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Empresa paga R$ 12 bi para encerrar 80 mil processos contra remédio para refluxo

Farmacêutica GSK concentrava 93% dos casos judiciais sobre o medicamento e afirmou que o acordo não é admissão de culpa

Bloomberg

GSK - Pílulas do medicamento Zantac em foto de ilustração (REUTERS/Brendan McDermid)
GSK - Pílulas do medicamento Zantac em foto de ilustração (REUTERS/Brendan McDermid)

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A farmacêutica GSK disse que pagará até US$ 2,2 bilhões (R$ 12,3 bilhões) para encerrar cerca de 80 mil processos judiciais nos EUA relacionados a alegações de que seu antigo medicamento para refluxo, o Zantac, estava contaminado com um suspeito cancerígeno.

Os processos representam cerca de 93% dos casos contra a empresa envolvendo o Zantac, disse a GSK na quarta-feira (9), em um comunicado.

“Resolver os casos não é uma admissão de responsabilidade”, disse a empresa.

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Os autores da ação argumentaram que a farmacêutica sabia que o ingrediente ativo do Zantac, a ranitidina, se transformava no potencial cancerígeno NDMA sob certas condições. A Food and Drug Administration (a Anvisa dos EUA) pediu às produtoras do Zantac que removessem todos os medicamentos à base de ranitidina do mercado dos EUA em 2020.

Os recibos de ações da GSK listados na Bolsa de Nova York subiram até 9,9% após o anúncio do acordo.

A GSK está entre as várias empresas que fabricaram e venderam versões do Zantac, e as preocupações dos investidores sobre o valor potencial do acordo pesaram muito no preço das ações da farmacêutica.

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A GSK disse que “acredita firmemente que esses acordos são do melhor interesse de longo prazo da empresa e de seus acionistas, pois removem incertezas financeiras significativas, riscos e distrações associadas a litígios prolongados”.

Outros casos

A Sanofi concordou em abril em pagar mais de US$ 100 milhões (R$ 560 milhões) para resolver cerca de 4.000 ações judiciais relacionadas ao Zantac. A Pfizer concordou em resolver mais de 10 mil casos relacionados, informou a Bloomberg em maio.

Em uma entrevista em setembro à Bloomberg News, a CEO Emma Walmsley enfatizou que a “prioridade da GSK é começar com a ciência, defender nossa posição e sempre, sempre agir no interesse dos acionistas”.

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A farmacêutica britânica também disse que chegou a um acordo para pagar mais US$ 70 milhões (R$ 390 milhões) para resolver uma queixa apresentada pela Valisure, uma farmácia que testa medicamentos para contaminantes.

A Valisure alegou que a GSK sabia e escondia os riscos do Zantac do governo dos EUA. A GSK disse que o acordo não era uma admissão de responsabilidade.

A GSK espera assumir um encargo incremental em seus próximos resultados de £ 1,8 bilhão (R$ 11 bilhões) em relação aos acordos, bem como os 7% restantes dos casos pendentes de responsabilidade por produtos dos tribunais estaduais.

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A decisão da GSK não encerra o litígio em torno da Zantac, já que outras farmacêuticas ainda estão enfrentando julgamentos, incluindo a Boehringer Ingelheim GmbH, que enfrenta um julgamento com júri em Oakland.

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