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Discreta e robusta, Duas Rodas fatura R$ 1,6 bi com insumos para indústria alimentícia e mira expansão internacional

Empresa catarinense foca na venda de extratos naturais em mercados desenvolvidos e adquire companhia alemã

Mitchel Diniz

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A Duas Rodas pode até ser um nome pouco conhecido fora da indústria de alimentos e bebidas. Mas a empresa catarinense, fundada por imigrantes alemães, vai completar 100 anos em 2025 com uma trajetória de crescimento robusto. Seu faturamento tem avançado, em média, 16% ao ano, atingindo R$ 1,6 bilhão em 2023. Uma das especialidades da Duas Rodas, que tem um portfólio com mais de três mil tipos de insumos, é a fabricação de aromas, que dão sabor, textura e cor aos produtos alimentícios — segmento no qual é líder no Brasil e na América Latina. Agora, visando ampliar sua presença no exterior, acaba de anunciar a compra da Tropextrakt, empresa baseada em Frankfurt, na Alemanha, especializada em importação e distribuição de extratos botânicos e insumos naturais de frutas tropicais.

“Para o mercado internacional, nós nos dedicamos aos extratos naturais. […] O Brasil é um dos maiores produtores de matérias-primas para esse insumo. Enquanto a concorrência compra a matéria-prima e leva para processar em outro país, nós produzimos onde ela está, com conhecimento sobre toda a cadeia produtiva, desde a fazenda, o transporte, a armazenagem. Isso traz uma vantagem competitiva bem importante”, afirma Rosemeri Francener, diretora de negócios internacionais da Duas Rodas, ao IM Business.

A empresa com sede no município de Jaraguá do Sul tem mais de 10 mil clientes mundo afora e exporta para mais de 40 países. O mercado internacional representa, hoje, 18% das receitas totais da companhia. A presença da Duas Rodas no exterior inclui fábricas no Chile, Colômbia e México, além de escritórios próprios para prospecção de negócios nos Estados Unidos e na China.

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Fábrica da Duas Rodas em Jaraguá do Sul (SC) | Imagem: Dilvulgação

“Entendemos que, para continuar com crescimento de dois dígitos, precisávamos explorar o mercado internacional com mais intensidade”, diz Rosemeri. A Tropextrakt, quarta aquisição da Duas Rodas fora do Brasil, tinha uma parceria comercial de mais de 20 anos com sua adquirente, atuando, inclusive, como revendedora de produtos da empresa catarinense.

Os extratos são produtos de maior valor agregado por serem utilizados na fabricação de um produto final com target de preço mais elevado. A empresa alemã possui um laboratório para testar a aplicação dos ingredientes no produto final. Com a compra, a Duas Rodas quer transformar a Tropextrakt em um centro de inovação e tecnologia, voltada à indústria de suplementos e alimentos funcionais.

“O mercado dos Estados Unidos e o europeu estão bem preocupados com a saúde preventiva, com uma alimentação saudável. Em algumas regiões do mundo isso ainda não chega, por causa de uma questão de custo. Mas a gente sabe que, pouco a pouco, as tendências acabam também chegando à América Latina”, explica a diretora responsável por tocar a estratégia de internacionalização da Duas Rodas.

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Rosemeri Francener, diretora de negócios internacionais da Duas Rodas (Imagem: Divulgação)

“Ao chegar com nossa bandeira Duas Rodas na Alemanha, nos posicionamos onde estão as novas tecnologias para desenvolvimento de extratos e ficamos mais próximos do cliente que demanda essa categoria de produto”.

No Brasil, os extratos naturais não são o produto mais representativo da Duas Rodas. As categorias de maior demanda para a empresa no país são os aromas e outros ingredientes para fabricação de sorvetes e produtos de confeitaria, além de condimentos.

A participação do mercado internacional nas receitas da empresa deve chegar a 25% nos próximos quatro anos, de forma orgânica. Mas a Duas Rodas pretende acelerar essa expansão para 45% com novas aquisições, focadas em produtos naturais, ampliando presença nos Estados Unidos, Europa e Ásia.

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O plano é expandir via aquisições médias. A Duas Rodas já identificou empresas que pretende adquirir e já avança em negociações. Apesar do desejo de que novos deals sejam anunciados ainda em 2024, a empresa evita dar certezas.

“Existem ativos disponíveis, mas são empresas bastante preciosas e nem todas estão à venda. Precisamos de um caminho de ‘namoro’ até conseguir fazer essas aquisições”, conclui Rosemeri.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados