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“É como se Los Angeles tivesse sumido do mapa”, diz CEO da Azul sobre RS

Impacto negativo das chuvas no balanço da companhia foi de R$ 200 milhões

Mitchel Diniz

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As enchentes no Rio Grande do Sul tiveram um impacto negativo de R$ 200 milhões no último balanço trimestral da Azul (AZUL4), divulgado na manhã desta segunda-feira (12). Segundo a companhia, as operações no estado, interrompidas pelo fechamento do aeroporto de Porto Alegre, representam mais de 10% da capacidade da empresa. 

“Não tivemos as receitas do Rio Grande do Sul pelos últimos três, quatro meses”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul, em coletiva de imprensa sobre os resultados do segundo trimestre de 2024. 

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Azul no Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas, São Paulo, Brasil 16/03/2020 REUTERS/Rahel Patrasso

Ele explica que o investidor estrangeiro ainda não conseguiu assimilar a dimensão da tragédia. “Por isso, citamos no nosso call com analistas que é como se uma cidade como Los Angeles tivesse ficado fora do mapa”, afirma. As enchentes em território gaúcho são apontadas como principal razão da queda de 5,9% no yield da companhia, o valor pago por passageiro para voar um quilômetro. 

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“Porto Alegre estava performando melhor do que a média da Azul em março, abril, antes das enchentes”, explica o CEO. Rodgerson diz que os voos no estado gaúcho devem ser normalizados a partir do quarto trimestre e prevê “muita atividade econômica ao redor do Rio Grande do Sul”. 

Acidente da Voepass

Questionado sobre o impacto da uma outra tragédia, a da queda do avião da Voepass na última sexta-feira (9), Rodgerson afirmou que é insensível falar de efeitos econômicos no momento.

“Normalmente há impacto no mercado. As empresas aéreas param de fazer propaganda, por exemplo. Mas falar sobre demanda [de voos] em um momento que as pessoas estão sofrendo é cruel. Temos que cuidar das pessoas impactadas e dar tranquilidade para as demais”, afirmou John Rodgerson.

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Os números da Azul

A Azul encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões, alta de 31,3% sobre a perda de um ano antes, com queda no resultado operacional e forte impacto de variação cambial.

A empresa ainda cortou projeções de desempenho para este ano, revisando para baixo a perspectiva de crescimento de oferta e de Ebitda (lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) e ampliando a projeção de alavancagem.

A companhia agora espera que sua oferta cresça 7% este ano ante expansão de 11% estimada anteriormente. A previsão para o Ebitda foi revista de cerca de R$ 6,5 bilhões para acima de R$ 6 bilhões. A estimativa para a alavancagem cresceu de cerca de 3 vezes para aproximadamente 4,2 vezes.

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Segundo o balanço da Azul, o impacto negativo de variação cambial no trimestre foi de cerca de R$ 3,1 bilhões ante um desempenho positivo de R$ 1 bilhão no mesmo período de 2023.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados