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Depois de apresentar resultados recorde e entregar ao mercado as promessas feitas em seu IPO, em 2021, a Boa Safra Sementes (SOJA3) começa agora uma nova fase de crescimento. A companhia quer consolidar o ainda pulverizado mercado brasileiro de sementes.
A inspiração vem dos Estados Unidos. Lá, o líder de mercado detém participação de 37%. Já o vice-líder conta com fatia de 28%. Por aqui, a Boa Safra encabeça o ranking, porém tem uma parcela de apenas 8,5%. Em 2021, ano do IPO, eram 5%.
Para Marino Colpo, fundador e CEO da empresa, dominar de 14% a 15% do mercado nacional até 2027 é a meta. Para chegar lá, a companhia precisa praticamente dobrar sua participação. E o plano para alcançar o objetivo está traçado.
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Ter uma presença nacional é o primeiro passo. Em 2024, a Boa Safra vai intensificar as apostas na região Sul, mercado onde ainda não tinha presença. A expectativa é vender no primeiro ano cerca de 13 mil bags de sementes, de uma capacidade total da companhia de 240 mil.
“Queremos ter uma planta na região Sul. Já temos quatro locais sendo analisados. Neste ano fechamos acordos com cinco parceiros, que produzirão as sementes com nossa marca e apresentaremos ao mercado 15 cultivares na região”, disse Colpo, durante conferência com analistas e investidores.
Quando olha para o mercado nacional de sementes, Colpo mira quatro grandes culturas – soja, milho, forrageiras e feijão. Juntas, elas movimentam anualmente cerca de R$ 70 bilhões, mas podem alcançar os R$ 80 bilhões se for incluído o tratamento químico das sementes.
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O aumento da participação de mercado está relacionado à tese da companhia de ganhar escala e ampliar o volume de vendas. Segundo Colpo, essa estratégia permite utilizar plenamente a capacidade instalada e reduzir o custo operacional, proporcionalmente à receita gerada.
Hoje, a Boa Safra tem quatro centros de distribuição – dois dedicados à sementes de milho e outras quatro unidades de beneficiamento de sementes. “As sinergias são muito grandes”, disse o executivo.
Mas ganhar volume é apenas uma das estratégias. A segunda grande tese da Boa Safra é estar mais perto do cliente final. Para isso, a companhia vai aumentar as apostas nos centros de distribuição, que garantem agilidade na entrega dos produtos, principalmente aqueles com maior valor agregado.
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Para isso, a companhia tem carta branca de seu conselho de administração para investir. Já está aprovada a liberação de R$ 140 milhões para investimentos em 2024.
“O shelf life de um produto com tratamento é de, no máximo, 60 dias. Agora, se estou perto do produtor, eu consigo entregar”, disse Colpo. A intenção em vender mais produtos com tecnologia embarcada não é por acaso.
Se a margem da semente sem tratamento varia de 8% a 10%, no produto com tecnologia embarcada ela pode chegar a 30%. “Ao invés de vender um carro comum, quero vender um carro com mais opcionais”, afirmou.
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O terceiro pilar da estratégia da companhia é a diversificação. Ainda que a soja tenha um grande peso na receita, a companhia já atua hoje em cinco diferentes mercados. Mais do que simplesmente mitigar riscos, a atuação em outras culturas reduz a sazonalidade das receitas e melhora a eficiência da estrutura instalada.
“O cliente é o mesmo, o CD é o mesmo, o vendedor é o mesmo. Na primeira janela, se planta soja. Na segunda, milho, trigo ou sorgo. Na terceira, se planta uma forrageira para cobertura de soja e ainda temos o feijão para ser cultivado no pivô [irrigação]”, disse.
Por fim, mas não menos importante, o plano também inclui aquisições. Desde o IPO, a Boa Safra já fechou dois negócios. No ano passado, a companhia pagou R$ 450 mil por 50% da Dasoja. Em 2022, a empresa desembolsou R$ 35 milhões para ficar com 66% da Bestway Seeds do Brasil.
“Temos ambição de fazer um M&A por ano nos próximos anos”, disse Colpo.
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