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Depois de intermediar venda do prédio mais caro do Brasil, Primaz chega a Portugal

Boutique de compra e venda de ativos imobiliário fez o meio de campo na compra do Faria Lima 3500 pelo Itaú

Iuri Santos

Da esquerda pra direita, algumas das lideranças da Primaz Corporate: Renato Renart, Fernando Oliveira (CEO), Fávio Reis, Claudio Hermolin, Adão Coutinho, Felipe Laragnoit Leite, João Roscoe (Foto: Divulgação)
Da esquerda pra direita, algumas das lideranças da Primaz Corporate: Renato Renart, Fernando Oliveira (CEO), Fávio Reis, Claudio Hermolin, Adão Coutinho, Felipe Laragnoit Leite, João Roscoe (Foto: Divulgação)

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Após participar da venda do prédio mais caro do Brasil, a empresa de intermediação na compra e venda de ativos imobiliários Primaz tem um novo destino: Portugal. Sob a demanda de family offices e gestores brasileiros com investimentos em propriedades no país ibérico e a chegada de um executivo familiarizado com a região, a boutique está expandindo o seu mercado, que também deve contar com uma representação nos Estados Unidos até 2025.

Apesar de ter se destacado no último ano por intermediar a venda do edifício Faria Lima 3500 para o Itaú pelo valor de R$ 1,5 bilhão, um dos grandes catalisadores da expansão internacional da Primaz é a linha chamada Primaz Private, representada pelas negociações de imóveis abaixo de R$ 50 milhões. Criado há dois anos, esse segmento é composto em sua maioria por clientes de family offices — gestoras de patrimônio familiar.

“Temos recebido muitas demandas dos nossos clientes do private. Muitos deles já investem na Europa e estavam nos cobrando, nos perguntando sobre deals de imóveis de renda na Península Ibérica, Portugal e Espanha”, diz Felipe Laragnoit Leite. “Mas é uma junção de fatores. Também existem investidores institucionais, gestores da linha que chamamos de Primaz Corporate [imóveis acima de R$ 50 milhões], que estão criando um braço por lá.”

Além das aclamações de clientes, outro fator foi importante para a abertura da operação em Portugal: a chegada do executivo Manuel Puig. Com longa experiência no mercado Ibérico, Puig acaba de sair da concorrente Cushman & Wakefield para tocar o projeto de expansão em Lisboa com Fernando Carnevalli. “Foi uma coincidência quase cósmica, vamos dizer assim. Ele já foi head da Jones Lang LaSalle em Portugal e estava voltando para a Europa”, diz Laragnoit Leite, sócio e Business Development da Primaz.

Com baixa sinergia no restante do mercado latino em função dos poucos investimentos de clientes na região, o próximo passo para a companhia é chegar aos Estados Unidos, em especial Miami, onde se concentram os empreendimentos de clientes. “Hoje eles estão mais até na Europa do que nos Estados Unidos. É o que nós entendemos. Mas eles também estão lá e pretendemos dar o próximo passo naquele mercado”, diz Laragnoit Leite.

A empresa também entra, em 2024, no ramo de locação de galpões logísticos. A butique avalia que há uma boa oportunidade no segmento dado o seu perfil de prospecção de novos negócios. A Primaz se vende como uma intermediadora de abordagem “provocativa”. Em geral, a companhia procura por clientes que não manifestaram interesse em negociar uma propriedade, mas que parecem representar uma boa possibilidade na leitura da companhia. “Não queremos colocar uma placa no imóvel e esperar o inquilino ir lá bater. Queremos, em cima de uma pesquisa de mercado da vocação do ocupante daquela microregião, fazer a prospecção ativa, buscar potenciais inquilinos potenciais”, explica Laragnoit Leite. 

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“No segmento de locação, a ideia é fazer a intermediação, mas também em alguns casos atuar administrando e fazendo gestão do recebível. Isso é o nosso sonho, vamos ver se vamos chegar lá”, expõe Fernando de Oliveira, CEO e fundador da companhia.

Jeito mineiro dá as caras

A repercussão da venda do Faria Lima 3500 foge completamente do que foi o perfil da Primaz nos seus mais de 20 anos de mercado. De “jeito mineiro”, como dizem seus sócios, a companhia nunca foi de se exibir. “Eu sou mineiro de Belo Horizonte. Mineiro é meio calado, não gosta de contar as coisas. Custamos a ter uma assessoria de imprensa, investir em marca”, diz Oliveira. 

Os sócios da Primaz Corporate fizeram parte da antiga Brasil Brokers, atual Nexpe. Em 2007, a Brasil Brokers realizou IPO e a Primaz atuava como única subsidiária com foco no mercado imobiliário corporativo. Em 2021, a Primaz voltou a ser independente quando os sócios compraram a participação de 51% detida pela Brasil Brokers no negócio.

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O peso do negócio entre a gestora Brookfield Asset Management, até então proprietária do prédio, e Itaú não foi o único motivo para tirar a companhia de trás das cortinas. “Nós queremos ganhar um pouco mais de notoriedade, mostrar para o mercado como podemos ser relevantes e agregadores”, relata o diretor Renato Renart. A companhia se reúne semanalmente com potenciais clientes, mas acredita que ainda não tem conversas suficientes. A ideia é chegar em mais casas grandes e equilibrar o conflito entre a discrição e a exposição na mídia.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.