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Tradicional cinema de rua da cidade de São Paulo, o Cine Belas Artes anunciou nesta quarta-feira (3) que chegou a um acordo de patrocínio com a gestora Reag Investimentos. O contrato terá vigência de cinco anos. Em entrevista ao IM Business, André Sturm, diretor do Belas Artes Grupo, detalhou as tratativas com a Reag e com outros interessados em adquirir os naming rights do icônico espaço após a saída da antiga patrocinadora, a Petra, do grupo Petrópolis, que entrou em recuperação judicial em 2023.
O executivo que representa o espaço cultural afirmou que tão logo fora noticiado o fim da parceria com a Petra, em setembro de 2023, diversas companhias demonstraram interesse em patrocinar o cinema, mas as conversas com a Reag avançaram mais rapidamente. “Eu confesso que não conhecia a Reag. Eles nos procuraram e nós conversamos. Em todo o processo os sócios da Reag demonstraram muito carinho pelo cinema e se mostraram a fim de firmar a parceria”, diz Sturm. “A gente tinha conversas em andamento com outras empresas, mas uma coisa que fez a diferença foi negociarmos diretamente com os sócios da Reag.”
Embora as empresas tenham optado por não divulgar o montante envolvido na negociação, sabe-se que o custo de locação do imóvel que hospeda o cinema atualmente é acima de R$ 2 milhões ao ano, valor que seria coberto pelo novo patrocinador.
Em troca, a Reag passa a fazer parte do nome do tradicional cinema de rua, que passa agora a se chamar Reag Belas Artes, que em breve será pintado de verde, cor da financeira. “Isso é uma das boas coisas do acordo, afinal de contas eu sou palmeirense”, brinca Sturm. “Assim como o cinema era laranja por causa da Petra e foi azul na época da Caixa, será verde em função do novo patrocínio.”
A expectativa é de que as mudanças sejam vistas na fachada do cinema até dia 25 de janeiro, data do aniversário de São Paulo e quando o Belas Artes terá uma programação especial para homenagear a metrópole. Os recursos do aporte da Reag também serão usados para a manutenção do espaço, como a instalação de um novo projetor em uma das seis salas do complexo.
A nova patrocinadora também poderá usar o espaço para fazer eventos e palestras voltados ao mercado financeiro. Segundo Sturm, essas atividades não irão competir, a priori, com a programação do cinema. “Essa parceria inclui algumas iniciativas, como palestras e o uso do espaço pela Reag para produzir podcasts. Nada que brigue com o cinema, mas que complemente”, diz ele.
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Nas contas do executivo, o Belas Artes está operando hoje com 65% do público consumidor que frequentava o espaço antes da pandemia, em 2019. A ideia é que esse número se eleve para 70% no início deste ano. “A gente faz hoje por volta de 15 mil pessoas por mês. Em 2019, esse número variava entre 25 e 28 mil, com alguns meses em que recebíamos mais de 30 mil”, complementa. “O importante é que vagarosamente esse número vem crescendo. É como se mais gente fosse se animando a voltar aos cinemas.”
Para atrair o público, o cinema tem feito mostras cinematográficas que vão além do circuito tradicional e usado o espaço para a promoção de eventos e feiras culturais (não necessariamente sobre a Sétima Arte), sobretudo aos domingos. Em alguns lançamentos esperados, o espaço também promove seu tradicional “Noitão”, em que três filmes são exibidos na madrugada de sexta-feira para sábado – em algumas ocasiões, o evento atrai mais de 600 consumidores. Hoje, o tíquete médio do ingresso no Belas Artes gira em torno de R$ 25.
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