Publicidade
Numa visão de que o mercado de energia no país, e no mundo, deverá ter uma explosão de negócios no futuro, alavancada pelas novas tecnologias, a tradicional consultoria especializada no setor elétrico Thymos Energia anunciou nesta quarta-feira (24) a criação da Thymos Capital, que nasce de um braço de sua atuação. A nova empresa será focada em assessoria financeira em M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições) e em project finance (modalidade de financiamento de grandes projetos, principalmente em energia e infraestrutura).
Os executivos da Thymos Energia enxergam uma “retomada do dinamismo”, em especial para M&A, nos próximos anos nos segmentos de geração renovável, comercialização e transmissão de energia. Conforme estudo apresentado, o mercado livre vai crescer muito com a abertura que ganhou para novos usuários, há um potencial enorme de investimentos em projetos de transmissão até 2032 (+80%) e novos leilões para substituir térmicas (de segurança ao sistema elétrico) que vão ser descontratadas, entre outras oportunidades.
É nesse ambiente que se insere a Thymos Capital, de forma independente, segundo o anúncio. “A expansão das energias renováveis no Brasil tem atraído investidores internacionais que buscam a descarbonização de suas atividades, principalmente as grandes petroleiras globais. Além disso, a abertura do mercado e a expansão da transmissão serão janelas de oportunidades de negócios”, disse André Fonseca, Managing Director da nova empresa.
Os executivos do grupo avaliam que o momento é propício à retomada de investimentos, com a redução das taxas de juros, a diminuição do desembolso (capex) em projetos de transmissão e geração e a incerteza quanto à duração do período de preços baixos de energia. “A Thymos Energia, consolidada nos últimos cincos anos, precisava de uma marca própria para aproveitar os investimentos futuros previstos no setor elétrico”, afirmou Alexandre Viana, COO (executivo chefe de operações) do grupo Thymos.
A área que se tornou a nova empresa, lembrou Fonseca, ganhou protagonismo nos últimos quatro anos. Em 2022 e 2023, informou o executivo, participou de 12 fusões e aquisições, somando 12 gigawatts (GW) e de mais 15 GW de projetos avaliados. Ele citou a criação da Newave Energia, fruto da joint venture entre o grupo Gerdau e a Newave Capital, com investimentos de R$ 4,5 bilhões para geração de energia solar no norte de Minas Gerais. Desse valor, R$ 1,5 bilhão será aporte do grupo siderúrgico, que ficou com 33,3% da empresa, e R$ 3 bilhões da NW Capital (sociedade de investidores com o grupo XP Inc.).
Fonseca destaca a importância dos leilões de linhas de transmissão de energia, os chamados linhões. “Em 2023, foram realizados os dois maiores certames de transmissão da história, que contaram com a participação de importantes agentes nacionais e internacionais”. Outro está previsto para março, com edital já na praça. Em dez anos, os investimentos nessa área devem somar R$ 158,3 bilhões para viabilizar a expansão de 23% na malha nacional de linhões, para 220 mil quilômetros, segundo estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indica o estudo da Thymos.
Continua depois da publicidade
O executivo aponta ainda como oportunidades as novas tecnologias no setor e os novos modelos de mercado, com grande expansão de fontes de geração intermitentes. Nesse novo cenário, informa, será necessária a adoção de medidas para garantir a confiabilidade do fornecimento de energia no país. A Thymos projeta para os próximos “Leilões de Capacidade”, a cargo da Aneel (agência reguladora), investimentos de cerca de R$ 50 bilhões até 2030 para atender a chamada “reserva de energia”.
A área de atuação da Thymos Capital vai abranger, além de M&A e project finance, os segmentos de corporate finance e intermediações de negócios, com uma equipe multidisciplinar, hoje, de 20 analistas. “Não seremos meramente uma consultoria financeira”, diz Fonseca.
Viana, COO do Thymos, informou que a área tradicional (consultoria em energia) de negócios do grupo responde, atualmente, por 30% a 35% da receita. “Em três anos, a meta é elevar a receita do grupo em 50%”, afirmou. Já a área de capital, que se transforma na nova empresa, respondia por 5% da receita cinco anos atrás. Segundo ele, a previsão é que a Thymos Capital terá sede própria em dois anos.