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O empresário Lourival Turcio é dono da Tecnotermo Isolantes Térmicos e de outros dois negócios no mesmo segmento. O grupo é distribuidor e aplicador dos produtos de grandes fabricantes de materiais para isolamento térmico de equipamentos e instalações industriais. Além disso, presta assessoria para a instalação dos produtos. Foi fundado há 34 anos, tem 40 funcionários, atende algumas das maiores indústrias do país principalmente nas áreas química, petroquímica, celulose e papel e agro negócio e vem apresentando resultados consistentes há muitos anos. Por trás desse sucesso, há uma história de muito trabalho e superação.
Turcio nasceu no município de Bento de Abreu, no interior paulista, como o penúltimo de 13 irmãos. “Meu pai era lavrador e minha mãe trabalhava na lavoura. A vida era muito difícil”, ele conta. “Minha mãe era analfabeta e meu pai estudou só por oito meses.”
Aos 7 anos, ele começou a trabalhar na roça, ajudando na colheita de arroz, algodão e amendoim. Em 1970, quando ele tinha 11 anos, a família se mudou para a capital, indo morar numa comunidade chamada Morro do Querosene, na região da Brasilândia. “Vivíamos apertados em um quarto, sala, cozinha e banheiro. Não tinha espaço para nada, mas a gente precisava se virar”, recorda.
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Sonho de estudar fora
Para ajudar no sustento da casa, nessa época ele realizou várias atividades. Recolheu papelão e latas na rua, engraxou sapatos, carregou sacolas de clientes na feira e trabalhou para uma empresa de coleta de jornais e revistas usados. Aos 14 anos, conseguiu seu primeiro emprego com carteira assinada como office boy em uma empresa de embalagens e posteriormente em outra empresa, fabricante de isolantes térmicos, iniciando sua trajetória no setor em que mais tarde empreenderia. “Comecei no escritório e fui subindo. Passei para auxiliar de vendas e cheguei a supervisor”, ele conta.
Após terminar o segundo grau, formou-se técnico em mercadologia, hoje equivalente ao ensino médio, decidiu trocar a estabilidade do emprego pelo sonho de fazer um curso de marketing na Inglaterra. Sem falar inglês e apenas com a passagem de ida e nem ter dinheiro para bancar os estudos, foi trabalhar em uma casa de família no país. “Eu cuidava de duas crianças em troca de moradia e comida, e nas horas vagas fazia bicos de jardinagem e limpeza”, ele recorda.
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Estudou inglês, mas, por dificuldade financeira e pelas mudanças implantadas na época pela política econômica da Dama de Ferro quando todos os subsídios à estrangeiros foram acertadamente cortados( entre muitos outros) , não pôde continuar os estudos – e no ano seguinte, 1980, voltou ao Brasil, que então enfrentava uma grave crise econômica. Ficou seis meses procurando emprego até ser recontratado pela antiga empresa, que havia sido comprada por um grupo multinacional, onde permaneceu por mais nove anos, chegando ao cargo de gerente de vendas. Durante esse período, voltou a estudar e se formou em Economia.
Negócio próprio e dinheiro confiscado
Foi então que começou a planejar algo maior. “Eu já estava cansado da rotina de uma multinacional e queria ter meu próprio negócio”, ele diz. Após meses de conversa com seus superiores, conseguiu fazer um acordo para ser demitido, com planos de usar os recursos da rescisão para montar uma empresa de distribuição comercial no mesmo segmento. O ano era 1990, e poucos dias após o dinheiro cair em sua conta, foi confiscado pelo Plano Collor. “Fiquei sem nenhum recurso”, ele conta.
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Apesar do duro golpe, Turcio seguiu em frente – e, aos poucos, o negócio foi engrenando. Firmou contratos de distribuição com grandes fabricantes, inclusive com a empresa em que havia trabalhado, conquistou clientes por todo o Brasil e não parou mais de crescer.
Depois da Tecnotermo Isolantes Térmicos Ltda, voltada para a área comercial, fundou a Tecnotermo Montagens Térmicas, focada na instalação dos produtos, e a Altec Alumínio Ltda dedicada à distribuição de alumínio para revestimento de isolantes térmicos. “Chegamos a ter 200 funcionários em grandes obras, mas com o tempo o mercado mudou, e eu parei de fazer mão de obra direta, embora a empresa continua ativa apenas para montagens específicas. Hoje, damos suporte técnico a pequenas e médias empresas que fazem esse trabalho”, explica.
Boas parcerias
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Atualmente, suas empresas atendem clientes de vários setores, com destaque para os segmentos acima citados entre outros. “Trabalhamos com materiais de alta qualidade, de fabricantes multinacionais como a Fibra Cerâmica, Lã de Rocha, Silicato de Cálcio, Borracha Elastomérica, Poliuretano, os revestimentos em Alumínio e todos os acessórios necessários ao sistema, com foco em ajudar nossos clientes a economizar energia”, diz Turcio.
O grupo mantém relacionamentos de longo prazo tanto com fornecedores e clientes quanto com funcionários e outros parceiros de negócios. “Nossos funcionários têm dez, vinte, trinta anos de empresa”, ele exemplifica. “O mais antigo está com a gente desde o início, há 34 anos.”
Entre os parceiros, ele cita também a XP, que o atende há cinco anos. “O meu gerente em outro banco foi para lá e eu fui junto”, ele conta, elogiando a instituição. “Eles sempre foram muito ágeis e desburocratizados, o que faz toda a diferença. Se eu peço alguma coisa, em minutos já tenho uma resposta. Isso é algo muito valioso para nós.”
Segundo ele, a XP também vem contribuindo em um movimento importante que ele espera realizar nos próximos anos: a sucessão no comando das empresas e para isso vem treinando e qualificando funcionários na empresa que tenham, “ perfis muito parecido com o meu “ e acredito, irão dar continuidade aos negócios, sempre com pés no chão, de olho no futuro e com a crença de darmos continuidade às boas práticas, ética e com muito respeito ao mercado e às pessoas, valores estes, já sedimentados nas ações e relacionamento em nossas organizações.”, conclui o empresário,