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A britânica Tina Woods acaba de completar 60 anos, mas garante que a idade biológica de seu cérebro corresponde à de uma pessoa de 35. Em entrevista ao “Business Insider”, a CEO da Business for Health e autora do livro “Live Longer with AI” (“Viva Mais com Inteligência Artificial”, em tradução livre) conta que decidiu, há alguns anos, mudar radicalmente seu estilo de vida. Ela aplicou um método baseado em boa alimentação, sono, suplementos e reposição hormonal, o que teria revertido os efeitos do envelhecimento.
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“Tenho a força de um boi, capacidade de dançar a noite toda e uma alegria renovada por meu casamento e trabalho”, relatou ao veículo. Tina é exemplo de uma tendência crescente de indivíduos que buscam aliar longevidade à saúde. À medida que aumenta a expectativa de vida no mundo, iniciativas buscam mapear não só os atalhos para viver mais tempo, como também – e principalmente – viver melhor. É com essa preocupação que surgem programas para quem almeja tornar-se um centenário – e com qualidade de vida.
No Brasil, a Soul8 nasceu com esse objetivo, após seu fundador passar por um burnout que transformou sua relação com a própria saúde. Executivo do mercado financeiro com passagens por empresas como Mckinsey, BlackRock e HSBC, Guilherme Lima levou a sério a rotina de exercícios físicos e viu uma diferença monstruosa nos resultados.
Foi a partir daí que decidiu estudar como hábitos saudáveis contribuem para uma vida mais longa e saudável, por meio da chamada epigenética. No ano passado, ele lançou o programa de saúde integrada que combina tecnologia e profissionais multidisciplinares para membros que buscam performance e longevidade.
“Eu nunca teria conseguido alcançar o que alcancei na minha carreira se não tivesse sido pela atividade física. Depois que estudei o assunto, entendi que meu equilíbrio de atividade física criava uma boa condição metabólica, que melhorava meu sono e meu desempenho profissional”, conta o executivo.
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Viver mais de 100 anos, por que não?
Um ponto de partida foi entender o segredo das Zonas Azuis, regiões do mundo onde há uma quantidade maior de centenários, associada não a apenas a fatores genéticos, mas a estilo de vida. No Brasil, o número de centenários saltou na última década. O país tinha cerca de 37,8 mil idosos acima de 100 anos, segundo os dados do Censo de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um aumento de 56% em relação aos dados de 2010, quando o país possuía 24,2 mil centenários.
“Embora a sobrevida tenha aumentado nos últimos anos, a qualidade de vida está caindo. As pessoas estão passando mais tempo vivas em uma cama de hospital ou numa cadeira de rodas, o que é bastante assustador”, observa Lima. Ele cita como exemplo o caso do próprio Brasil, onde a expectativa de vida é de 76 anos, mas 80% da população desenvolve algum tipo de morbidez a partir dos 60.
Uma pesquisa do banco UBS com cinco mil clientes de 10 países mostrou que, para 90% deles, saúde importava mais do que riqueza. Quando perguntados sobre qual o percentual de suas fortunas doariam para viver 10 anos a mais, a resposta foi de 32% entre aqueles com patrimônio investido entre US 1 milhão e US$ 2 milhões, e de 48% para fortunas acima de US$ 50 milhões.
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Segundo Lima, entre os bilionários, a disposição para investir não só em tempo, mas em longas jornadas com qualidade de vida, é muito maior hoje em dia. Para chegar lá, na abordagem de saúde integrada, o executivo acredita que todos os pilares devem estar em equilíbrio. Ou seja, não adianta se alimentar bem, mas negligenciar a atividade física ou dormir mal.
É uma lógica que contraria os pilares da medicina tradicional, que separa as áreas do corpo humano por especialidades. Ou seja, todos os fatores para a saúde precisam estar em sintonia para garantir uma vida saudável. Mas Lima deixa um conselho: se tivesse que escolher entre nutrição, exercícios ou dormir bem, ele optaria pelo sono de qualidade. “Se você está treinando e não está dormindo, não adianta absolutamente nada, porque você preserva gordura e não cria músculo”, diz.
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