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A gigante de Singapura Royal Golden Eye (RGE) acaba de se tornar sócia do empresário gaúcho Alexandre Grendene. Por meio da Ouro Terra Investimentos, a empresa estrangeira adquiriu 49,9% da AGP Negócios e Participações, holding dos Grendene com investimentos no agronegócio.
O valor do negócio não foi relevado. A holding reportou, em abril de 2023, lucro líquido de R$ 80,7 milhões no exercício 2022. Na ocasião, foram pagos R$ 10 milhões referentes a juros sobre capital próprio (JCP) para seus acionistas.
Na mira do RGE estão as propriedades imobiliárias do setor florestal que fazem parte do portfólio de ativos da família Grendene. Não por acaso. O grupo de Singapura é o dono, no Brasil, da Bracell, maior fabricante de celulose solúvel do mundo.
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Com unidades industriais na Bahia e no interior de São Paulo, a Bracell tem aportado bilhões de reais para alavancar sua produção no Brasil. Em 2021, a empresa iniciou as operações de uma megafábrica instalada em Lençóis Paulista (SP), com investimento estimado em R$ 15 bilhões.
Em abril do ano passado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve no município para o lançamento da pedra fundamental de uma segunda fábrica. O investimento previsto é de R$ 5 bilhões, e inclui uma unidade para produção de clorato de sódio e peróxido de hidrogênio, insumos para produção de celulose.
Com capacidade para produzir anualmente 3 milhões de toneladas de celulose kraft ou 1,5 milhões de solúvel, a partir do eucalipto, a Bracell espera iniciar as obras da nova fábrica ainda em 2024. A ideia é que a sociedade da RGE com os Grendene possa garantir uma parte relevante da demanda por eucalipto da Bracell nos próximos anos.
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A presença dos irmãos Alexandre e Pedro Grendene no agronegócio é antiga. Além de controladores da fabricante de calçados que leva o nome da família – dona das marcas Melissa, Ipanema e Rider -, os irmãos possuem investimentos em agricultura e em uma usina de açúcar e álcool.
A AGP é uma das controladoras da usina Da Mata. Em 2023, a usina teve um incremento de 7,5% em sua receita, que fechou o ano em R$ 993,31 milhões. Na última linha, a Da Mata viu seu lucro líquido crescer 2,6 vezes, para R$ 208,3 milhões. Com quase 70 mil hectares de canaviais próprios, a usina espera aumentar em 20% seu processamento de cana em 2024, para 5,16 milhões de toneladas.
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