As associações alegam que a entrada súbita do horário de verão causará alterações de horário em cidades brasileiras e voos internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. “Isso mudará a hora de saída/chegada dos voos, podendo gerar a perda do embarque pelos clientes por apresentação tardia e eventual perda de conectividade”, diz a nota.

Além do mais, a avaliação é de que empresas internacionais precisarão alterar os horários de seus voos no Brasil, o que levaria ao mesmo problema encarado pela companhias brasileiras. “Estes ajustes geram a necessidade de reprogramação de voos, acomodação de última hora e alterações de planos de viagem dos passageiros. Outros impactos diretos afetarão a escala de tripulantes, a disponibilidade de slots e a capacidades dos aeroportos”, diz o documento.

Conforme as entidades, seria necessário um prazo de ao menos 180 dias entre o estabelecimento do decreto de um eventual novo horário de verão e a efetiva mudança nos relógios para que as mais de 40 empresas aéreas nacionais e internacionais que operam no brasil consigam se planejar.

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“A falta de comunicação prévia para que as empresas aéreas ajustem os horários de voos e conexões, cuidadosamente definidos e já em comercialização desde o início do ano, pode resultar em grandes transtornos para a sociedade”, dizem as associações, ressaltando o período de temporada de verão e festas de final de ano.

O Governo estuda a retomada do horário de verão em meio a uma temporada de estiagem histórica que afeta os reservatórios de hidrelétricas. Há uma percepção de que o adiantamento dos relógios em uma hora pode ajudar a reduzir a pressão sobre o sistema elétrico no fim da tarde, quando as usinas solares deixam de gerar ao mesmo tempo em que o consumo está no pico.

Na carta conjunta, as associações solicitam ao Governo Federal que considere as necessidades da indústria do transporte aéreo em uma eventual decisão sobre o retorno do horário de verão. “Para tanto, se colocam à disposição para colaborar com o que for necessário”, dizem.

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Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.