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Empresa usa IA em processo de precatório e reduz de 40 dias para 2 minutos a análise

A Bazar Group também opera com consórcio, fazendo adiantamento de crédito para consorciados

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Leonardo Augusto é engenheiro e desenvolveu projetos de marketplaces e produtos digitais para empresas diversas. Em meados do ano passado, ele foi convidado para assumir a Bazar Group, uma empresa de tecnologia especializada em inteligência artificial, que tem dois grandes negócios: o Bazar do Consórcio e o Bazar do Precatório.

O engenheiro participou de mais um episódio do programa AcelerAI, do canal XP Educação, apresentado por Diogo França, CTO e head de produtos da Faculdade XP. Ele contou a história da Bazar, nascida dentro de um fundo de investimento, antes mesmo dele se tornar CEO dela.

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Oportunidade

“Surgiu uma oportunidade que foi vista dentro do mercado de consórcio. A de os clientes conseguirem antecipar de alguma maneira o valor que está na carta de consórcio deles. Se eles forem depender do tempo, do prazo, do sorteio, é um pouco difícil prever quando eles vão ter de volta o valor que investiram na carta”, explica.

Ele ressalta que tem consorciados que buscam o consórcio como uma forma de investimento e existem aqueles que querem um bem.

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“O cliente que busca investimento, esse muitas vezes está capitalizado”, diz. “Agora, aquele que quer um carro, um imóvel ou uma casa, acaba em paralelo se endividando, precisando do dinheiro. Aí, ele precisa resgatar de maneira imediata (o valor do consórcio). Se ele deixar a dívida rolar, vai ficar maior do que o valor da carta”, complementa.

O Bazar do Consórcio nasceu em 2018 justamente para oferecer o crédito para consorciados que quisessem liquidez. Mas voltando a 2023, Leonardo Augusto foi procurado pela Bazar para apoiá-la principalmente em tecnologia.

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Transformação tecnológica

“Eu sempre tive minha carreira muito ligada à tecnologia, à inovação, e estava em busca de um mercado que tivesse uma grande oportunidade e capacidade de fazer algo diferente”, afirma. “Quando eu olhei o que tinha na minha mesa, pensei: Consórcio? Aqui tem uma oportunidade”, destaca.

“Me juntei a Bazar para fazer uma transformação tecnológica. Ah, mas antecipação de crédito, vamos fazer: a gente abre uma planilha Excel e tudo bem. Agora, como fazer isso em escala, com um conjunto de dados. Para conseguir pagar o cliente muito rápido, só com muita tecnologia. E foi aí a virada”, relata.

“A transformação que Leonardo fez no processo foi fortemente baseada na inteligência artificial (IA). ”

“Hoje, na Bazar do Consórcio, se você entrar lá e cadastrar ‘quero vender minha cota’, ao anexar o extrato, se for uma administradora (do consórcio) parceira, só colocando seu CPF a gente já consegue extrair todos os dados”, conta.

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“Agora, se não temos uma relação direta integrada com a administradora (do consórcio), (o cliente) ao passar o extrato, o nosso motor de IA extrai todos os dados, independente do formato. Esses dados enriquecem uma base que foi treinada para dar o melhor preço para aquele cliente”, explica.

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Precatório: mesma lógica do consórcio

Segundo o engenheiro, tem um trabalho de construção importante que é de criar as perguntas certas que devem ser feitas para a IA, para retornar os dados. “Depois, tem todo um trabalho para treinar e fazer o motor funcionar”, explica.

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Na Bazar do Precatório, o negócio é voltado para o ativo de precatório e segue a mesma lógica da Bazar do Consórcio, com antecipação do recebível. Nesse caso, construiu-se um ambiente de inteligência artificial capaz de indexar os processos, ler, extrair e tomar decisão em escala sobre as ações.

“Nos últimos dois meses, conseguimos analisar mais de 5.000 processos com nossa IA. Quando olhamos o tempo que levava – antes, 40 dias -, agora é 2 minutos. Em 2 minutos entendemos todos os documentos de até 20 mil páginas.”

No mercado de precatório, as grandes instituições não costumam trabalhar com ativos de menor valor, mas a Bazar achou oportunidade nessa faixa com ajuda essencial da inteligência artificial.

“Hoje em dia, nossa esteira tem cada vez menos dependência humana para ficar olhando”, afirma.