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Como implementar IA generativa na sua empresa? A McKinsey responde

Sócio da consultoria compartilhou aprendizados da empresa durante palestra no Startup Summit 2024

Maria Luiza Dourado

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Executivos que desejam implementar inteligência artificial (IA) em suas empresas devem saber que investirão mais na gestão das mudanças de processos internos do que em tecnologia em si. Essa é a principal orientação dada por Sergio Canova, sócio da McKinsey, durante a palestra “O que CEOs devem saber hoje sobre IA Generativa para começar a agir”, que aconteceu nesta quinta-feira (15), no Startup Summit 2024, em Florianópolis (SC).

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A IA generativa é um tipo de sistema baseado em inteligência capaz, a partir da análise de um banco de dados, de gerar texto, imagens ou outros meios de resposta a solicitações, usando uma linguagem do dia a dia.

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Após quase dois anos da explosão da popularidade dessa tecnologia, suas vantagens para os negócios já são amplamente conhecidas. Contudo, para Sergio Canova, a transformação em uma companhia só se dá com o uso correto da IA generativa pelas pessoas que formam a organização.

“A tecnologia sozinha não resolve problemas. O que os resolve, no fim das contas, é mudar processos, mudar como as pessoas exercem o seu trabalho. Por isso a gestão da mudança é fundamental na implementação não só da IA generativa, mas de qualquer tecnologia”, disse Canova.

Segundo dados da McKinsey, a cada US$ 1 investido em tecnologia, são necessários outros US$ 5 em gestão de mudanças. “Se as pessoas não sabem usar, se elas não adotam, aquela tecnologia não cria nenhum valor”, complementa.

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Como implementar?

Um caso de implementação de IA generativa na McKinsey foi o desenvolvimento de um ChatGPT interno, que reúne informações de todo o banco de dados da empresa a partir da busca de um analista – “marketing de vendas para uma empresa da indústria x”, por exemplo.

Devido à economia de tempo, a ferramenta foi amplamente adotada e incorporada no dia a dia pelos funcionários, sobretudo os mais jovens. O caso é o que a empresa chama de “farol”: uma aplicação bem-sucedida, que serviu para educar os colaboradores sobre a tecnologia.

Sergio Canova descreveu aprendizados obtidos no processo. O primeiro passo é identificar um problema de negócio cuja resolução tem potencial de criação de valor para a empresa. A partir disso, a pesquisa por uma IA generativa que resolva essa questão deve começar. “Temos que evitar a implementação de tecnologia pela tecnologia”, afirma.

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O segundo passo é pensar no “como”. São necessárias ferramentas de tecnologia, desde infraestrutura de dados até a capacidade de processamento. Como terceiro passo, é preciso objetivar a melhora do coeficiente de aprendizado da sua organização. “Todo mundo está testando essa tecnologia. E aqui vale o mesmo que se aplica no teste de outras tecnologias: velocidade é estratégia, ou seja, erre, mas erre rápido”.

Depois, busque por parceiros para ajudar a empresa na implementação da IA generativa. “Já existe uma oferta grande de potenciais parceiros. Então não perca tempo. Ninguém tem que desenvolver tudo em casa e sozinho”.

Por fim, envolva não apenas o time de TI, mas a força de vendas, os recursos humanos, o time jurídico e todas as outras áreas na implementação da novidade e na gestão da mudança de processos que essa novidade causará.

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Não é resposta para tudo

Apesar do ganho de produtividade que a implementação da inteligência artificial generativa pode trazer para uma empresa, ela não é a resposta para tudo, segundo Sergio Canova, partner da McKinsey.

“Em situações em que existem riscos associados, como uma aplicação jurídica, eu sempre precisarei de um humano para olhar para a amplitude desses riscos”, explica. O mesmo vale para o diagnóstico de doenças na medicina.

Além disso, devido à sua característica mais criativa, a IA generativa não é recomendada para prever demandas ou ser usada em aplicações que requerem raciocínio numérico.

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A análise de crédito é outra área em que essa tecnologia não é recomendada, segundo a McKinsey. “Essa tecnologia olha para uma quantidade enorme de dados, identifica padrões e dá uma resposta média. Ela não olha para todos os potenciais problemas, como é necessário ser feito em uma avaliação de crédito – aqui eu quero achar a exceção da exceção, o bom pagador, e não a média”.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.